Por Altamir Pinheiro
Quando se fala em atores NEGROS de Hollyood vem logo a
memória da gente a figura de SIDNEY POITIER, hoje, com 90 anos de idade.
Esquece-se desse gigante ator negro que é Woodrow Wilson
Wolwine Strode, apelidado “WOODY”, descendente de ÍNDIOS Cherokee, além de
naturalmente ser o que se convencionou chamar de AFRO-AMERICANO. Essa mistura
de raças gerou um jovem fortíssimo, com 1,93m de altura e uma invejável
musculatura. Em sua brilhante e promissora carreira como ator Woody
Strode fez parte de grandes filmes, conviveu com diretores do mais alto
gabarito como John Ford e com atores famosos como John Wayne. Tudo
isso em razão de sua boa índole, seu porte físico e altivez somados
a seu razoável talento interpretativo, fizeram dele um dos mais requisitados
atores negros de seu tempo. O Gigante Woody foi abatido por um
câncer do pulmão que o levaria à morte aos 80 anos em 31 de dezembro de
1994, em Glendora, na Califórnia.
Essa figura extraordinária, Strode foi daqueles atores que tem
uma presença tão marcante, em razão de seu porte, seu olhar, que mesmo tendo
poucos diálogos, como na maioria de seus filmes, atraía o olhar da plateia para
ele num piscar de olho, automaticamente. Todos os papéis que esse
ator desempenhou, ele deixava um rastro de perfeição. Como sempre, impondo
uma dignidade, uma altivez e uma grande sensibilidade em tudo que fazia
ou o papel que desempenhava. Basta dizer, do seu desempenho de ator que
dignificou cada personagem que interpretou, especialmente o Sargento Rutledge
de “Audazes e Malditos”, o gladiador de “Spartacus” e o negro Pompey, empregado
de John Wayne em “O Homem que Matou o Facínora”. Esses três filmes apenas
bastariam para colocar Woody Strode no hall da memória dos verdadeiros
amantes dos filmes de faroestes.
O competente historiador de filmes faroestes, Darci
Fonseca, nos afirma que, na década de 1960 Woody Strode participou de diversos
filmes importantes que o levaram a ser conhecido pelo nome e não apenas
lembrado como “AQUELE NEGRO FORTE” de tantos outros trabalhos no cinema. A
magnífica sequência começou em 1960 com “AUDAZES E MALDITOS” (Sergeant
Rutledge), western de John Ford que Woody protagonizou. No mesmo ano, um dos
melhores momentos do épico “SPARTACUS” foi a brutal luta entre o gladiador
africano Draba (Woody) contra Spartacus (Kirk Douglas). Indicado para o prêmio
‘Melhor Ator Coadjuvante’ do Globo de Ouro (1961), por sua atuação em
“Spartacus”, Woody Strode recebeu, enfim, o reconhecimento da crítica quanto a
seu talento como intérprete. Fazer parte do grupo de atores preferidos de John
Ford é, sem dúvida, uma honra para qualquer intérprete e Woody Strode atuou
sucessivamente em “Terra Bruta”, “O Homem que Matou o Facínora”,
ambos do diretor John Ford que morreu no ano de 1973. Neste último, que foi a
derradeira obra-prima de Ford, Woody Strode interpreta Pompey, numa atuação tão
marcante quanto aquela em que personificou o Sargento Rutledge. E Woody estaria
presente no elenco de “Os Três Desafios de Tarzan”, em que o Rei das Selvas é
Jock Mahoney. Strode já estivera em outro filme do Rei das Selvas, que foi
“Tarzan e a Tribo Nagasu”, com Gordon Scott.
Os anos 60 reservariam ainda dois filmes memoráveis para Woody
Strode, ambos faroestes. Em 1966 Woody foi um dos quatro especialistas de “Os
Profissionais”, como o atirador de flechas de Burt Lancaster E veio
1968, com SERGIO LEONE colocando Woody Strode na deslumbrante sequência inicial
de “ERA UMA VEZ NO OESTE”, com Woody como Stone, um dos bandidos que
aguardam a chegada do trem. Depois desse conjunto de westerns Woody Strode
poderia ser considerado o mais importante ator negro dos faroestes, ainda que
nunca como ator principal. Provavelmente pelo grande preconceito de seu país, Woody não teve maiores oportunidades como PROTAGONISTA, pois, em minha opinião,
ele tinha talento, pena que não pode desenvolvê-lo a contento. Outros
westerns-spaghetti, já nos anos 70, que contaram com Woody Strode no elenco
foram “KEOMA”, com Franco Nero. Pois bem!!! Longe do gênero western Woody
Strode apareceu em “TRAVESSIA A CUBA”, como também em "CAUSA
PERDIDA": uma biografia do guerrilheiro argentino CHE GUEVARA que
fora protagonizado por Omar Shariff.
O filme CHE que teve seu nome alterado, aqui no Brasil, para
CAUSA PERDIDA. Apesar de ter sido filmado em 1969, só chegou às telas do Brasil
em 1976, em pleno regime militar e com vários cortes... Esta é uma obra
bastante controversa, em especial nas personagens centrais: Ernesto Che Guevara
(Omar Sharif) e Fidel Castro (Jack Palance, caracterizado fisicamente de
maneira perfeita). Como escreve o blogueiro Alexandre Maccari, o filme é
uma produção hollywoodiana, com elenco mega estelar, que tinha o
objetivo de retratar um símbolo da luta contra o imperialismo dos Estados
Unidos. Principalmente se considerarmos ser um filme feito no cerne de
acontecimentos importantes da Guerra Fria, como a luta no Vietnã e tão próximo
da morte de Ernesto Che Guevara, em 1967.
A obra está estruturada de forma que
somos conduzidos por depoimentos PSEUDO-DOCUMENTAIS, de partícipes da luta PRÓ
e também CONTRA os ideais de Guevara, sendo exposto a trajetória do líder da
chegada à Cuba (em fins de 1956), passando pelos conflitos ideológicos entre
Fidel e Che, até o retrato do momento da guerrilha na Bolívia e seu desenlace
trágico. O filme vale principalmente por seu caráter histórico.
Destaca-se na produção os ótimos atores Frank Silvera e WOODY STRODE, que no
filme acabam sendo meros coadjuvantes de Jack Palance e Omar Sharif.
Por fim, a esse “GIGANTE” que com certeza ajudou abrir “muitas
portas” para as futuras gerações de artistas negros que tão bem desempenhou o
papel de SARGENTO RUTLEGDE, no filme “Audazes e Malditos”, o mais preto e
branco dos filmes do diretor John Ford. E para fazer jus e dignificar cada
personagem que o GIGANTE ATOR NEGRO interpretou, assista ao trailer de
apenas 4 minutos de trechos exibidos como
anúncio do filme CHE! – CAUSA PERDIDA - que está sendo projetado
logo abaixo, tendo como pano de fundo uma excelente melodia de CARLOS PUEBLA,
cantor, compositor e guitarrista, muito
conhecido como “El Cantor de la Revolución C".
ÚLTIMA ESTROFE DO TEXTO:
ResponderExcluirPor fim, a esse “GIGANTE” que com certeza ajudou abrir “muitas portas” para as futuras gerações de artistas negros que tão bem desempenhou o papel de SARGENTO RUTLEGDE, no filme “Audazes e Malditos”, o mais preto e branco dos filmes do diretor John Ford. E para fazer jus e dignificar cada personagem que o GIGANTE ATOR NEGRO interpretou, assista ao trailer de apenas 4 minutos de trechos exibidos como anúncio do filme CHE! – CAUSA PERDIDA - que está sendo projetado logo abaixo, tendo como pano de fundo uma excelente melodia de CARLOS PUEBLA, cantor, compositor e guitarrista, muito conhecido como “El Cantor de la Revolución Cubana”, intitulada HASTA SIEMPRE COMANDANTE - Até Logo Comandante (Versão tradicional). Vale a pena conferir a seleção de 4 minutos do vídeo abaixo.
www.youtube.com/watch?v=uT3DCWDgpmM
corrigindo: à memória
ResponderExcluirRERRATIFICAÇÃO: Errado: pena que não pode desenvolvê-lo a contento. CORRETO: pena que não PÔDE desenvolvê-lo a contento.
ResponderExcluirescitor ruimmmmmmmmm.
ResponderExcluirO video é sensacional guardei nos meus arquivos.
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