Por Michel Zaidan Filho
Foi o filósofo
alemão Walter Benjamin quem disse, uma vez, que não havia nenhum propósito
sensato na política.
Referia-se o
filósofo à política como mera atividade estratégica, destituída de propósitos
éticos ou normativos, cujo fim seria a conquista do poder pura e simplesmente.
Benjamin, sob a
influência do anarquismo, via os políticos sociais democráticos de sua época
como meros operadores políticos, preocupados, sobretudo, com a vitória de seu
partido nas eleições e mais nada.
Naturalmente um
tal conceito de política se aproximaria muito daquilo que Nicolau Maquiavel
denominou de "ética das consequências", onde o fim justifica os
meios.
Isso supondo que
os fins sejam sempre válidos, independentemente das pretensões de validade
ética ou moral que eles apresentem.
Muitos
revolucionários da nossa época lançaram mão da "ética das
consequências", alegando que o fim (revolucionário) justificava os
meios (amorais) empregados na ação política.
O tribunal da História
fez o seu veredicto sobre os resultados sociais e políticos dessa escolha.
Vem à tona,
outra vez, a questão das alianças políticas para as eleições presidenciais de
2018. E a busca de caminhos ou alternativas republicanas à imensa crise de
credibilidade que assola todo o nosso sistema político, depois das delações
premiadas dos implicados na Operação Lava-a-Jato.
Diante do quadro
de desesperança que toma conta dos eleitores, é lícito fazer alianças para se
conquistar um cargo político? E que tipo de alianças e com que aliados? -
Lenine, o grande revolucionário russo, diria que é certo se aliar com o inimigo
menor contra o inimigo maior.
Dessa visão,
resultou o pacto Hitler-Stalin, com todo
o horror provocado nas vítimas do nazismo na Alemanha.
No Brasil não
estamos diante de um regime fascista com base de massas organizado, mas
de um grupo político formado para viabilizar a execução de uma agenda ultraliberal
contra os direitos dos trabalhadores, dos servidores públicos, aposentados,
trabalhadores rurais, o patrimônio da Nação etc.
A ameaça é grande
e bem concreta de desmonte da nação e das políticas públicas, com a
cumplicidade de um Congresso que vive de costas para a sociedade, legislando em
causa própria. É necessário, portanto, ter alternativa eleitoral diante dessa
catástrofe que nos ameaça. Mas a pergunta que não quer calar é a seguinte: vale
a pena ganhar as eleições, com base em alianças eleitorais estaduais, e não
poder governar, a não ser cooptando parlamentares, a preço de ouro, e
correndo o risco de descaracterizar por completo a fisionomia desse
"novo" governo?
Essas perguntas
são feitas no momento em que o ex-presidente LULA faz a sua caravana política
pelo Brasil, em busca de apoio à sua anunciada pretensão de se candidatar à Presidência
da República em 2018.
Visitas de
cortesia a figuras como Renan Calheiros e a viúva do falecido em Pernambuco,
qual sinalização a se extrair desses acenos?
O principal ativo
político do PT é o apoio popular, o povo simples e humilde do nosso país, além
- é claro - dos trabalhadores urbanos, dos movimentos sociais, dos
trabalhadores rurais, dos aposentados e servidores públicos etc.
Ignorar ou
menosprezar esse capital político seria um grave erro para um partido e o
candidato cuja imagem está intimamente ligada ao povo. Só governos populistas
usavam a base de massa urbana para fazer a política dos ricos, dos poderosos.
Procurar, antes
de tudo, o apoio de oligarquias familiares regionais, pode selar a sorte deste
ou de qualquer governo que pretenda fazer mudanças sérias e profundas no País.
Haverá sempre um
conflito de interesses. E os interesses das oligarquias tendem a triunfar sobre
qualquer outro, sobrando apenas migalhas e a farta publicidade oficial para os
de baixo. É preciso não repetir os erros e as escolhas viciadas do passado
recente, que custou caro - aliás - à política dos partidos que se reivindicam
do socialismo e da esquerda.
Mais uma aventura
dessas poderá ser fatal às expectativas de mudança da sociedade brasileira. E
alimentar os discursos reacionários de que é tudo farinha do mesmo saco.
*Michel Zaidan filho, natural de Garanhuns, é cientista político e professor da Universidade Federal de Pernambuco, no Recife.
Em todos os partidos existem os bons e os ruins,os preguiçosos e os trabalhadores,os competentes e os incompetentes,os honestos e os corruptos, os verdadeiros e os mentirosos,os puxa-sacos e os sérios,os que pregam e a paz e os que pregam a violência.
ResponderExcluirQuem viu de perto e sentiu na pele as injustiças cometidas por homens públicos nestes país tudo em nome de uma falsa democracia tem muito o que contar.
Em 1970 eu tinha 12 anos quando se votou para Prefeitos e vereadores por apenas 2 anos.Natanael Alves da Silva x José Gonçalves de Melo.Venceu o que gastou uma fortuna. Foi a primeira reforma política e que não mudou em nada!!!!!
Em 1976 eu tinha 18 anos quando houve a segunda reforma política.A disputa foi entre Natanael Alves da Silva x Nelson Soares de Souza.6 anos de mandato. Mais uma vez venceu quem gastou muito dinheiro.Nada mudou !!!!!!
Em 1982 a disputa foi entre Joaquim Ferreira do Nascimento x Aristides Nery Monteiro.Venceu quem gastou muito dinheiro.Foi a terceira reforma política dando aos prefeitos e vereadores eleitos 6 anos de mandato.
E assim vieram as outras eleições e nada mudou somente ganhou para prefeitos e vereadores quem gastou muito dinheiro.Tudo dominado pelo medo,pela mentira e pelo money!
A GENTE PEDE ENCARECIDAMENTE QUE EM 2018, QUANDO TU VOTARES NO LULA, VÊ SE DESTA VEZ TU PRESTAS ATENÇÃO NO VICE QUE ESTAIS VOTANDO, PETRALHA!!!
ResponderExcluirP.S. : - Todo petralha deveria aprimorar o hábito de pensar. A começar pelo óbvio em ter o máximo de cuidado quando for votar no vice do candidato do PT...