A Adutora do Agreste, a maior obra hídrica em
execução no Brasil, ganhará um novo ritmo a partir de hoje (2). Os quatros
consórcios envolvidos nas obras dos Lotes 1, 2, 3 e 4, além do início de mais
uma frente de trabalho com o Lote 5, já começam a mobilizar equipamentos e
profissionais para imprimir celeridade às intervenções. Isso será possível
graças à retomada da liberação de recursos por parte do governo federal, que
não estavam sendo repassados com a regularidade necessária para tocar o
empreendimento. Com a liberação do último aporte de 2016, no valor de R$ 42
milhões, na terça-feira (27) passada, a Companhia Pernambucana de Saneamento
(Compesa) fechou o ano com o montante liberado de R$ 142 milhões. A expectativa
é que Toritama seja a primeira cidade a receber água pela Adutora do Agreste,
em maio deste ano, seguida por Santa Cruz do Capibaribe, no mês de setembro.
Diante da necessidade urgente de levar água para os
municípios do Agreste que sofrem com os efeitos do sexto ano consecutivo de
seca, o governador Paulo Câmara solicitou à Compesa a realização de estudos e
projetos para que fosse dada uma funcionalidade às tubulações da adutora
já construídas. Na concepção original do projeto, a Adutora do Agreste
seria alimentada pelo Eixo Leste da Transposição do Rio São Francisco, quando
fosse concluído o Ramal do Agreste, obra do governo federal que está prevista
agora para ser finalizada só em 2022. "Estamos enfrentando a maior
seca do século. O nosso corpo técnico apontou alternativas para antecipar
o uso da adutora e a chegada da água nos 23 municípios mais castigados pela
estiagem", contextualiza o diretor Técnico e de Engenharia da Compesa,
Rômulo Aurélio Souza, informando que o saldo em caixa de R$ 80 milhões
permitirá a retomada das obras da Adutora do Agreste.
"Essa foi a segunda maior liberação de
recursos desde o início do empreendimento em 2013. Com essa repactuação, e
se for mantido o calendário financeiro de 2017, o repasse de recursos pode
chegar a R$ 370 milhões, o que garantirá o avanço significativo do
projeto", informa. De acordo com o diretor, uma das alternativas para
antecipar a chegada da água será a Adutora do Moxotó, a primeira ligação da
Transposição com as regiões do Sertão e Agreste de Pernambuco. A Compesa vai
“puxar” a adutora, de 70 quilômetros de extensão, pela BR 232 até Arcoverde, e
de lá seguir por um trecho de 130 quilômetros da Adutora do Agreste até
Pesqueira, Belo Jardim e São Caetano. Essa engenharia vai tornar possível levar
água da Transposição, captada na Barragem do Moxotó, situada no distrito de Rio
da Barra (Custódia), no Sertão, até a cidade de São Caetano, no Agreste, com
uma vazão de 450 litros por segundo.
As obras das etapas 1 e 2 da Adutora do Moxotó
também ganharão celeridade a partir deste mês, com cerca de 200 trabalhadores
atuando em dez frentes de obras. A previsão para concluir o empreendimento é
março de 2018, no entanto, a Compesa vai dedicar esforços para finalizar a
Adutora do Moxotó antes do prazo, e entregar a obra em dezembro deste
ano. Também está sendo estudado pela companhia a possibilidade de levar a
água da Transposição a partir de captação na Barragem de Sertânia, adiantando a
chegada para o próprio município de Sertânia. Além disso, os trechos da Adutora
do Agreste que vão de Caruaru a Toritama, e de Toritama a Santa Cruz do
Capibaribe, serão finalizados para começar a receber água do Sistema do
Pirangi, a partir dos meses de maio e setembro de 2017, respectivamente. O
Sistema do Pirangi já está na reta final de conclusão das obras e vai levar
água do município de Catende, na Mata Sul do estado, para a Barragem do Prata,
situada em Bonito, beneficiando dez cidades do Agreste.
Outra obra que irá antecipar o uso da Adutora do
Agreste será o sistema adutor executado a partir dos poços de Tupanatinga,
composto de 20 poços - sendo quatro já perfurados. O edital para a perfuração
das outras 16 unidades será publicado no dia10 de janeiro e irá contemplar
também a construção de estrada de acesso, estações de bombeamento e uma adutora
de cerca de 80 km de extensão. Vai atender os municípios de Venturosa, Pedra,
Buíque, Tupanatinga, Itaíba, Aguas Belas e Iati. "A nossa expectativa
é concluir o processo em dois meses, já que tudo será feito dentro do modelo de
RDC (pregão), e executar a obra em 15 meses", revela Rômulo Aurélio.
15 frentes de trabalho simultâneas em 2017
A adutora será a redenção do Agreste,
região que possui o pior balanço hídrico do Nordeste. Em janeiro, a
obra voltará com força total em 15 frentes de trabalho situadas ao
longo da BRs 232 e 104. Serão gerados mais de quatro mil empregos diretos
e indiretos nos canteiros de obras localizados em Caruaru, Toritama, Santa Cruz
do Capibaribe, Itaíba, Águas Belas e São Caetano. Em maio de 2017, está
previsto o início das obras do Lote 5 que irão implantar um trecho de 40
quilômetros da adutora entre os municípios de Belo Jardim, São Bento do Una e
Lajedo. No Lote 5, serão agregados cerca de 200 postos de trabalho.
Hoje, dos 420 quilômetros da adutora (previstos
para os quatros lotes), quase 300 já estão concluídos, o que corresponde a 70%
da adutora - toda obra, que inclui um moderno sistema de bombeamento e uma
estação de tratamento de água, está 45% finalizada. Em termos de investimentos,
do total de R$ 1,4 bilhão orçados para o empreendimento, até o momento foram
executados R$ 610 milhões. Ao final do projeto, a Adutora do Agreste irá
consumir R$ 1,4 milhão e beneficiar mais de 2 milhões de pessoas em 68
municípios do Agreste, além de 80 localidades.
Transposição - O cronograma de início da operação da
Transposição do Rio São Francisco será antecipado em 30 dias, no começo de
2017, graças ao empréstimo de quatro conjuntos de motobombas feito por meio de
um Termo de Cessão de Uso não Oneroso, assinado pelo ministro da Integração
Nacional, Helder Barbalho, e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, no dia
26 de dezembro. O maquinário foi utilizado pela Companhia de Saneamento Básico
do Estado de São Paulo (Sabesp) durante o período de restrição hídrica em São
Paulo, com a queda do sistema da Cantareira. Os equipamentos podem bombear 2
mil litros de água por segundo e irão acelerar a passagem da água pelas
estruturas já construídas do Eixo Leste para beneficiar os estados de
Pernambuco e Paraíba. (Da Assessoria de Imprensa da Compesa no Recife).
Faz 30 anos que me dedico a estudar as Transposições do Rio São Francisco,uma obra secular que ao lado da Adutora do Agreste imortalizará dois grandes pernambucanos da gema,Luiz Inácio Lula da Silva e Eduardo Henrique Aciolle Campos.
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