A
midiática exposição de ontem dos procuradores da Lava-jato acusando
frontalmente Lula foi um ato político, não jurídico. É o segundo capítulo da
tentativa de destruir um partido e seu líder.
O
primeiro foi a divulgação ilegal, pelo juiz Moro, das conversas telefônicas
entre Lula e Dilma, num momento estratégico para o encaminhamento do
impeachment. Moro apostou na manipulação da opinião pública pela mídia e deu
certo. O STF não teve coragem de puní-lo pela jogada política, totalmente fora
da norma jurídica.
Agora,
às vésperas das eleições municipais, os procuradores armam um circo, alugam uma
sala num hotel, convocam a mídia, apresentam um power-point mal-ajambrado
e bradam frases bombásticas prontas para serem manchetes nos jornais e
telejornais. E admitem, cândida e inacreditavelmente, que não tinham provas
cabais! Até o insuspeitíssimo Reinaldo Azevedo (VEJA) lamentou a ação que, a
seu ver, poderá favorecer a defesa de Lula, de tão absurda.
O
jornal EL PAÍS deu manchete classificando a iniciativa dos promotores de
"ousada". E fica por isso mesmo.
A
politização do Judiciário é um dos componentes importantes do golpe: fere
mortalmente a democracia e dá um verniz de legalidade à toda a trama.
*Homero Fonseca é
jornalista, tendo trabalhado nos principais veículos de comunicação de
Pernambuco. É escritor com uma dezena de livros publicados e foi Secretário de
Imprensa da Prefeitura do Recife.
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