Quatro
anos atrás tivemos a oposição vencendo as eleições em mais da metade dos
municípios do Agreste Meridional. Foi um fato novo na política das cidades da
região, que têm um eleitorado tradicionalmente governista.
Este ano,
porém, talvez pelo espírito conservador que domina a Nação, desde o impeachment
da presidente Dilma e da ascensão de Michel Temer ao poder, o sentimento de
mudança arrefeceu e poucos conseguiram chegar à prefeitura disputando pela
oposição.
Além
disso, ficou evidente que o dinheiro falou mais alto nas últimas eleições do
que em quaisquer outras ocasiões.
Mesmo nos
poucos municípios em que os oposicionistas venceram, chegaram ao sucesso porque
os candidatos ou candidatas tinham ampla estrutura de apoio, inclusive
financeira.
Vamos
primeiro aos cinco municípios da região em que a oposição ganhou:
Em Jupi deu
Marcos Patriota (DEM), um empresário bem sucedido, com uma vice popular, a
ex-primeira dama Rivanda Freire, viúva do ex-prefeito Betinho. Além disso a
candidata governista, Edjânia Brito, não tinha muita aceitação popular.
O jovem empresário Douglas Cavalcanti Duarte (PSD) venceu em Angelim a chapa governista
apoiada pelo prefeito Marco Calado. Chegou lá porque tem lastro financeiro,
além dos apoios importantes de Samuel e Esberaldo Salgado, lideranças como Asa
Preta, o mais votado para a Câmara, além do respaldo do deputado Romário Dias,
ligado ao governador do Estado. Outro fator que contribuiu com a vitória
oposicionista é que o candidato de Marco, Josemir Miranda, já ocupou tantas
vezes a prefeitura e principalmente a vice que a população está cansada do seu
nome.
No
município de Iati a vitória da oposição nasceu da incompetência do prefeito
Padre Jorge, que fez uma gestão fraca, não teve jogo de cintura política e saiu
perdendo aliados. Candidato à reeleição, foi derrotado pelo seu vice, Antônio
de Lula (PSB), outro candidato que teve o mínimo necessário para bancar uma
campanha organizada e convincente.
A vitória
da oposição em Palmeirina se explica pelo desastre da administração de Renato,
que nem a reeleição teve condições de disputar. Seu candidato, Tanta, foi prefeito já faz
muitos anos, voltou imaginando ainda ter o mesmo prestígio de antes, mas foi
engolido por uma liderança nova, Marcelo Neves (PSB), que fez seu nome desde
2012, quando foi lançado pelo então prefeito Eudson Catão.
Em Brejão
a população estava frustrada com o governo do empresário Ronaldo Ferreira, que
também não teve condições de tentar a reeleição. O empresário Janduhy Bezerra,
um homem sério, de valor, terminou sendo sacrificado, ao enfrentar uma jovem
bonita, profissional da área de saúde e filha de Sandoval Cadengue, ainda a
principal liderança do município, como ficou provado na disputa eleitoral.
A oposição
só venceu mesmo nas cidades citadas acima. Em outros 20 municípios que vão ser
listados agora, só deu governo, com prefeitos se reelegendo ou dando a vitória
a quem apoiavam.
Começamos
por Garanhuns, onde o prefeito Izaías Régis (PTB), que fez um excelente
primeiro mandato, massacrou quatro candidatos da oposição sem a menor piedade.
O petebista teve perto de 45 mil votos, como chegou a prever na campanha e o
segundo colocado obteve pouco mais de 15 mil votos. Uma diferença acachapante.
Capoeiras teve
Neide Reino (PSB) reeleita numa disputa mais dura do que se imaginava. Carlos
Batata, que quatro anos atrás tinha tido apenas 600 votos na disputa pela
prefeitura, este ano somou 5.399, mesmo com Dudu e Edgar, duas lideranças
importantes, tendo ficado neutros durante a campanha. Mas Neide e seu esposo
Neném já provaram que sabem fazer política, estavam com a máquina na mão e não
bobearam diante de um adversário persistente que lutou até o fim.
Rossine
Blesmany (PSD) ganhou bem há quatro anos, quando era oposição e repetiu a dose em
2016 estando no governo, mesmo tendo pela frente um adversário forte, o
ex-prefeito Antônio João Dourado (PSB). Os oposicionistas achavam que tinham
chance, mas desde cedo se negaram a enxergar um fator decisivo na eleição
municipal: O prefeito é muito jeitoso para fazer política, disputou com a
máquina na mão, sua esposa e a sogra, Marconeide e Neide Felix, são muito queridas
pela população, e Dourado só tinha a preferência dos ricos da cidade, enquanto
os mais pobres em sua maioria acompanharam Rossine em sua vitória tranquila,
com mais de 2 mil votos de diferença.
Em Bom
Conselho o prefeito Dannilo Godoy (PSB) não teve adversário. Foi o primeiro
gestor do município a conseguir dois mandatos consecutivos e tanto ganhou pela
fragilidade da oposição, como por saber fazer política com muita habilidade e
ter realizado um conjunto de obras superior ao de seus antecessores.
Débora
Almeida (PSB) venceu mais uma vez Washington Cadete com uma grande margem de
votos à frente. Teve a seu favor a prefeitura, o prestígio do pai e a leveza no
trato com as pessoas. O discurso do oposicionista de bater pesado, tentando
passar a imagem de que a gestora era altamente impopular não funcionou e a
socialista vai ficar mais quatro anos no poder.
Em Calçado
o prestígio do prefeito José Elias foi fundamental na vitória do seu candidato,
Expedito Nogueira (PP), empresário muito conhecido na região, principalmente em
Garanhuns. O representante da oposição era tido como “o liso” e lá, como em
outros municípios, quem tinha pouco grana se deu mal.
Genaldi
Zumba (PSD) há quatro anos era um simples homem do povo, “o mandioqueiro”,
ironizado pelos que estavam no poder. Mesmo assim ganhou a eleição, contra uma
aliança que se julgava imbatível em São João. Agora em 2016, com o poder nas
mãos, o prefeito fez picadinho do médico Pedro Barbosa (PMDB) e ganhou de novo,
com uma diferença expressiva de quase mil votos.
No
município de Canhotinho quem dá as cartas é o deputado Álvaro Porto, liderança
de prestígio em todo o Agreste Meridional. Seu sobrinho Felipe Porto (PSD) se
reelegeu com facilidade, tendo obtido o maior percentual de votos dentre os
vencedores da região.
Caetés teve
o resultado esperado, com a reeleição sem problemas do prefeito Armando Duarte
(PTB). Fez uma boa gestão, enfrentou um candidato sem muita expressão política,
mas que era ancorado pelo ex-prefeito Zé da Luz, que andou por toda zona rural
tentando reaver o poder perdido há quatro anos, mas não deu e a população
preferiu continuar com Armando e Severino Gordo, os dois sempre presentes na
cidade nos últimos quatro anos, como prometeram na campanha de 2012.
Os
governistas venceram ainda em Saloá, com Ricardo Alves (PMDB), que fez uma boa
gestão, em Águas Belas com Luiz Haroldo (PT), apoiado pelo prefeito Genivaldo e
reelegeram os prefeitos de Correntes (Edmilson da Bahia), Quipapá
(Cristiano Martins), de Jurema (Agnaldo Inácio) e Lagoa do Ouro (Marquidoves
Vieria).
Em
Terezinha Alexandre Martins fez o sucessor, Matheus Calado (PSB) e os
governistas ganharam também em Ibirajuba, com Sandro Arandas (PSB) e
Paranatama, onde Valmir do Leite (40) teve uma vitória fácil com o apoio de Zé
Teixeira
Nesta
região do Estado o Partido Socialista fez a maioria dos prefeitos, podendo
fortalecer a candidatura de Paulo Câmara à reeleição em 2018. Caso Geraldo
Júlio vença o segundo turno no Recife, ficará difícil para a oposição também em
termos estaduais.
*Fotos dos prefeito eleitos ou reeleitos: Felipe Porto (Canhotinho), Marcos Patriota (Jupi), Izaías Régis (Garanhuns), Rossine Blesmany (Lajedo) e Armando Duarte (Caetés).
Sr Roberto so uma observação Douglas de Angelim e do PSB 40 e não do PSD como o Sr colocou
ResponderExcluirOs esquemas de compras de voto são tão grandes que,existem os apostadores nessas eleições de plantões para apostarem milhares de reais em cima de quem é governo.Eles conhecem tanto os esquemas que espalham em várias cidades os boatos e mandam outros apostarem em nome deles.Alguns deles baixaram o hospital quando tinham certeza que os prefeitos aliados a eles perderam as eleições.Nos palanques eles falam somente em violência, assaltos quando os assaltantes e os criminosos são eles que acusam os outros. Chamam todos para as brigas e jogam alguns policiais para correrem atrás dos outros quando são eles mesmos que provocam as violências.Nos palanques dizem que vão mandar prender e matar....que coisa absurda e ainda usam o nome de DEUS em vão.São os verdadeiros satanás!!!!!!!
ResponderExcluirNão existe justiça eleitoral composta de juízes e promotores que dê jeito as verdadeiras compra de votos.As IGREJAS católicas e evangélicas em seus sermões dizem não vendam os seus votos e que votos não tem preços tem consequências.Que nada, quase todos os candidatos estão comprando a vontade mesmo.
ResponderExcluirAponte hoje meia dúzias de candidatos a vereadores que foram eleitos e reeleitos sem gastarem uma porrada de dinheiro? Os eleitores das cohabs, das periferias e da zona rural estão se vendendo a torta e a direito.O poder de quem está com as máquinas públicas nas mãos somente serão tomados quando a maioria da população se enojar e se envergonhar dos atuais governantes que vem se perpetuando no poder por quase 30 anos.
Nessa época de eleição os eleitores se tornaram bois e vacas e se vendem e se trocam com a maior cara de pau.