CONTEXTO

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Pesquisas Eleitorais

A FARSA DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Por Michel Zaidan Filho*

O atual ocupante do Palácio da Alvorada anunciou, com estardalhaço, aquilo que ele entende como uma “agenda positiva” para o ano legislativo de 2017: a reforma da Previdência Social, a reforma trabalhista e a reforma tributária.  Pretende ele dar uma impressão de ativismo governamental, diante das inúmeras denúncias de Caixa 2 que envolve sua ilustre pessoa e seus diletos ministros. É bom lembrar que dois do triunvirato que mandava nesse governo já foram abatidos pelas denúncias e que outros correm o mesmo risco, depois da divulgação da segunda lista da procuradoria Geral da República.

Se formos analisar com cuidado a isso que vêm chamando de reformas, na verdade vamos descobrir que se trata de um grande esforço de agradar as empresas, o mercado financeiro, mercado securitário, aumentando o ônus do financiamento dos negócios e do próprio Estado para os trabalhadores urbanos e rurais, os idosos, os deficientes e os servidores públicos federais e estaduais.
A alquimia dos autores dessa reforma consiste de desonerar as empresas do pagamento de taxas e contribuições de finalidades extrafiscais (cofins, PIS, CLL etc.)  cujo objetivo é o financiamento da saúde e assistência social, para aumentar as margens de lucro das empresas privadas nacionais e estrangeiras. 

Já a malfadada reforma trabalhista – antiga reivindicação dos empresários – é um eufemismo para encobrir o fim dos direitos e conquistas  dos trabalhadores, nas últimas décadas e tornar a exploração do trabalho assalariado mais selvagem. 

A reforma da Previdência, por sua vez, é um tiro no tripé consagrado pela Constituição cidadã: seguridade social, assistência social e saúde. É bom lembrar que a saúde e a educação foram atingidas pela aprovação da PEC da morte, pela limitação absurda dos gastos com as políticas sociais. Se a reforma previdenciária fosse aprovada, estaria consumada assim a destruição desse tripé.

A previdência social é sustentada por uma ciência contábil denominada “Atuária”, que é o cálculo da estimativa de vida dos segurados e a receita paga por eles no decorrer de sua vida útil. Ela não é deficitária, como se diz. A associação dos autores da Previdência já demonstrou à saciedade que há superávit e não déficit, como diz o governo.

A questão é que o ministério responsável pelas pensões paga benefícios e contribuições, sem cobertura de receita, ao invés de transferir para o Congresso e o Orçamento da União o ônus desses benefícios. Mas a motivação é outra: é fomentar e difundir a contratação privada de fundos de pensão, com o modelo de contribuição definida, mas benefício indefinido, porque atuarão  no mercado financeiro, buscando a valorização do capital securitário.
Se houver rendimento, o benefício sobe. Se houver prejuízo, o benefício cai. Um verdadeiro filão para empresas inescrupulosas cujo fim é abocanhar o dinheiro e a ilusão dos incautos.

Não há como se deixar enganar por esse tipo de agenda.  Ela vai concentrar ainda mais a renda dos brasileiros, aumentar o grau de exploração da força de trabalho e tornar a aposentadoria numa quimera inalcançável para a maioria dos brasileiros. Enquanto, os parlamentares, juízes e militares continuarão a gozar dos mesmos benefícios salariais e previdenciários de que já desfrutam.

*Michel Zaidan Filho é natural de Garanhuns, professor universitário, cientista político e escritor.

*Foto reproduzida do Sindicato dos Aposentados

Um comentário:

  1. O MODELO PREVIDENCIÁRIO BRASILEIRO FOI FEITO COM BASE NA IDEIA DE QUE O CRESCIMENTO POPULACIONAL SERIA MANTIDO COMO NO PASSADO, COM FAMÍLIAS GERANDO MAIS DE 4,5,6,7,8,9... FILHOS. DIFERENTEMENTE DO MODELO PREVIDENCIÁRIO DOS PAÍSES DE VERDADE ONDE CADA UM É RESPONSÁVEL POR UMA ESPÉCIE DE POUPANÇA QUE SERVIRÁ COMO SUA BASE DE APOSENTADORIA NO FUTURO, O BRASIL ESTABELECEU QUE OS JOVENS DEVEM PAGAR CONTRIBUIÇÕES PARA A APOSENTADORIA DOS VELHOS, FORMANDO UM TIPO DE TELEXFREE DA APOSENTADORIA. OU SEJA, É DAQUELAS COISAS BOLADAS POR ANALFABETOS QUE NÃO ENXERGAM UM PALMO À FRENTE DA VENTA.

    No fim das contas o problema da previdência resume-se ao seguinte: MUITA GENTE ENVELHECENDO E POUQUÍSSIMA GENTE QUERENDO FAZER FILHOS PARA REPOR A FORÇA DE TRABALHO DO PAÍS Logo o qual a solução arrumada pelo governo brasileiro para este problema? CLARO QUE É... LEGALIZAÇÃO DO ABORTO, MASSIFICAÇÃO DE MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS e ESTÍMULO AO HOMOSSEXUALISMO espalhados por todos os lados. Brilhante solução né mesmo? Tudo isso com palmas da esquerda e da direita.

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