AMÍLCAR |
Em 1963 Garanhuns fez uma
revolução pelo voto: Professor Petrônio Fernandes, foi candidato à prefeitura
com apoio dos governos municipal, estadual e federal.
Tinha em seu palanque ainda a
maioria dos vereadores, Aluízio Souto Pinto e Francisco Figueira, que tinham
sido prefeitos e eram deputados estaduais.
Era uma aliança tão forte que
deu trabalho para arranjar candidato para enfrentar Petrônio.
Alguém sugeriu o nome de
Amílcar Valença, que tinha sido vereador mais de uma vez e morava no distrito de
São Pedro, vivendo como agropecuarista.
Ele aceitou o desafio, Padre
Adelmar, então diretor do Colégio Diocesano e irmão de Amílcar foi consultado e
sinalizou apoio e pouco depois a campanha começou.
No início, nem levam o
candidato da oposição a sério. Chamavam ele de “leiteiro e matuto de São Pedro”.
Mas a campanha cresceu, “Micá”,
como alguns o chamavam caiu no gosto popular e no final nos comícios reunia
verdadeiras multidões.
Venceu em todas as urnas da
cidade e em dois distritos. Se elegeu junto com o vice-prefeito (na época a
votação era separada) e fez 9 dos 13 vereadores.
Fez uma grande gestão e foi
eleito prefeito uma segunda vez, além de eleger o sucessor em 1976, o
ex-vereador e vice-prefeito Ivo Amaral.
29 anos depois dessa primeira
revolução pelo voto que aconteceu em Garanhuns, a história se repetiu.
BARTOLOMEU |
Disputavam a eleição
municipal o médico José Tinoco, ex-deputado, o empresário Givaldo Calado, que
tinha sido bem votado em 1988 e a disputa entre os dois prometia ser dura.
Tinoco tinha a vantagem de
ser apoiado pelo prefeito Ivo Amaral, o governador Marco Maciel, a maioria dos
vereadores e os representantes do Governo Federal.
Já Givaldo Calado, atraia a
juventude, representava mudanças e tinha fama de bom orador.
Um terceiro candidato que se
lançou parecia não ter chances: era o médico Bartolomeu Quidute, tendo como
vice o biomédico Almir Penaforte.
Até dois meses antes da
eleição Dr. Tinoco era apontado como favorito, ainda mais que tinha na vice um
nome querido da população: o engenheiro João Inocêncio, que tinha sido
Secretário de Obras de Ivo.
Na reta final, contudo, a
dupla Bartolomeu e Almir caiu nas graças da população e no final o médico
venceu os favoritos por uma diferença enorme para a época. Foram 16 mil votos
de frente.
Bartolomeu não fez um governo de obras de pedra e cal, à exeção do CAIC, que conseguiu junto ao Governo Federal. Mas foi o primeiro gestor a dar uma atenção maior à periferia. Sua esposa, Dona Rosa, era muito popular e criou um "sopão" para atender os mais carentes.
Na eleição de 1996, Quidute apoiou Silvino e o elegeu, contra o candidato favorito, Ivo Amaral, que tentava o seu terceiro mandato.
Em 2020 completa 28 anos da
eleição de Quidute, que se elegeu 29 anos depois da vitória de Amílcar.
Quem lida com numerologia e
acompanha a história crê que no próximo ano Garanhuns vai estar pronta para
outra grande ruptura política, derrotando os velhos caciques e apostando em quem represente o novo, a mudança.
Vamos aguardar.
Fotos de Arquivo: Correio Sete Colinas/Galeria dos Prefeitos/Blog de Anchieta
Tive a honra de participar ativamente daquela campanha junto do meu amigo pessoal(até hoje!!!), Alexandre Marinho. Mesmo pertencendo ao PDT(até hoje!!!), me recusei abertamente em apoiar o candidato do meu partido/frente, Givaldo Calado, por entender que ele atropelou a candidatura das esquerdas. Foi a campanha mais bonita que presenciei em toda minha vida daquela dupla de jovens: Bartó/Almir.
ResponderExcluirP.S1.: -Lamentavelmente, Garanhuns assistiu a mais desastrada administração de toda sua existência desde sua emancipação política ocorrida em 4 de fevereiro de 1879, há 140 anos.
P.S2.: - Aos dias de hoje, o prefeito de então parecia mais CIRO GOMES(O SABE TUDO!!!). Não aceitava opinião em hipótese alguma, mesmo que fosse plausível, ele retrucava veementemente, por isso não fez porra nenhuma e se meteu(até hoje!!!), em várias encrencas com o Tribunal de Contas...