Está no catálogo
da Netflix um filme imperdível. Estamos nos referindo a “Uma Noite de 12 anos”,
longa uruguaio com direção de Álvaro Brechner.
Aclamado em
vários países do mundo, inclusive o Brasil, o filme faz um recorte do que foi a
ditadura no Uruguai, do início dos anos 70 até 1985.
A história é
centrada na vida de três prisioneiros: Mauricio Rodencof, Eleuterio Fernández e
José Mujica, que lutaram contra a ditadura participando do movimento Tupamaros,
foram presos, torturados e ficaram na cadeia longos 12 anos, isolados da
família, dos amigos, da família, submetidos a todo tipo de humilhação e
castigo.
Incrível como os
três rapazes puderam resistir tanto tempo às condições sub-humanas a que foram
submetidos.
Mas aguentaram e
depois que ganharam a liberdade, com o fim da ditadura infame, voltaram à
militância política.
Um deles,
escritor, exerceu cargo importante no país da área da cultura, outro foi
Ministro da Defesa do Estado, e Mujica, que lembramos bem como aquele velhinho
simpático que vez por outra aparece na TV brasileira defendendo os direitos
humanos e outras pautas da esquerda, se elegeu deputado, senador e presidente
do Uruguai, aos 75 anos.
O longa é bem
realizado, com padrão europeu de cinema, bons atores, roteiro caprichado e uma
perfeita reconstituição do drama vivido no país vizinho.
Chico
Darín, argentino que interpreta um dos três rapazes presos, parece ter se impressionado
com as filmagens de “Uma Noite de 12 Anos”.
Quando do
lançamento do filme no Brasil, no
segundo semestre do ano passado, Chico demonstrou admiração pelo fato de ainda hoje, em
pleno século XXI, existir a necessidade de dizer as pessoas que “a tortura é uma coisa ruim”.
Ditaduras são
péssimas, sejam de esquerda ou de direita e a tortura, física ou psicológica é
terrível. É um ato covarde por parte de quem pratica e muitas vezes acaba com a
vítima, que mesmo sobrevivendo nunca mais se livra das sequelas produzidas
pelos monstros.
Ainda hoje, porém,
existem os defensores das ditaduras e dos torturadores, às vezes alienados da
realidade, do que aconteceu na Rússia dos bolcheviques, na China da Mao Tse
Tung, na Espanha de Franco, em Portugal de Antônio Salazar, no Chile de
Pinochet, na Argentina de Jorge Videla ou no Brasil de Garrastazu Médici.
Em tempos de
obscurantismo, como o que estamos vivendo, “Uma Noite em 12 Anos” é uma obra
necessária e indispensável.
*Na foto do Jornal O Globo, cena do filme uruguaio.
Os críticos de cinema analisam muito bem todo o enredo do esplendoroso, sereno e reflexivo filme UMA NOITE DE 12 ANOS, com esta passagem: "QUAL É A MINHA SENTENÇA?"... "VOCÊ IRÁ SENTI-LA NA PELE!"... Entre os bons críticos destaco Francisco Russo quando afirma taxativamente que, “Este é um filme sobre não se entregar, por mais que não haja a menor perspectiva de mudança. A sobrevivência, por si só, já é uma vitória”. O filme ainda merece destaque pela brilhante recriação da canção "THE SOUND OF SILENCE" – O SOM DO SILÊNCIO, que fora composta em 1964 pelos cantores e compositores norte-americanos Paul Simon e Art Garfunk, cuja força na letra é simplesmente de arrepiar. A canção, traduzida, em sua primeira estrofe começa assim: Olá, escuridão, minha velha amiga / Vim conversar com você de novo /... É UMA CANÇÃO QUE VAI NA ALMA!!!
ResponderExcluirQuem tiver a oportunidade de assistir UMA NOITE DE 12 ANOS, sentirá na pele ou presenciará um fato emocionante, amargo e comovente, pois o filme é uma lição de resistência e ternura. Mostra como a maldade se aproxima das pessoas. Ainda bem que no exato momento o Brasil decente e as pessoas sensatas, por ter se livrado por 13 anos de uma DITADURA DA LADROAGEM, estão na expectativa de que dias bons de ordem e arrumação estão por vir, principalmente no campo da justiça propriamente dita, quando acaba de tomar posse nesse novo governo um Ministro da Justiça que dispensa comentários.
Na verdade, UMA NOITE DE 12 ANOS não é um filme triste e
também não apresenta eles como heróis nem como mártires. São três
figuras solitárias resistindo à loucura. Voltando ao crítico de cinema Francisco Russo, quando ele descreve que, “Mais do que a excelência nas atuações e nos aspectos técnicos, UMA NOITE DE 12 ANOS é um filme de significado imenso pelo que representa. Seu brilho não está nas agruras da ditadura ou mesmo na denúncia dos absurdos cometidos, mas na beleza das pequenas conquistas, tão valorizadas quanto raras pelas dificuldades enfrentadas em apenas viver”. De resto, a fita de Nacionalidades Uruguaia, Espanhola, francesa e Argentina é um filme lindo, que diz muito sobre quem somos - para o bem e para o mal.
P.S.: - UMA NOITE DE 12 ANOS mostra, em pleno Século XXI, o quanto perversa pode ser uma ditadura. É triste saber que hoje em dia países como VENEZUELA, CUBA e a CORÉIA DO NORTE vivam num regime de exceção, como os atores tão bem retratam ou desempenham os papéis de vítimas de uma ditadura sanguinolenta como das três “NAÇÕES” acima. Ótimas interpretações de Antonio de La Torre(Personagem: José Mujica); Chino Darin(Personagem: Maurício Rosencof); Alfondo Tort(Personagem: Eleutério Fernandéz Huidobro) e Soledaded Villamil(Personagem: Psiquiatra). UMA NOITE DE 12 ANOS é interessante independente do fator político, mas sim pela história em si.
Movimento Tupamaros aquele grupo narco-terrorista com inspiração Marxista-Leninista do Uruguai? É uma pena que o governo Uruguaio não tenha também seguido o exemplo Chileno e não tenha matado a todos!
ResponderExcluirOs tupamaros começaram com assaltos a bancos, clubes de armas e outros negócios no início dos anos 1960. No final dos anos 1960, envolveram-se em sequestros políticos, como o do cônsul brasileiro em Montevidéu, Aloísio Gomide, "propaganda armada" e assassinatos.
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