A Executiva
Nacional do Partido Socialismo e Solidariedade – PSOL, que teve no primeiro turno o seu candidato a presidente
Guilherme Boulos, aprovou ontem (8) sua posição para o segundo turno da eleição
no próximo dia 28. Diz a nota:
#EleNão:
para derrotar Bolsonaro e defender direitos, no 2º turno o PSOL defende o voto
em Haddad e Manuela
As eleições no primeiro turno
terminaram mantendo o mesmo cenário de instabilidade e polarização provocados
pelo golpe de 2016 e que aprofundou uma crise econômica e social que já se
desenvolvia. Também aprofundou uma crise de representação política de tal monta
que gerou as condições para o surgimento de uma candidatura de extrema-direita
e que chegou ao segundo turno com apoio de parte considerável das classes
dominantes. A eleição golpeou diferentes caciques políticos, fazendo com que a
extrema-direita capitalizasse a raiva social contra o “sistema”.
O 2º turno é a continuidade da luta
contra o fascismo e o golpe. A tarefa central nesse momento é, portanto,
derrotar Bolsonaro. Sua derrota abre a possibilidade de bloquear a agenda
iniciada por Temer, garantir a soberania nacional e reunir condições para
seguir defendendo as conquistas democráticas frente ao autoritarismo. Para isso
o PSOL apoiará a partir de agora a candidatura de Haddad e Manuela, mesmo
mantendo diferenças políticas e preservando nossa independência. Convocamos
toda a nossa militância a tomar as ruas para continuar dizendo em alto e bom
som: ele não!
O PSOL e a aliança que conformamos no
primeiro turno em torno de Boulos e Sônia, com os movimentos sociais e o PCB,
intelectuais e artistas continuará a defender a dignidade do povo brasileiro
contra a desigualdade e os privilégios. Essa candidatura marca o início de um
novo ciclo na esquerda brasileira e o PSOL tem orgulho de ter acolhido e
estimulado essa construção. Por isso, continuaremos a defender as causas que
nenhuma outra candidatura teve a coragem de sustentar.
Estaremos na campanha para derrotar
Bolsonaro e eleger Haddad e Manuela defendendo a soberania nacional e os
direitos da maioria de nossa gente. Estaremos nas ruas e nas urnas exigindo a
revogação de todas as medidas do governo Temer, contra a reforma da
previdência, a reforma trabalhista, o fim do genocídio contra a população
negra, o fim da violência contra a comunidade LGBT, a desmilitarização da
polícia, a legalização das drogas, a demarcação das terras indígenas e
quilombolas, o desmatamento zero e na defesa dos direitos das mulheres e toda a
suas pautas – a igualdade salarial, a lista suja do machismo e a legalização do
aborto. E para tanto, não abriremos mão da luta por nossa soberania energética
com a defesa do Pré-sal, da Petrobrás e da Eletrobrás, na perspectiva de uma
transição da matriz energética e do modal de transportes.
O PSOL compreende que a luta para
derrotar Bolsonaro no 2º turno é para defender e ampliar direitos e não para
negociá-los. Seguiremos enfrentando privilégios e lutando para que o povo ocupe
o centro das decisões. Só assim será possível garantir um ciclo de esperança,
justiça, igualdade e soberania no Brasil.
Orientamos nossa militância a constituir
comitês amplos pelo #EleNão. O exemplo das mulheres, que tomaram as ruas no
último dia 29 de setembro, nos inspira e fortalece para que novas manifestações
massivas ocorram para derrotar a extrema-direita. Estaremos na campanha para
levar Haddad e Manuela a vitória e para que a vontade do povo seja respeitada.
Onde houver segundo turno para os governos estaduais, orientamos nossa
militância a apoiar nomes que se oponham publicamente ao projeto de Bolsonaro.
Em cada estado as instâncias locais definirão as formas de contribuir
ativamente na mobilização popular para derrotar o atraso, priorizando a
construção de espaços plurais e que incorporem todos e todas que defendem a
democracia, mantendo nossos princípios e a coerência que marcam o PSOL.
Continuaremos nas ruas juntos sem medo
de mudar o Brasil. Ele não!
Executiva Nacional do PSOL
São Paulo, 8 de outubro de 2018
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