A censura está de volta. Depois da tentativa
autoritária do superpresidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco,
deputado Guilherme Uchoa, do PDT, de impedir que a imprensa pernambucana
falasse no seu nome como envolvido num caso de adoção ilegal de uma criança
olindense, e tráfico de influência, em que funcionários da Alepe e uma filha
sua participaram do processo de adoção, agora chegou a vez do presidente do
Sport Club do Recife, o megaempresário Luciano Bivar, no Programa Bola Rolando
desta quarta-feira, 11 de setembro de 2013, ameaçar no ar levar um
abaixo-assinado ao dono da Emissora exigindo a demissão do radialista Edinaldo
Santos (foto).
Parodiando o grande escritor e advogado
comunista pernambucano Paulo Cavalcanti, defensor dos direitos humanos e da
liberdade de expressão, o caso deve ser contado como o caso foi. Edinaldo, em
suas críticas às lambanças do fracassado futebol estadual e de seus dirigentes,
que tem no comando maior o donatário da Capitania Hereditária de Futebol,
também conhecida como FPF, aquele que já exigiu noutro programa ser chamado de
“doutor”, havia dito que uma fonte sua afirmou que Luciano Bivar não tinha
demitido Marcelo Martelotte antes por causa de uma multa contratual de R$ 200
mil.
Pois bem, em entrevista ao repórter
Wellington Araújo, colocada no ar no programa acima citado, Luciano Bivar
atacou o radialista rotulando sua informação sobre a demissão do treinador como
mentirosa, porque não haveria a tal multa rescisória. E emendou que tinha sido
procurado por outros presidentes de clubes munidos de um abaixo-assinado,
também assinado pelo “doutor” da Federação, para levar ao comando da Empresa
Jornal do Comercio. Ironicamente, ele ainda tascou que não assinou o documento
por pena do profissional de rádio, que ficaria sem seu emprego. Ele destacou
que o ex-diretor da FPF José Joaquim Pinto de Azevedo foi afastado de um
programa em que atuava na mesma Emissora, aos domingos (Domingo Esportivo,
comandado por Edinaldo Santos) pelas críticas que fazia.
Lembrei-me logo de um ex-governador de
Pernambuco que certa vez invadiu a redação do Jornal do Commercio, com revólver
em punho, para ameaçar o saudoso jornalista Geraldo Silva (com quem tive o
prazer de trabalhar, quando dirigi a Diretoria de Rádio da Secretaria de
Imprensa no Governo de Carlos Wilson) e exigir a sua demissão, também por não
ter gostado de uma matéria assinada por ele em sua coluna.
Esse comportamento de nossos dirigentes
apenas confirma o real motivo do fracasso do futebol pernambucano, com um
desempenho de fazer vergonha à nossa história esportiva, apesar dos rodos
dinheiro que circulam no mesmo. Atitudes ridículas que enterram cada vez mais
os clubes do Estado nas competições nacionais.
No caso específico do meu Sport Club do
Recife, é de fazer chorar os verdadeiros e românticos torcedores rubro-negros,
sócios ou não, porque isto não importa, e que ainda acreditam na pureza deste
esporte apaixonante transformado em jogo de interesses e de vantagens. Apenas
negócios.
Empreendedores de “sucesso”, sem alma,
fizeram do futebol um rendoso produto comercial, único setor no Brasil que
ainda vive na cultura da ditadura de primeiro de abril de 1964, sem
transparência, apesar do País ter sido comandado por um presidente-operário,
Lula, rotulado de analfabeto pela burguesia preconceituosa, mas reconhecido em
todo o mundo como a nossa maior liderança popular.
Lamento a relação de promiscuidade entre
alguns profissionais da imprensa brasileira envolvidos com a divulgação do
futebol e seus dirigentes, que se tornam tão íntimos da sua elite que só
conseguem ver um lado da informação, a do diretor de futebol. Nunca se
preocupam em mostrar o que há por trás de cada notícia, dar uma opinião
própria; funcionam como uma simples assessoria dos clubes. Repórteres que não
contestam; o que é uma pena.
Recife,
12 de setembro de 2013
Ruy
Sarinho (Cidadão pernambucano, torcedor do Sport e jornalista)
REalmente é lamentável este negócio chamado futebol...a paixão do torcedor não vale um centavo e uma grande maioria de dirigentes só pensam em promoção e lucro pessoais.
ResponderExcluirEsse negócio de todo ano montar um time novo tenha paciência e chamar todo mundo de otário...
Ex: do Nautico não tinha dinheiro para renovar com Kiesa e tras um monte de bonde, não dar para entender e a imprensa quando noticia ou insinua alguma das maracutais destes mau-carater do futebol são vitima de perseguições, e diga-se de passagem profissionais estes que trabalham para sobreviver com honestidade...
Mais dias melhores viram,pensem nisto
Dirigentes de futebol formam MÁFIAS. - E Luciano Bivar está mais para megabandido do que para "megaempresário". - 2. E o desequilibrado Roberto Magalhães, quando era prefeito de Recife, também invadiu a redação do Jornal do Commercio, com revólver em punho, para atirar no colunista social Orismar Rodrigues. - Orismar morreu, mas não pela brabeza de Roberto Magalhães. - Morreu de morte natural. - 3. Todo indivíduo metido a poderoso é autoritário e truculento. - São esses vagabundos mesmo que vêm com a história de "Estado democrático de direito" e outros blá-blá-blás!/.
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