EDUARDO E ARMANDO E A CORRIDA PELO VOTO

Eduardo Campos e Armando Monteiro, que estiveram juntos em 2010, correm em campos opostos este ano. O socialista, que fez parte dos governos de Lula e Dilma, a cada dia se transforma num crítico duro da gestão petista, de olho no Palácio do Planalto. De quebra ainda quer deixar o Secretário da Fazenda, Paulo Câmara, na sua cadeira no gabinete principal do Palácio das Princesas.

Em Bom Conselho e Garanhuns o governador cumpriu agenda administrava. Mas, como não poderia deixar de ser, fez política o tempo todo. Logicamente espera que as ações importantes que anunciou nas duas cidades tragam muitos votos para o projeto do seu PSB.

Com expressivo número de prefeitos ao seu lado, Eduardo Campos ainda tem lugar no seu palanque para a oposição de alguns municípios. Em Bom Conselho mesmo deve receber a adesão da ex-prefeita Judit Alapenha, conforme informa o radialista e blogueiro Geraldo Mouret.

Armando Monteiro também não para. Se o socialista planta no Agreste o petebista procura colher no Sertão. Em Salgueiro o senador recebeu o apoio de lideranças do DEM, do PR, do PV, do PT e até do PSB de Eduardo.

O governador, que está se despedindo do cargo no próximo mês, precisa crescer nas pesquisas para que brasileiros de todas as regiões do país acreditem nele. Os 12% que tem atualmente representam pouco. Se ficar só nisso pode até puxar pra baixo Paulo Câmara na disputa estadual.

Armando vai querer que Eduardo fique nisso mesmo, lutará para se manter na liderança na eleição estadual e torcerá para que Dilma continue sinalizando uma vitória no primeiro turno, no plano nacional.

É fato que a eleição em Pernambuco estará quase que inteiramente nacionalizada. Paulo Câmara depende de Eduardo, que depende dele mesmo (e um pouco de Marina), enquanto Armando não dispensa o prestígio de Dilma e Lula junto ao grosso da população.

Abril está se aproximando e quando Eduardo Campos for ex-governador vamos ver como vão se comportar os prefeitos e outras lideranças.

As adesões daqui pra frente vão depender cada vez mais do poder de fogo dos governos e dos números dos pré-candidatos nas pesquisas.

A briga vai ser boa e que vença o melhor.