Por Michel Zaidan Filho
O grande líder
sul-africano que comandou a luta contra o "apartheid" em seu país,
Nelson Mandela, passou 15 anos preso numa cela comum. Condenado várias vezes a
morrer na forca, Mandela inspirou inúmeras campanhas internacionais de
solidariedade para si e sua causa humanitária. Quando se findou o regime de
segregação racial e espacial da África do Sul, o prestígio mundial e nacional
do líder africano só fez crescer até tornar-loa maior personalidade política de
seu país. A prisão - mormente, por razões políticas - não retira o brilho
e a legitimidade de ninguém. Pelo contrário. Contribui para a aura de
sacrifício e desprendimento do líder social. A morte seria uma consagração
definitiva de uma tipo de liderança carismática como essa.
Essas considerações
vêm a pelo, em razão da prisão política e ilegal do maior líder político do
Brasil, depois de Getúlio Vargas, o ex-metalúrgico e militante sindical,
Luiz Inácio da Silva Lula.
Hoje, com a publicação
das conversas de bastidores dos integrantes da operação lava-jato, tem-se a
prova irrefutável (até para os "mais" crentes) das motivações
políticas do processo ilegal e da prisão do líder político brasileiro. Desde
que foi preso e condenado a 15 anos de prisão, o prestígio político e eleitoral
de Lula só fez crescer, no mundo e no Brasil. Romaria e peregrinações de
caravanas de intelectuais, políticos, militantes ao seu cárcere
curitibano só fizeram aumentar cada vez mais. Pode se dizer, como uma
consagração indiscutível de sua reconhecida e justa popularidade nacional. Ele
se transformou numa bandeira de luta contra o estado de coisas ruinosas que
temos diante de nós. O sinônimo de tudo aquilo que contraria esse nefasto
(des)governo.
Por isso, se essa
manobra da juíza das execuções penais do Paraná, tinha um efeito
diversionista em razão dos formidáveis protestos da sociedade em face da
reforma da previdência social (ora em fase final de votação), ela
continha uma mensagem mais grave: uma ameaça direta à vida do ilustre
preso político. Numa prisão comum, como a de Tremembé (SP), Lula poderia
simplesmente ser assassinado e tudo ficaria limitado ao universo das
superpopulações carcerárias e suas intermitentes revoltas. E assim, os golpistas
de 2016 se veriam livres de um incômodo e perigoso nome, acusando-os
permanentemente do assalto ao estado brasileiro, a serviço do mercado.
A decisão do STF, por
quase unanimidade, sob a pressão de 70 parlamentares, deve agora ser
completada, se não tivesse sido uma mera manobra diversionista, com a análise e
deliberação sobre o processo de suspeição do senhor Sergio Moro na condução do
fraudulento processo de investigação e condenação do presidente Lula, bem como
pela perda do cargo do senhor Deltan Dalagnol, pelo Conselho Nacional do
Ministério Público Federal. São medidas correlatas com a grande farsa
judiciária do início do século XXI no Brasil.
*Michel Zaidan Filho é cientista político e professor da Universidade Federal de Pernambuco.
É muita grandeza! Esse daí foi o maior Ladrão de todos os tempos! E também ajudou muitos outros ladrões a viverem indignamente do dinheiro dos outros!
ResponderExcluirAPÓS AS PALAVRAS DO MESTRE,SOMENTE ME RESTA A DIZER, PARABÉNS!
ResponderExcluirBelo e verdadeiro texto com o qual eu compactuo. A nossa Pátria está virando pó e causando uma cegueira descomunal nas pessoas. Até quando durará este massacre, não só a Lula, mas aos homens de bem e que ainda acreditam "em flores vencendo canhões"?
ResponderExcluirMeus respeitos, caro Mestre!
Lígia Beltrão