É de “arrepiar” o
documentário sobre a hecatombe de Garanhuns, feito pelo jornalista Clóvis
Manfrini, que mora em Terezinha.
A primeira coisa a se
observar é que Clóvis não é um provinciano, não tem uma visão meramente
interiorana dos fatos.
No seu bem realizado
filme, lembra que em 1917 ocorreu a Revolução Russa, mostra o contexto da Europa, na época, a situação política do Brasil e de Pernambuco.
Depois dessa visão geral
é que se atém a Garanhuns, sob o domínio do coronel Júlio Brasileiro,
partidário de Dantas Barreto, que estava no poder no Estado de Pernambuco.
O vídeo traz fotos e
depoimentos importantes, como os do professor e cientista político Michel Zaidan
Filho, por sinal natural de Garanhuns.
Já tivemos muitos livros
e artigos de jornais a respeito da hecatombe, mas o documentário de Manfrini é
uma novidade sobre esse fato histórico.
Vale a pena assistir o vídeo:
*Na foto, o livro do
professor José Cláudio Gonçalves sobre a cobertura jornalística da hecatombe de
Garanhuns. Depois divulgaremos a segunda parte do documentário de Clóvis Manfrini.
ResponderExcluirEtimologicamente falando, a palavra TABU é algo sagrado, especial, perigoso ou pouco limpo. Quanto à HECATOMBE DE GARANHUNS, em tempos remotos, também poderíamos tratá-la, como ALGO sagrado, misterioso, especial, perigoso ou pouco limpo... Afinal, durante dezenas de anos a chacina política de 1917 foi considerada assunto tabu nas rodas de conversas familiares em nossa arcaica e antiquada sociedade. Tema inviolável; conversa sagrada; A hecatombe era ou foi constituída no imaginário daquela conservadora sociedade, um MALFEITO pouco limpo porque supostamente trazia ou fazia mal a uma pessoa, a um grupo ou até mesmo e, principalmente, a determinadas castas genealógicas que compunham a sociedade garanhuense da época!!!
POIS BEM!!! Costumeiramente se diz que a vingança é o alimento da dor. Não é à toa que, a vingança fez de uma crise familiar uma "guerra civil". Foi justamente o que aconteceu com a propalada Hecatombe de Garanhuns!!! Só para se ter uma ideia, vamos pegar uma carona e bebericar somente um aperitivo de um trecho do livro OS SITIADOS (Hecatombe de Garanhuns), do escritor Garanhuense Cláudio Gonçalves de Lima que na trama era um jornalista de páginas policiais. EI-LA: "Na cadeia, as cenas eram de desespero. As esposas, em histerismo, cabelos em desalinho, choravam com os órfãos a perda irreparável do marido; abraçados, as lágrimas caiam as bagas em meio a todo sofrimento, o desespero rolava na face de cada um. Eram imagens terríveis para o repórter, que embora acostumado desde muito as graves comoções e perversidades, jamais presenciara tamanha tragédia. Naquele dia o destino lhe reservou ser marcado por tão tristes acontecimentos".
Nos idos de 2004, O então jornal CORREIO SETE COLINAS(que lamentavelmente deixou de circular há cerca de cinco anos), fez uma precisa referência ao episódio, quando o jornalista Roberto Almeida assim o descreveu em um pequeno trecho: "A hecatombe é um capítulo negro na história de Garanhuns, um fato que vitimou muitos inocentes, como o heroico cabo Cobrinha, que morreu tentando proteger as famílias guardadas na cadeia pública. Depois dos assassinatos cometidos pelos partidários do coronel Vila Nova, muitas pessoas envolvidas nesses crimes também foram mortas e durante muito tempo o município teve de conviver com a guerra provocada pelo gesto solitário de Sales Vila Nova".
Partindo-se do princípio que a luta do poder político em Garanhuns descambou para uma afamada hecatombe, ocorrida através de uma tomada de poder à bala, que por tabela transformou-se num sentimento de vingança, conclui-se que: como afirmam os mais antigos, donde, para uma satisfação momentânea, busca-se a vingança; porém, para uma felicidade duradoura, empenha-se através do perdão... Mas, afinal de contas, quais das famílias envolvidas naquela tragédia sangrenta saíram vencedoras?!?!?! NENHUMA!!! Pois, já dizia Confúcio que, antes de embarcar em uma vingança, cave duas covas...
Esse documentário para ser benfeito e bom! - 2. Em poucas palavras: a humilhação covarde e brutal a que foi submetido o capitão Salles Vilanova foi a tese para sua absolvição! – E por se tratar de "coronéis” de pé de pau, a viúva e seus parentes próximos, que patrocinaram e festejaram toda a matança não foram presos. - Os episódios paroquiais, como a adesão do juiz e do delegado de polícia da cidade não chegam nem a surpreender.
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