O filme A Missão, de 1986,
tem direção de Roland Joffé, mesmo cineasta de Os Gritos do Silêncio, também
comentado nesta série.
O longa ganhou a Palma de
Ouro do prestigiado Festival de Cannes, na França, e recebeu quase uma dezenas
de indicações para o Oscar, além de outros prêmios internacionais.
Além do bom diretor, conta
com um elenco de estrelas, principalmente o trio Roberto De Niro, Jeremy Irons
e Lian Neeson.
A trilha sonora do filme é
belíssima e perfeitamente ajustada à natureza exuberante mostrada na tela, com
muitas cenas gravadas na região de Foz de Iguaçu, nas fronteiras do Brasil,
Argentina e Paraguai.
A Missão é um filme
histórico, belo e também trágico. O roteiro é baseado em fatos reais.
O longa trata da saga dos
padres Jesuítas que viveram na fronteiras do Brasil, no século XVIII, fazendo um
trabalho de catequese junto aos índios.
Gabriel (Jeremy Neeson)
consegue se aproximar dos indígenas tocando uma flauta e quando ganha a
confiança do povo Guarany constrói uma comunidade muito organizada. Os
moradores da Missão de São Carlos fabricam instrumentos musicais, aprendem a
tocá-los e cantam maravilhosamente bem.
Um dos que o ajudam nesse
trabalho é Fielding, interpretado por Lian Neeson, que à época já tinha
participado de quase uma dezena de filmes, mas não era ainda do primeiro time
de Hoolywood. Tanto que é praticamente um coadjuvante neste trabalho.
Um inimigo dos Jesuítas e dos
índios é Rodrigo Mendoza (Roberto de Niro), no começo da história um
mercenário, um homem violento, que de armas na mão matava os indígenas, quando
não os levava para a escravidão.
De Niro já era em 1986 o
grande ator que conhecemos. Jovem, 26 anos atrás, já tinha trabalhado com
diretores famosos como Francis Ford Coppola, Martin Scorsese e o italiano
Bernardo Bertolucci. Participara já de filmes importantes como O Poderoso
Chefão II, 1900, Táxi Driver, Touro Indomável e o Franco Atirador.
Rodrigo e o irmão gostam da
mesma mulher. Por conta dela eles duelam e o mercenário o mata, porém fica se
corroendo de remorsos, “querendo morrer”.
Padre Gabriel é quem “salva”
Mendonza. Este, revoltado, resolve pagar uma penitência e segue o religioso
para a Missão levando um enorme saco pesado, cheio de tralhas, ferros, passando
por maus momentos até chegar ao local em que os Jesuítas conviviam com os
índios.
Posteriormente Rodrigo, que
vivia do tráfico dos índios, se torna amigo deles e encontrando um novo sentido
para sua vida termina por entrar na ordem religiosa.
Seria quase perfeito, um
paraíso, não fossem os interesses políticos e religiosos envolvidos. Espanha e
Portugal travavam uma guerra por territórios e a cúpula da Igreja, para manter
seus privilégios, termina ficando ao lado do mais forte, de quem está no poder.
Assim os superiores de
Gabriel, Rodrigo e Fielding, determinam que os índios sejam transferidos das
missões.
Satisfeitos com a vida em São
Carlos, muitos com medo de voltar para a selva, a mata, os indígenas resolvem
resistir.
Os padres, numa atitude
corajosa e digna, ficam contra os superiores e decidem lutar ao lado dos
“selvagens”.
Sabem que não têm a menor
chance, mas preferem ser coerentes e fieis ao evangelho de Jesus Cristo.
Confesso que gostei mais de A
Missão ao revê-lo esta semana, de que quando assisti a primeira vez, num cinema
do Recife.
Possivelmente pude
compreender melhor a obra, seu contexto histórico, na tranqüilidade do lar
prestar mais atenção à movimentação dos atores, à trilha sonora e ao visual
espetacular do filme.
Não foi à toa que A Missão
agradou a crítica e ao grande público e recebeu tantos prêmios. É inegável que
temos aqui um significativo trabalho cinematográfico.
A MISSÃO É UM DOS MEUS FILMES PREFERIDOS. TODO CRISTÃO DEVERIA ASSISTIR.
ResponderExcluirQuais estratégias os jesuitas usavam para catequizar os indigenas?
ResponderExcluiro que levou o Rodrigo a se unir aos jesuitas?