Diante do processo conturbado de transição entre os
governos de Eduardo Campos e João Lyra, ambos do PSB, aliados do atual
governador estão concentrando esforços para demonstrar que a relação dos
correligionários segue sem conflitos. Esta semana, durante a abertura do
Congresso Pernambucano de Municípios, o presidente da Assembleia Legislativa, o
deputado Guilherme Uchoa (PDT), fez questão de ressaltar, ao longo do seu
discurso, a relação de confiança entre Eduardo e o vice-governador.
Guilherme Uchoa e João Lyra integraram o mesmo partido, o
PDT, durante quase todo o mandato do governador Eduardo Campos. Somente no
final do ano passado, o vice-governador deixou a legenda para ingressar ao PSB
com a intenção de ser o escolhido para a sucessão de Eduardo Campos, algo que
não aconteceu e o deixou irritado.
“Lyra foi mais que um parceiro, mais que um segundo
comandante (desse governo), exercendo funções importantes e tirando Pernambuco
do caos da Saúde (quando assumiu a Secretaria da Saúde, no primeiro mandato de
Eduardo), que ajudou muito Pernambuco a crescer. Lyra era não somente um
vice-governador. Ele integra realmente o governo, participando das reuniões de
monitoramento. Foi uma dupla que deu muito certo para Pernambuco”, disse.
Eduardo Campos, por sua vez, também destacou que suas
ações à frente do governo contaram com a participação de João Lyra. No
discurso, o governador disse que o planejamento da segunda edição do Fundo
Estado de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios (FEM) contou com o aval do
vice-governador, que vai assumir a gestão a partir de 4 de abril. O grupo de
Lyra, no entanto, nega que ele tenha tratado com Eduardo a reedição do FEM.
Nos bastidores, comenta-se que João Lyra ainda estaria insatisfeito
com o tratamento dado por Eduardo Campos. Ontem, o vice-governador disse que
ainda não sabe se terá à disposição os 30% do orçamento estadual previsto para
2014, que é de R$ 3,7 bilhões.
João Lyra afirmou que não há clima de mal-estar com o
correligionário no processo de transição, mas admitiu que poderá ter
divergências com o socialista.
“Quero fazer tudo de comum acordo com ele (mudança no
secretariado), como foi das outras vezes, que ele me deu toda autonomia. Vamos
nos entender. Pode ter alguma divergência do ponto de vista de uma coisa ou
outra, mas sem maiores dificuldades”, disse, ressaltando ainda que o seu
compromisso é concluir o governo iniciado por Eduardo.
(TRANSCRITO DO JORNAL TRIBUNA DE PERNAMBUCO)
"O Rei morreu, viva o Rei". É sempre assim, não muda nunca.
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