Do jornalista Ricardo Kotscho:
Está na
hora de falar português claro, com todas as letras: o capitão reformado Jair
Messias Bolsonaro já provou, apenas 45 dias após a sua posse, que não tem a
menor condição de governar o país por quatro anos.
O batalhão de generais que ele levou para o governo já
sabe disso.
Eleito presidente da República sem participar de debates, sem
apresentar qualquer plano concreto de governo, apenas atacando os adversários e
repetindo bordões imbecis nas redes sociais, era uma caixa preta levada pelo
voto ao Palácio do Planalto para derrotar o PT.
Agora, que o país vai descobrindo, a cada dia mais assombrado,
de quem se trata, não adianta repetir que “é preciso torcer para dar certo
porque estamos todos no mesmo avião”.
Não tem como dar certo. Bolsonaro vai pilotando a esmo, sem
qualquer plano de voo, desviando das nuvens pesadas em meio a tempestades que
ele mesmo e seus celerados filhos não cansam de provocar.
Os militares que o apoiaram sabiam muito bem quem era o capitão
reformado pelo Exército aos 33 anos por atos de indisciplina, não podem alegar
inocência.
Bastava consultar seu prontuário no breve tempo em que serviu ao
Exército.
Mesmo sabendo o risco que corriam, foi a forma encontrada pelos
militares e seus aliados daqui e de fora para voltarem ao poder, apenas 34 anos
após o fim da ditadura.
Definido pelo general Ernesto Geisel como “mau militar”, Bolsonaro passou sete
mandatos escondido no baixo clero da Câmara, sem fazer nada que preste, e
resolveu ser candidato apenas por capricho para combater seus inimigos reais ou
imaginários.
Fez da campanha eleitoral uma guerra, imitando arminhas com as
mãos, e ameaçando fuzilar a petralhada.
Uma vez no poder, continua sua guerrilha nas redes sociais, sob
o comando do filho Carlos, mais conhecido por Carlucho, o 02, chamado pelo
presidente de “meu pitbull”.
Ao retornar a Brasília nesta quarta-feira, depois de passar 17 dias internado
num hospital em São Paulo, recuperando-se da terceira cirurgia, sem passar o
cargo para o vice, em quem ele e os filhos não confiam, Bolsonaro encontrou um
banzé armado no Palácio do Planalto.
O 02 resolveu detonar pelo twitter o secretário-geral da
Presidência, Gustavo Bebianno, dono do cofre da campanha do PSL, denunciado por
variadas falcatruas com a verba do fundo eleitoral.
Em mais uma entrevista à Record, Bolsonaro apoiou o filho e
resolveu carbonizar o seu ministro mais próximo, dando uma ideia do clima no
Palácio do Planalto.
Bebianno, que deve saber demais, não pediu demissão nem foi demitido até a hora
em que escrevo este texto.
Como devem se sentir agora os outros auxiliares do presidente,
que nem conhecia a maioria deles, e foi montando seu ministério meio a olho,
catando o que de pior encontrou em cada área?
Este já é de longe o pior ministério da história da República. E
vai governar com o pior Congresso e o pior Supremo Tribunal Federal que já
tivemos.
Com a revelação do laranjal de candidatos bancados com dinheiro
público, desviado para gráficas fantasmas, sabemos agora como foi montado o
esquema da “nova política”, que levou uma manada de cacarecos para Brasília.
Antes que se pudesse imaginar, eles já estão se engalfinhando por nacos de
poder no governo e no Congresso, num clima de desconfiança generalizada, todos
andando de costas para a parede.
Twitter, WhatsApp, Facebook, tudo isso pode ser muito bom e
bonito para eleger um presidente pelas redes sociais, mas é impossível governar
com um celular na mão, sem ter a menor ideia do que se pretende fazer para
enfrentar os gravíssimos problemas sociais e econômicos do país.
A impressão que me dá é que Jair Bolsonaro não esperava ganhar a
eleição quando se lançou candidato e agora já deve estar arrependido de ter
vencido.
De crise em crise, de recuo em recuo, de trombada em trombada, a
caixa preta desse circo de horrores vai sendo aberta para espanto do mundo
civilizado.
Das duas uma: ou os generais vão tutelar o ex-capitão por mais
quatro anos ou o país enfrentará uma crise institucional sem precedentes.
A primeira providência deveria ser tirar os celulares das mãos
dos Bolsonaros.
Enquanto curtimos um governo do tipo do RECRUTA ZERO, que está mais ENROLADO do que o presidente da Câmara de Vereadores de Garanhuns, o atuante Senador Fernando Bezerra Coelho em apenas 45 dias arrasta para Petrolina a soma de R$ 18 milhões e joga no colo do prefeito daquela cidade que tem apenas 26 anos de idade.
ResponderExcluirP.S1.: - Para quem não sabe, o bom Senador Fernando Bezerra Coelho elegeu o seu filho prefeito de Petrolina com apenas 23 anos de idade e se tudo isso não bastasse, além do Senador ter um filho deputado federal elegeu outro filho, deputado estadual com apenas 21 anos.
P.S2.: - Ah, se Garanhuns tivesse um Senador deste!!!
Radiografia nada! Isso foi uma Esquerdografia!
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