CONTEXTO

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Pesquisas Eleitorais

OS DESAFIOS DO PT - Por Michel Zaidan Filho

Aos poucos, vai se delineando o quadro das candidaturas efetivamente postas à escolha do  eleitor nas eleições presidenciais que se avizinham.

A estratégia de isolar   a   candidatura de Ciro Gomes, persuadir o PCB a retirar sua candidatura à Presidência da República e conseguir  uma relativa neutralidade   do PSB na corrida presidencial, parece ter dado certo, mesmo a custa do doloroso processo de alijar a vereadora Marília Arraes   da  disputa pelo  governo  de Pernambuco. O  que,aliás,  deixou sequelas. 

A   questão que se coloca neste momento é   como viabilizar  uma candidatura petista, no curto período  das propaganda eleitoral e da exposição  prévia dos demais candidatos no horário eleitoral gratuito. Se o Partido dos Trabalhadores não registrar definitivamente uma candidatura própria, neste tempo eleitoral que vai se esvaindo e criando fatos consumados, com a ajuda da mídia e das pesquisas de opinião, vão ficando cada vez mais apertadas as margens de manobra para que o partido dispute com força e vigor a possibilidade   de ir ao segundo turno e consiga formar uma frente anti-Bolsonaro, com partidos de centro que  hesitam em ter de apoiar um candidato   de extrema-direita, como ele.

De toda maneira, o tempo urge. As eleições no Brasil são muito influenciadas pela propaganda e os institutos de pesquisa. Estar fora desse circuito - que não se   confunde com   uma verdadeira esfera democrática deformação da  opinião pública - pode representar  um  imenso prejuízo  na campanha eleitoral. 

Naturalmente,o Partido dos Trabalhadores calcula que, não sendo mais possível   apresentar o nome do ex-Presidente como seu candidato, o  imenso prestígio político, eleitoral e popular de LULA por si só seria suficiente para garantir uma grande transferência de votos do líder petista para o vice-ou outro nome indicado por ele. 

É uma aposta e não convém cruzar os braços, achando que isso vá acontecer sem mais. O PT precisa definir o quanto antes os    nomes que comporão   a  chapa que vai concorrer às eleições e se empenhar de corpo e   alma em publicizar ao máximo   quem são os candidatos,   para que os eleitores saibam que há  alternativas, caso o nome de LULA seja vetado. 

A   demora, o faz-de-conta, a presunção da eleição de LULA nada disso   ajuda ao partido, numa campanha onde a mídia faz questão de ignorar a imensa importância política do ex-presidente da República para o país. Mais grave, não se discute  sequer a ilegitimidade de um   pleito eleitoral onde o   nome mais popular está proibido de concorrer às eleições.

A   despeito do indiscutível favoritismo e a preferência popular por LULA, a eleição não dispensa - muito pelo contrário - um enorme e       democrático  esforço de convencer o eleitor, sobretudo o eleitor indeciso, de  que o nosso candidato é o melhor, o mais republicano   e   justo.  Nunca se ganha uma eleição, por antecipação. Mas se perde eleição, quando se está convencido de que já ganhou. O Partido dos Trabalhadores  precisa urgentemente se convencer que é necessário correr para garantir a  chance de que é fundamental   articular    uma grande frente  política para barrar o  avalanche de intolerância, autoritarismo e ódio que ameaça desabar    sobre as nossas cabeças.

*O garanhuense Michel Zaidan Filho é professor da UFPE.

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