*Givaldo
Calado de Freitas
“Ah! Outro
dia um amigo me disse que, no mínimo, a nossa cidade tem vocação para o
turismo. Mas claro! Respondi. E quem disse que nossa cidade não tem vocação
turística?”
“É de se
perguntar: para nós, enquanto cidade, basta o nosso clima? O melhor do Brasil,
como dizemos. Basta a nossa água mineral? A melhor do planeta, como queremos.
Claro que não!”
“Na Colina
Magano temos o Cristo Crucificado; na Colina Triunfo temos o Santuário
Mãe Rainha; na Colina Columinho, temos a Via Sacra; na Colina Monte
Sinai, temos o que seria o Cassino de Pernambuco; na... Agora é preciso que
esses pontos turísticos, e mais tantos...”
Tenho
pontuado as carências de nossa cidade à conquista do título tão desejado de
“Cidade Turística”.
Com
efeito, de todos os títulos que Garanhuns ostenta - e são tantos - um, e
somente um, não lhe cabe, e disso tenho referido nos meus dias a dia. E dele
tanto falo com pesar, claro! Como se masoquista fosse.
Ah! Outro
dia um amigo me disse que, no mínimo, “a nossa cidade tem vocação para o
turismo”. Mas claro! Respondi. E quem disse que nossa cidade não tem vocação
turística? Evidente que tem. E muita! E essa vocação fora a nós referida, lá
pelos idos de 1950. Ela, e mais três outras.
Cuidamos
bem de duas delas, educação e comércio, de certo! Mas esquecemos ou
negligenciamos cultura e o turismo. E este não existe sem aquela.
Sabemos!
O Ministro
Gilberto Gil, quando da 1ª Conferencia Nacional de Cultura dizia que “não há
turismo sem cultura”. E perguntava: “por que alguém vai a Paris? Por que alguém
junta seus trocados para visitar Paris? O trabalhador de classe média, vai por
causa da Torre Eiffel, por causa do Arco do Triunfo, daquele vinho produzido em
Bordeaux, que é uma maravilha, que só tem na França, por causa daquele queijo
fedido, que todos dizem que é muito bom. Ainda que seja fedido, ele
precisa experimentar, por que vem da França. ”
É de se
perguntar: para nós, enquanto cidade, basta o nosso clima? O melhor do Brasil,
como dizemos. Basta a nossa água mineral? A melhor do planeta, como queremos.
Claro que não! Temos que divulgar nossos pontos de cultura. E eles são
olvidados por nós. Não os divulgamos. Não os vendemos. Mas estão aí. Na Colina
Magano o Cristo Crucificado; na Colina Triunfo o Santuário Mãe Rainha; no
Colina Columinho a Via Sacra; na Colina Monte Sinai o que seria o Cassino de
Pernambuco; na... Agora é preciso que esses pontos turísticos, e mais tantos,
que encerram a cultura da nossa cidade estejam prontos para receber aqueles que
vêm de fora nos visitar, gastar o seu dinheiro, este, não raro, de gente de
classe média, que juntou seus trocados para vir nos visitar, fugindo da
agitação da cidade grande a procura do repouso em uma cidade de interior,
aprazível, é certo, mas que não lhe oferece cultura e diversão desejadas.
Enfim, se
é de nosso desejo abraçar essas vocações de Garanhuns, a cidade precisa se
equipar; precisa se programar... porque, no mais, ela está, senão pronta, quase
pronta. Agora, temos que provê-la de atrações ao turismo. Temos que dotá-la de
informes que facilitem a acorrência do turista que se deseja.
Desses
informes tenho falado muito. E penso que, comigo, muita gente. E o faço em casa
com amigos. E o faço nas ruas com quem converso. E o faço pelas redes sociais.
Faço-o, portanto, onde quer que me encontro. Na cidade ou fora dela.
A
propósito, tenho recebido inúmeros comentários e mensagens de aplausos pelo
gesto.
Hoje, no
entanto, recebi uma mensagem que me deixou intrigado e surpreso, sobretudo por
partir de onde partiu. Seu autor, guardo comigo.
Ei-la:
“O que a
rede hoteleira oferece e os comerciantes da cidade para realização do Garanhuns
Jazz Festival? Tudo tem gasto e custo!” Etc. e Etc.
Respondi:
Primeiro -
Que do trade, portanto, de restaurantes, hotéis, bares... e do comércio, ajuda
total. Com muito impostos. E para os três níveis - municipal, estadual e
federal. E mais, no caso dos hotéis, estes chegaram a propor a pagar mais 5% de
suas faturas liquidas, à guisa de mais ajuda.
Segundo -
Que nenhum Festival pode ser entendido como gasto e custo do poder público. Ele
tem que ser havido como dispêndio, destinado a aumentar a capacidade produtiva de
seu agente. No caso, o poder público.
Terceiro -
Que em um Festival como o Jazz e Blues, e outros, todos faturam. Do flanelinha
ao empresário. Este, do grande ao micro. Sobretudo, o informal.
Quarto -
Que em um Festival como o Jazz e Blues, o público é seletivo. Vem pra apreciar
uma boa música, segundo diz, e pra gastar.
Quinto -
Que essa conta já fiz por diversas vezes. No último ano do Jazz e Blues a
cidade faturou cerca de R$ 10 milhões. Pra onde foi mandado, Gravatá, em 2016,
aquela cidade faturou cerca de R$ 25 milhões, porque, lá, tudo é mais caro:
restaurantes, comércio, hotéis, bares etc. e etc.
Sexto -
Que para esse ano de 2019 a conta está feita: Gravatá deve faturar cerca de R$
40 milhões. O Jazz e o Blues, ainda aqui, não faturaria menos que R$ 20
milhões. E sabe por que? É que chegamos a atingir a taxa de ocupação de 91%, e
o Festival se consolidava, se sedimentava.
O autor da
mensagem ainda hoje não me deu nenhuma resposta às minhas colocações. E não vai
dar. E se o fizer será a destempo. Soube, no entanto, que está com
vergonha do que me disse. Mas quero dizer: minha destemidez é em defesa de
minha cidade. E esta é minha bandeira, é meu partido. Agora, digo: tenha
vergonha não, amigo. Eu tenho Cristo no coração.
*Empresário.
Acadêmico. Figura Pública.
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