Recentemente a Organização Mundial da Saúde (OMS) em Genebra tratou o erro médico como “um problema global”
onde “morrem por minuto cinco pessoas devido a tratamento inadequado”.
Em Pernambuco o erro médico
deve ser tratado como problema de saúde pública, face ao grande número de
casos, agravado pela superlotação dos hospitais, falta de profissionais e
carência de aparelhagem e material. Não menos grave é a ausência de
fiscalização e punição dos responsáveis, por crime demasiadamente covarde que
atinge o bem maior do cidadão, que é a VIDA.
A Associação de Erro Médico do Estado de Pernambuco (ASVEM-PE),
instituição filantrópica, acompanha aproximadamente três mil casos de suspeita
de erro médico em nosso Estado, donde a maioria ocorreu em instituições
públicas, e lamenta que mesmo sendo um grande número não representa o
quantitativo real, pois a maioria das vítimas e familiares não denunciam, por
inúmeros motivos, em particular a falta de conhecimento de seus direitos, há
quais órgãos se dirigir ou, pior ainda, por não acreditarem nas instituições.
Frustrante também é para os que denunciam e não conseguem a justa
punição dos responsáveis, face aos entraves que surgem durante a apreciação do
caso, quais sejam: mudança constante dos responsáveis pela apuração, falta de
pessoal especializado, morosidade dos órgãos competentes.
A exemplo disso a engenheira Urbania, vítima fatal, em 07/10/2013, de
cirurgia de histerectomia, onde teve seu intestino perfurado e, alimentada
normalmente, seguiu para 2ª cirurgia onde bronco aspirou fezes, ficando
condenada à morte sem sequer ter conhecimento da lesão sofrida.
Desse caso já participaram sete delegados, durante dois anos na
delegacia, quatro promotores e três juízes. Atualmente, após seis anos, aguarda
designação do 4º Julgador para sentenciar, sem que este tenha participado da
instrução do processo demasiadamente complexo, correndo o risco da prescrição.
Lamentavelmente a impunidade “ronda” esse caso, como tanto outros.
Vítima fatal:
Urbania Possidônio de Barros Carvalho, 47
Importante que a população saiba que existe em curso no MPF-PE uma
Notícia de Fato para apuração do crescimento de casos de Erro Médico, bem como
um Procedimento de Acompanhamento concernente a VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA.
A ASVEM-PE pede ao cidadão que se sinta constrangido ou prejudicado, NÃO
DEIXE PASSAR EM BRANCO, busque registrar denúncia junto aos Ministérios
Públicos (Federal e Estadual), Delegacias (Consumidor, Idoso, Mulher, ou outra
próxima ao local do fato), Conselhos de Classe, Ouvidorias, Planos de Saúde e
outros canais disponíveis, e informem esses registros a Associação para que
possamos acompanhar o caso junto aos Órgãos competentes. Para isso
disponibilizamos:e-mail asvem.pernambuco@gmail.com; telefone: (81) 3107.4843;
WhatsApp 99329-7725; Blog asvem-pe.blogspot.com.br;
face ASVEM-PE, bem como atendemos as terças-feiras, de 14 às 18h, no
Empresarial Centro da Moda, Av. Pres. Kenedy, 1001, Peixinhos,
Olinda/PE.
URBANETE CARVALHO - Presidente da ASVEM-PE
*Ilustração: Revista Veja, que publicou reportagem informando que o erro médico no Brasil mata mais que o câncer.
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