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OSMAN LINS - ESCRITORES BRASILEIROS - 13º

Osman da Costa Lins nasceu em Vitória do Santo Antão, em 1924. Filho do alfaiate Teófanes da Costa Lins e da dona de casa Maria da Paz Melo, viveu em sua terra natal até os 16 anos de idade. Como sua mãe faleceu apenas 15 dias após o parto, foi criado por parentes próximos como sua avó paterna, Joana Carolina, e sua tia Laura e o esposo Antônio Figueiredo. Este, comerciante, despertou no futuro escritor o gosto de narrar. Depois o professor José Aragão, do Ginásio de Vitória, seria uma influência positiva na prosa de Osman Lins, que se tornaria um dos grandes romancistas, teatrólogos e contistas do Brasil.

Ainda adolescente Osman foi morar em Recife, tendo ingressado por concurso no Banco do Brasil. Estudou dramaturgia na capital pernambucana e em 1940 casou com Maria do Carmo, tendo três filhas deste relacionamento.

Uma delas, Letícia Lins, tive oportunidade de conhecer quando exercia o jornalismo no Recife. Uma repórter das boas, trabalhou nas sucursais dos jornais do Sudeste na capital, quando estas contratavam os melhores profissionais nos anos 70 e 80. Simples, nunca a vi abrir a boca para revelar ser filha do consagrado escritor Osman Lins.

O escritor pernambucano começou a se destacar na década de 50, quando ganhou um concurso literário com o conto “O Eco”. Em 1955 publicou “Os Visitantes”, considerado sua estréia na ficção. Dois anos depois publicou o livro de contos “Os Gestos”, reunindo pequenas obras primas, numa elegância que lembra Machado de Assis.

Osman, aliás, é um dos autores brasileiros de estilo próximo ao do autor de «Memórias Póstumas de Brás Cubas». Tanto era um escritor que bebeu na fonte do «Bruxo do Cosme Velho», que foi convidado, nos anos 80, juntamente com outros escritores, a reescrever o conto «Missa do Galo», uma das célebras histórias do bom Machado.

Depois de "Os Gestos" vieram "O Fiel e a Pedra" e a peça teatral "Lisbela e o Prisioneiro". Este último livro, que está longe de ser o melhor de sua produção, terminou se transformando num grande sucesso do cinema brasileiro, por conta do filme homônimo dirigido pelo pernambucano Guel Arraes, filho do ex-governador de Pernambuco.

Nos anos 60 Osman Lins viveu na Europa, como bolsista da Aliança Francesa. De volta ao Brasil publicou Nove, Novena (contos), Mundo Estagnado (ensaios) e a peça de teatro Guerra do Cansa Cavalo. Por esta época o escritor estava separado de Maria do Carmo que retornara para morar em Recife com suas meninas.

Na década seguinte Osman lins virou professor universitário, ensinando o que mais sabia: literatura brasileira. Neste período obteve o título de doutor em Letras, com uma tese sobre o escritor Lima Barreto, já publicado nesta série.

É de 1973 o romance mais enigmático, complexo e elogiado de Osman. Avalovara é considerado pela maioria dos críticos como a sua grande obra e o livro extrapolou as fronteiras do país, tendo sido traduzido para diversos idiomas.

Seu último romance foi "A Rainha dos Cárceres da Grécia", publicado em 1976. Osman Lins colaborou com diversos órgãos de imprensa e escreveu roteiros para televisão. Autor de uma vasta obra reconhecida pela crítica, recebeu diversos prêmios, entre eles o prêmio Monteiro Lobato e o prêmio Coelho Neto, da Academia Brasileira de Letras.

Osman morreu em São Paulo, em 1978.

Basta ler o início do conto A Partida, publicado em "Os Gestos", para você perceber o talento, a boa literatura praticada por Osman Lins, com toda certeza um dos grandes escritores pernambucanos e brasileiros das últimas décadas. Confira no texto abaixo:

"Hoje, revendo minhas atitudes quando vim embora, reconheço que mudei bastante. Verifico também que estava aflito e que havia um fundo de mágoa ou desespero em minha impaciência. Eu queria deixar minha casa, minha avó e seus cuidados. Estava farto de chegar a horas certas, de ouvir reclamações; de ser vigiado, contemplado, querido. Sim, também a afeição de minha avó incomodava-me. Era quase palpável, quase como um objeto, uma túnica, um paletó justo que eu não pudesse despir.

Ela vivia a comprar-me remédios, a censurar minha falta de modos, a olhar-me, a repetir conselhos que eu já sabia de cor. Era boa demais, intoleravelmente boa e amorosa e justa.

Na véspera da viagem, enquanto eu a ajudava a arrumar as coisas na maleta, pensava que no dia seguinte estaria livre e imaginava o amplo mundo no qual iria desafogar-me: passeios, domingos sem missa, trabalho em vez de livros, mulheres nas praias, caras novas. Como tudo era fascinante! Que viesse logo. Que as horas corressem e eu me encontrasse imediatamente na posse de todos esses bens que me aguardavam. Que as horas voassem, voassem!

Percebi que minha avó não me olhava. A princípio, achei inexplicável ela fizesse isso, pois costumava fitar-me, longamente, com uma ternura que incomodava. Tive raiva do que me parecia um capricho e, como represália, fui para a cama." (Principais fontes de consulta: Texto de Virgínia Barbosa, da Fundação Joaquim Nabuco; perfil de Osman Lins publicado em texto não assinado no Portal UOL Educação, livro "Os Gestos").

2 comentários:

  1. Osman é um escritor que a crítica brasileira deveria se debruçar mais sobre a obra dele. Apesar de já ter seu devido lugar na literatura brasileira ainda precisa ter sua obra mais difundida.

    Tem um livro de entrevistas dele que é excelente: O EVANGELHO NA TABA.Considero-o uma bíblia para qualquer escritor.

    Abraço

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    1. Valeu amigo!
      Seu comentário me ajudou demais, continue ajudando as pessoas, vc é bem útil....

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