Por Altamir Pinheiro
Maureen O'Sullivan(irlandesa como sua
xará Maureen O’hara), pois foi a mais popular de
todas as JANE, companheira de "Tarzã". A Metro Goldwin Mayer
jogou todo o seu poderio para reviver o personagem de Tarzã e fazer deste
filme("Tarzan, o Filho das Selvas" de 1932), o melhor até então sobre
o personagem de Edgar Rice Burroughs. Foi o primeiro filme falado de Tarzã, o
diretor era dos melhores do estúdio e o elenco escolhido a dedo. Sua
grande oportunidade viria quando mudou da FOX para os estúdios MGM(Metro
Goldwin Mayer). Surgiu o papel de Jane, companheira de Tarzã. Com Johnny
Weismuller no papel do homem macaco, ela estrelou “Tarzã dos Macacos”
(1932) seguido de mais quatro filmes da série. Foi durante as filmagens que ela
conheceu seu marido o diretor John Farrow.
E por falar em o
Homem das Selvas, Johnny Weismuller e Maureen O’Sullivan foram os mais famosos
Tarzã e Jane do cinema e também considerados os mais perfeitos. Mas fora a
dupla romântica havia um protagonista que roubava a cena: CHITA, o macaco.
Infelizmente o famoso macaco (sim, era macho) faleceu no dia 24 de dezembro de
2011 aos 81 anos de idade em consequência de problemas renais no refúgio de
animais ou num santuário de primatas no estado da Flórida, nos
Estados Unidos. Chita constava desde 2001 no livro dos Recordes como o macaco
mais velho do mundo. Ai que saudade nos dá, de quando íamos ao cinemas por
esse Brasil afora, com cupons que recortávamos das caixas de sabão em pó
da marca OMO, íamos todos felizes assistir Tarzã, Jane, Boy e a
maravilhosa e de bem com a vida Cheeta!!! Pois, não é à toa que,
voltando-se ao túnel do tempo, enterrou-se, junto com Chita, também
um pedaço de nossa infância...
Como nos conta o pesquisador e
estudioso dos filmes de Tarzã, Sávio Soares, O macaco
Chita nasceu na Libéria, se chamava Jiggs, no cinema foi rebatizado de
Cheeta(Chipanzé), no mundo latino devido a grafia tornou-se Chita. Em 2008 o
macaco mais famoso do cinema teve uma biografia em forma de ficção lançada pelo
escritor inglês James Lever intitulada “Eu, Chita” (“Me, Cheeta”), inédita no
Brasil, em que o chipanzé traçava comentários sobre a era de ouro de Hollywood,
nos anos 1930. Por três vezes tentaram imortalizar suas patas na Calçada da
Fama, mas não conseguiram. Apenas os cachorros Rin Tin Tin e Lassie obtiveram
tamanha conquista…
O Tarzã Johnny Weissmiller,
interpretado pelo campeão olímpico de natação (de 1924 e 1928) foi
considerado o melhor Tarzã do cinema. Nos filmes, o
Homem-Macaco tinha a companhia da Jane, papel que ficou com a bela atriz
Maureen O’Sullivan (mãe da atriz Mia Farrow), a macaca Chita, e o filho adotivo
Boy, interpretado pelo ator Johnny Sheffield. Pergunta-se: Quem inventou
o grito do Tarzã?!?!?! Na verdade, o famoso grito foi produzido em
estúdio: um mix de vozes e ruídos, entre os quais uma soprano de ópera e
sirenes, conta Ruy Castro no Livro “Um filme é para sempre” (Companhia das
Letras, 2006). Impossível um ser-humano reproduzir todos àqueles sons através
apenas da voz. Segundo o escritor Ruy Castro. “Afumalakatchumba!!!” era como o
ator-nadador Tarzã chamava os elefantes. O criador do
personagem foi o escritor americano Edgar Rice Burroughs que escreveu ao todo
23 romances sobre o Homem das Selvas. A título de curiosidade, muitas das cenas
dos filmes de Tarzã eram gravadas no Brasil, mais precisamente
nas cataratas de Foz do Iguaçu.
No dia 20 de janeiro de 1984, o homem
que ajudou a revolucionar o esporte e a criar um mito das telonas morria aos 80
anos em Acapulco, no México, Johnny Weismuller. Deixava, então, o cinema órfão
daquele que é considerado o melhor Tarzã da história e a natação sem sua
primeira grande lenda. Porém, nem tudo são flores. Os últimos anos de vida
foram difíceis. Chegou a sofrer uma série de derrames e de ataques cardíacos.
Em 1979, foi internado em Los Angeles, onde especialistas diagnosticaram um
"desequilíbrio mental progressivo e incurável", segundo obituário do
ator escrito pela Folha de S. Paulo na década de 80. Acreditava, diz o
registro, que ainda era o Tarzã e gritava, com voz falha, a plenos pulmões o
som que tinha inventado para o personagem. No seu enterro, em vez de honras ao
nadador que elevou a natação norte-americana a um outro patamar, um som se
destacou. Enquanto o caixão de Peter Johann Weissmuller baixava, o grito de
Tarzã ecoou três vezes de um gravador.
Em se tratando de Maureen
O'Sullivan eis alguns dos bons filmes protagonizados por
ela: Hannah e Suas Irmãs (1986), com direção de Woody Allen; - O Resgate
de um Bandoleiro (1957), com Randolph Scott e
Richard Boone; - O Relógio Verde (1948), Tendo como Diretor seu
marido John Farrow; - A Fuga de Tarzan (1936), com direção de John
Farrow. Nos créditos de "A Fuga de Tarzan" aparecia pela
primeira vez um jovem assistente e futuro diretor chamado John Farrow. Maureen
e John se conheceram em filmagem e se casaram em setembro de 1936. Do casamento
tiveram vários filhos entre eles uma filha que posteriormente seria a famosa
atriz Mia Farrow.
No tocante aos filmes faroestes,
Maureen O’Sullivan fez “Resgate de Bandoleiros”, com Randolph
Scott e Richard Boone. Longe dos dias que encantava (e
provocava) o mundo como Jane, O’Sullivan é a única figura feminina do elenco.
Isso faz com que sua personagem desperte nos jovens Skip Homeier e Henry Silva
os naturais desejos masculinos há muito represados. E a grande cena de Maureen
em “Resgate de Bandoleiros” é justamente quando um dos bandidos se projeta
sobre ela para estuprá-la. Como diz o cinéfilo Jurandir Lima: “Resgate de
Bandoleiros é um filme de um roteiro muito simples, mas que foi feito com um
esmero acima da média de filmes B. Seus cenários são lindos, suas
interpretações são todas relevantes (Scott/Boone/Maureen) e a história é bem
amarrada e muito bem desenrolada”.
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