Por Altamir Pinheiro
Allan Stewart Konigsberg (o polêmico Woody Allen, 83
anos), cresceu numa casa ortodoxa do Brooklyn, na qual a principal língua
era o ídiche, quando não o alemão. Na juventude, sofreu de claustrofobia e
agorafobia -MEDO DA MULTIDÃO. Aos 30, era conhecido como um dos melhores
comediantes dos Estados Unidos. Em 1997, aos 61, casou-se com a filha adotiva
de sua ex-mulher, Mia Farrow. Seu relacionamento com a coreana Soon-Yi
tornou-se fonte de polêmica não apenas pela diferença de idade entre os dois
(35 anos), mas também por, na sequência, Farrow passar a acusá-lo de ter
estuprado sua outra filha adotiva, Dylan, quando ela tinha 7 anos. Nada foi
provado.
Bastante produtivo, Woody Allen é ao
mesmo tempo criticado por produzir NADA INOVADOR. Seus longas trazem
invariavelmente um clichê de um judeu nova-iorquino erudito, inseguro e
melancólico. Ao longo de sua carreira no cinema fez dezenas de filmes,
quase todos em Nova York, como sempre, com terapeutas, dramas judaicos e alguns
distúrbios sexuais. E, invariavelmente, o próprio interpreta o personagem
ou então alguém que se considera uma segunda versão de si próprio quando é
encarnado por outro ator que é a semelhança cagada e cuspida dele.
Em entrevista, Allen já confirmou sobre suas fraquezas: disse ser
preguiçoso e pouco perfeccionista.
A primeira aparição de Woody Allen na televisão se
deu em Tonight Show, sendo então descoberto pelo produtor Charles Feldman, que
o encarregou de escrever e estrear em “O Que é Que Há, Gatinha, parodiando um
filme de James Bond. Nessa época já mostrava admiração pelo Jazz e começou a
tocar saxofone e clarinete. Em 1969, Allen estreou como diretor em “Um
Assaltante Bem Trapalhão”. A este se seguiram: “Bananas” (1971), “Tudo Que Você
Sempre Quis Saber Sobre Sexo, Mas Tinha Medo de Perguntar” (1972), “O
Dorminhoco” (1973). Ainda em 1972, protagonizou junto com a atriz Diane Keaton
o longa-metragem “Sonhos de Um Sedutor”, de Herbert Ross. A interpretação nessa
comédia foi um marco de sua carreira.
Sua consagração como diretor vem em 1977,
quando ele dirige a comédia dramática Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, em
parceria com a atriz Diane Keaton, com quem filma diversas produções. O filme
ganha diversos Oscars e lança uma bem sucedida série de dramas introspectivos,
com diálogos afiados, como Interiores (1978), Manhattan (1979), Zelig (1983) e
A Rosa Púrpura do Cairo (1985). Os anos 1980, aliás, trazem alguns de seus
maiores clássicos, explorando geralmente seus temas preferidos, como a cidade
de Nova Iorque, a religião judaica, a psicanálise e a burguesia intelectual
americana. Ele dirige Setembro (1987), A Outra (1988) e Simplesmente Alice
(1990). Esta também é a fase em que ele trabalha muito com a atriz Mia Farrow.
Com Tiros na Broadway (1994) e Poderosa Afrodite (1995), os anos 1990 começam a
marcar uma mudança rumo às comédias paródicas e leves.
Indicado 18 vezes ao Oscar em diversas categorias e
vencedor de um prêmio de melhor roteiro (por Hanna e suas Irmãs), Allen nunca
havia comparecido a uma cerimônia de Oscar até que em 2002, após os atentados
de 11 de setembro, resolveu fazer uma homenagem a Nova York no Oscar. Frasista
espirituoso, eis esta pérola criada por Woody Allen: “A vantagem de ser
inteligente é que podemos fingir que somos imbecis, enquanto o contrário é
completamente impossível”...
Não é raro encontrá-lo circulando pelas ruas
em Nova York e, às segundas-feiras, o diretor toca jazz em seu inseparável
clarinete, nos hotéis de Nova York. Primordialmente, Woody Allen é
autor de comédias ácidas e inteligentes, é vencedor de várias premiações do
cinema. Allen é autor de vários livros em que mostra seu ácido e inteligente
humor como Cuca Fundida(1971), Sem Plumas (1975), Fora de Órbita (2007),
entre outros.
Segundo o jornal o Globo, Após ser colocado na
geladeira pela Amazon, A rainy day in New York(Um dia chuvoso em Nova York),
filme de Woody Allen rodado no ano passado, será lançado no dia 3 de outubro na
Itália. Com a revelação, especula-se que o longa possa ser exibido no Festival
de Veneza, em setembro. No entanto, com sua carreira praticamente encerrada por
alegações de que molestou sua filha Dylan Farrow há quase três décadas,
recentemente, Allen discretamente tentou vender um livro de memórias, de acordo
com executivos de quatro grandes
editoras, e foi recebido com indiferença ou duras negativas. É o que podemos
chamar de fim de carreira de um famoso cineasta, roteirista, escritor,
ator e músico norte-americano. Em que pese está em decadência, Woody Allen é
aquele tipo de ator/cineasta que não tem meio termo: ou você ama ou
você odeia... Eu adoro!!!
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