Reunidos
na cidade de Fortaleza (CE), no dia 29 de março de 2017, os governadores do
Nordeste debateram a situação fiscal, previdenciária e social que aflige as
populações dos estados nordestinos. A partir de uma análise sobre os números do
chamado “déficit da previdência”, ficou evidenciado a necessidade de discutir e
propor uma solução para o problema que não penalize os mais pobres e as
mulheres.
O sistema
previdenciário brasileiro envolve uma parte significativa de seguridade social,
que é responsável por garantir uma vida mais digna a milhões de brasileiros.
Portanto, existe concordância com a necessidade de implantar medidas para
reformar a previdência brasileira, mas preservando a cidadania, o bem-estar social,
protegendo especialmente os trabalhadores rurais, as mulheres e o acesso aos
Benefícios de Prestação Continuada (BPC).
No
encontro, foi apresentada uma proposta que consegue equilibrar a previdência
dos Estados e, ao mesmo tempo, minimizar o grave problema fiscal do pacto
federativo brasileiro. Todos os Governadores presentes firmaram um pacto em
defesa da redistribuição das “contribuições sociais” - PIS, Cofins, CSLL -
com estados e municípios. É uma saída plenamente possível e responsável
que reequilibra as contas públicas dos estados nordestinos e possibilitará a
retomada imediata de investimentos públicos. Nos últimos 50 anos houve uma
redução de 40% na participação dos estados do chamado “bolo tributário”. A
Constituição de 1988 descentralizou despesas – saúde, segurança e educação,
principalmente –, porém manteve a concentração da receita na União. O processo
de aumento de impostos no Brasil – tão criticado por vários setores da
sociedade – se deu nas chamadas contribuições sociais, que não são repartidas
com estados e municípios. Agora, é o momento oportuno para construir uma
proposta que promova o desenvolvimento sustentável e inclusivo.
Além
destes dois pontos centrais, foram elencados como matéria importante para o
Governo Federal deliberar imediatamente:
a) A
obtenção imediata do alongamento das dívidas do BNDES sem diferenciação de
fontes, incorporando todas as linhas de financiamento;
b)
Liberação dos empréstimos já autorizados em 2016;
c) a
convalidação dos incentivos fiscais, fazendo a transição para um sistema que
acelere o crescimento econômico das regiões Norte-Nordeste;
d) Apoio
à Emenda Constitucional que autoriza a securitização da Dívida Ativa do setor
público brasileiro;
e) O não
contingenciamento das obras hídricas no orçamento do Governo Federal;
f)
Ampliar as fontes de financiamento à saúde, assegurando aos menos favorecidos o
direito garantido pela Constituição Federal;
g)
Liberação da bolsa estiagem e também a suspensão dos pagamentos das dívidas dos
agricultores afetados pela seca;
h)
Garantir a imediata realização dos leilões de energia solar e eólica suspensos
em dezembro de 2016, e apoio a projeto para partilha das receitas de Energias
Renováveis beneficiando estado e município da origem da energia;
Os
Governadores entendem que estas medidas são essenciais para a retomada rápida
do processo de geração de emprego e redução das desigualdades no
Nordeste.
Camilo
Santana
Governador
do Estado do Ceará
Paulo
Câmara
Governador
do Estado de Pernambuco
Robinson
Faria
Governador
do Estado do Rio Grande do Norte
Ricardo
Coutinho
Governador
do Estado da Paraíba
Wellington
Dias
Governador
do Estado do Piauí
Renan
Filho
Governador
do Estado de Alagoas
Belivaldo
Chagas
Vice-Governador
do Estado do Sergipe
*Foto: JC Online
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