A passagem de Fernando Haddad por Caetés e Garanhuns, neste último final de semana, fez com que o petista e as duas cidades ocupassem amplo espaço na mídia nacional e até de fora do país.
Haddad com chapéu de couro, foi capa de sites, portais e jornais por todo o Brasil. Teve um sítio petista que até afirmou que em Caetés o ex-prefeito de São Paulo incorporou a figura de um cangaceiro.
E até o conhecido jornal El País, um dos principais da Europa, publicou ampla matéria sobre Fernando Haddad, que com a impugnação da candidatura de Lula será o candidato do PT à presidência da República.
Um detalhe: o chapéu que Haddad usou em Caetés, e que apareceu nas fotos da imprensa nacional e mundial, é pertencente a Júnior Almeida, historiador, estudioso do cangaço e que escreve regularmente neste blog.
Foi Júnior quem colocou o chapéu de couro na cabeça do ex-ministro, sem imaginar que estava fazendo uma senhora jogada de marketing para o candidato a presidente, ainda pouco conhecido se comparado com Luís Inácio Lula da Silva, seu principal padrinho político.
Na sequência você pode ler o texto da reportagem do jornal El País, em sua edição online.
O BATISMO DE FERNANDO HADDAD NA TERRA DO PRESIDENTE
Sem medo de cair do
cavalo, Fernando Haddad subiu decidido no alazão e deu uma breve
cavalgada pelo agreste pernambucano neste sábado. Debaixo de um sol quente, o
petista aproveitou o fim de uma sessão de filmagens de programas do PT em
Caetés (PE), onde Lula nasceu, para relaxar por alguns breves minutos. Em
seguida, vestindo um chapéu de cangaceiro feito de couro, abraçou alguns poucos
moradores da região e outros tantos correligionários que o esperavam atrás de
uma fita de isolamento. “Lula mandou votar em nós”, explicou, aos que
perguntaram se era nele que o ex-presidente, preso em Curitiba e com a
candidatura barrada há algumas horas, havia mandado votar.
Na madrugada
anterior, o Tribunal Superior Eleitoral decidira tirar o nome do ex-sindicalista da disputa à presidência,
por ele ter sido condenado em segunda instância pelos crimes de lavagem de
dinheiro e corrupção passiva. Mas apesar da decisão, Haddad garante que nenhuma
estratégia será mudada até que ele converse pessoalmente com Lula na próxima
segunda-feira, em visita que fará à carceragem onde o petista está desde abril.
“Vamos levar para ele o quadro jurídico sobre o que é possível fazer”, afirmou,
sem explicar com quais possíveis cenários trabalha.
A ida de Haddad ao
berço de Lula –o ex-presidente nasceu em Caetés, na época em que o município
ainda era um distrito de Garanhuns –havia sido marcada há tempos. A principal
razão para a visita era gravar alguns programas para a propaganda na TV, que
começou neste sábado. As filmagens ali fazem parte da estratégia de
incorporá-lo à paisagem local, numa tentativa de colar o paulista a Lula.
Mas, no fim, diante do cenário imposto pelo TSE um dia antes, acabou por
funcionar como uma espécie de batismo de quem deverá assumir nos próximos
dias a chapa petista em uma das corridas presidenciais mais confusas da
democracia brasileira. Seu primeiro teste de fogo como (quase) presidenciável,
portanto, não poderia acontecer em um lugar mais simbólico. E, ao mesmo tempo,
tão desafiador para um professor universitário cujo carisma, nem de longe,
alcança o de Lula.
Haddad aproveitou o
giro para conversar com lideranças locais e realizar um comício no centro da
vizinha Garanhuns. Seu discurso carregado em um sotaque paulistano não empolgou
as não mais de 1.000 pessoas que comparecerem ao ato político. Uma quantidade
de público bastante distinta da vista há um ano pela região, quando, durante a caravana que fez pelo Nordeste, o ex-presidente
encontrou uma multidão de eleitores por onde passou, enchendo praças e ruas ao
redor do seu palanque. "Se fosse Lula, isso aqui estaria cheio",
disse a vendedora Adriana Galvão, 45. "Mas, mesmo assim, se Lula mandar
votar em Haddad, eu voto", ponderou.
Sem uma praça
lotada, Haddad iniciou seu discurso ao lado de João Campos, candidato a deputado federal e filho de Eduardo Campos.
Lembrou do ex-governador pernambucano, morto em um acidente aéreo durante a
campanha passada, e encerrou dizendo “não vamos desistir do Brasil”. O slogan
foi adotado pela campanha de Marina Silva em 2014, após a morte de Campos,
quando ele tentava derrotar a então candidata petista, Dilma Rousseff. Grande
parte dos agitadores de bandeiras presentes ali eram correligionários de João
Campos.
No discurso breve,
o ex-ministro da Educação também aproveitou para falar das conquistas de Lula
no ensino superior. “A quantidade de histórias que a gente ouve aqui no
Nordeste, de filho de pedreiro que foi para a universidade, é impressionante”,
disse, sob alguns aplausos. Desde que a campanha começou oficialmente, em 16 de
agosto, o petista foi o candidato que mais visitou a região Nordeste, passando,
até o momento, por sete, dos nove Estados da região.
Assistindo ao
discurso, a estudante Luana Caroline Tenório, 19, afirmou que é eleitora de
Lula e, por tabela, de Haddad, justamente por ter tido acesso à universidade.
“Estou na faculdade graças ao Prouni”, diz. “Eu sei os benefícios que um
Governo do PT traz”. Mas nas ruas de Garanhuns, nem todos os eleitores estavam
tão convencidos assim. O eletricista Raimundo Rodrigues Oliveira, 57, diz que
ainda está em dúvida sobre quem será seu candidato. Eleitor de Lula, afirma que
se puder, vota no ex-presidente novamente “com certeza”. Mas sobre Haddad,
ainda não se decidiu. “Ele é de São Paulo, né? A gente mora aqui, não sabe das
coisas que ele fez lá”, afirmou. “Já de Lula eu ouço falar desde sempre”. A
esposa dele, a cozinheira Crisalda Barbosa dos Santos, 57, é uma entusiasta do
PT. “Vou votar no Haddad porque ele é do partido de Lula”, diz. “Votaria em
qualquer um que Lula indicasse”, diz ela, admitindo, porém, nunca ter ouvido
falar em Haddad antes.
Curioso sobre o que
o petista diria em Garanhuns, Ricardo Pedro da Silva, 43, foi assistir ao
comício. Mas seu voto não será para Haddad. Ele afirma que, apesar de ter
votado em Lula e em Dilma Rousseff nas eleições anteriores, não deposita mais
confiança no PT. “Os governos do PT a gente já sabe como é”, diz. “Por isso, acho
que Bolsonaro merece uma chance, por ser novo”, afirma, sobre
o deputado federal e candidato do PSL. Ainda assim, ele acredita que o capitão
não terá muitos votos em Garanhuns. “Não tem muito eleitor de Bolsonaro aqui.
Acho que a maioria deve acabar votando em Haddad mesmo”, concluiu.
Era início da noite
quando o comício terminou. A temperatura em Garanhuns, que é chamada por seus
moradores de a "Suíça pernambucana", voltava a diminuir. Haddad, e
sua campanha ainda morna, embarcaram naquela mesma noite em um avião fretado
para Maceió. Azarão —com apenas 4% na última pesquisa em que o ex-presidente,
ainda considerado candidato, tinha 39%—, ele tem exatos 36 dias de corrida para
tentar passar para o segundo turno como o lado B de Lula.
Será nosso Presidente eleito livremente nas Urnas em Outubro.
ResponderExcluirA partir de Janeiro 2019 o Povo novamente terá voz e nossa vez para o Brasil ser Feliz de Novo.
Pernambuco elegerá Humberto Costa e Silvio Costa Senadores em Pernambuco para colaborar com muito trabalho e dedicação na Gestão do PT Haddad.
Bola pra frente!!!