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ERASMO CARLOS - GRANDES NOMES DA MPB - 81º

Erasmo e Jerry Adriani já sessentões

ERASMO E A JOVEM GUARDA - Erasmo Esteves ou Erasmo Carlos nasceu no Rio de Janeiro, em 1941. Demonstrou interesse pela música desde cedo e em 1958, com 18 anos começou sua carreira num grupo chamado de The Sputniks. Desta  banda fariam parte Arlênio Lívio, Edson Trindade, China, Tim Maia e Roberto Carlos.

Mais conhecido como parceiro de Roberto, com quem compôs mais de 500 músicas, Erasmo sempre teve também o seu próprio trabalho, sendo um dos pioneiros do rock brasileiro.

Ainda na primeira metade dos anos 60, Erasmo Carlos compôs aquele que foi um dos seus maiores sucessos até hoje. “Festa de Arromba” é um rock dos bons, com sotaque brasileiro, retratando o momento porque passava o país, com seus carrões, a influência do rádio, da televisão e do cinema, além da citação de vários artistas que estavam mexendo com a cabeça da juventude.

Vejam só que Festa de Arromba!
No outro dia, eu fui parar...

Presentes no local,
o rádio e a televisão;
Cinema, mil jornais,
muita gente, confusão...
Quase não consigo
Na entrada chegar,
pois a multidão
estava de amargar!

Que onda!
Que festa de arromba!...

Logo que eu cheguei
notei Ronnie Cord
com um copo na mão.
Enquanto Prini Lorez
bancava o anfitrião,
apresentando a todo mundo
Meire Pavão...
Wanderléa ria
e Cleide desistia
de agarrar um doce
que do prato não saia!

Renato e seus Blue Caps
tocavam na piscina;
The Clevers no terraço;
Jet Black's no salão;
Os Bells de cabeleira
não podiam tocar,
enquanto a Rosemary
não parasse de dançar...

No ano seguinte ao lançamento desta música, com a proibição da transmissão de jogos de futebol pela televisão, a TV Record de São Paulo teve a iniciativa de lançar um programa musical, nas tardes de domingo, reunindo os artistas que estavam na onda, como registra muito bem a “Festa de Arromba” de Erasmo. A canção enumera nada menos que o nome de 16 cantores que estavam bombando, na época, 8 deles paulistas e os outros 8 cariocas.

Os diretores da Record pensaram em vários nomes para comandar o programa musical que planejavam lançar: Sérgio Murilo, o roqueiro brasileiro mais conhecido do final dos anos 50 para os primeiros anos da década de 60, Cely Campelo (estouro de vendas com Estúpido Cupido), Ronnie Cord, Demétrius e Erasmo Carlos.

Cely Campelo não topou fazer dupla com Murilo porque trocou a carreira artística pelo casamento, o roqueiro teria sido vetado por ser homossexual (fato negado pela diretora da Record), os outros foram descartados por outros motivos e o programa terminou mesmo caindo no colo de Roberto Carlos, que então ainda não era o Rei.

Tanto Erasmo Carlos foi cogitado para comandar o musical, quanto o primeiro nome do programa sugerido foi Festa de Arromba, justamente o nome do mega sucesso do cantor e compositor.

Erasmo foi quem sugeriu o nome de Roberto para participar do programa, enfrentando resistência por parte de Paulo de Carvalho, que decidia as coisas na emissora paulista.

Quando ficou definido que Roberto Carlos seria o principal apresentador do musical, o nome Festa de Arromba perdeu força (pois a identificação deste título era com Erasmo) e foi entregue ao publicitário Carlito Maia a tarefa de batizar o programa comandado pelos jovens artistas.

Sem título e patrocinador, o projeto da TV Recordo correu o risco de ser abortado. Mas o próprio Carlito, com a agência de publicidade “Malgadi, Maia e Prosperi” resolveram bancar a iniciativa. Jovem Guarda, o nome sacado por Maia não agradou a princípio nem mesmo a Roberto Carlos, mas terminou prevalecendo e se transformaria num fenômeno da televisão brasileira e servindo para dar nome a um grande movimento da música popular nacional dos anos 60.

Roberto foi a maior expressão da Jovem Guarda e conseguiu sobreviver ao movimento, quando este se exauriu, a partir de 1969. Muitos outros nomes, no entanto, que foram sumindo ao longo do tempo. Brilharam durante alguns anos no cenário da música brasileira, com suas canções ingênuas, muitas vezes alienadas, que falavam de amor e sentimentos paralelos a essa força comandada pelo cérebro, mas que parece toda concentrada no coração.

Erasmo, naturalmente, não ficou conhecido só por sua Festa de Arromba, citada anos mais tarde numa música de Rita Lee e depois em Jovens Tardes de Domingo, gravada por Roberto e Gal Costa e relembrando quase 10 anos depois o que foi a Jovem Guarda. O parceiro do Rei gravou nos seus bons tempos um roque intitulado Tremendão. Agradou, fez tanto sucesso, que virou apelido do artista. Outros dois grandes êxitos de sua carreira nos anos 60 foram Gatinha Manhosa e Sentada à Beira do Caminho, ambas regravadas em décadas subsequentes por diferentes artistas.

Mais tarde, já com a Jovem Guarda fazendo parte da história, Erasmo Carlos emplacaria nas rádios a música Mulher, assinada por ele, mas que segundo alguns foi feita mesmo por sua esposa Narinha.

Na opinião de Erasmo o que matou a Jovem Guarda foi a superexposição de mídia e a acomodação musical. Ele acredita também que o tropicalismo, com suas novidades e artistas mais conscientes da realidade, contribuíram com o movimento que empolgou a juventude durante praticamente cinco anos.

Roberto, Erasmo e Wandérleia (já retratada nesta série) formavam o trio que comandava o programa da Record. Com o fim deste cada um seguiu sua própria carreira, embora sempre apareçam juntos em ocasiões especiais, como no programa de final do ano do Rei na TV Globo.

Em 2003, ao final do 10º Prêmio Multishow de Música, Erasmo Carlos foi o grande homenageado da noite e entrou no novo milênio com toda disposição. Na década passada, o compositor de Festa de Arromba continuou seu trabalho, tendo gravado, em 2007, um trabalho que contou com a participação de renomados artistas da MPB, como Marisa Monte, Milton Nascimento e o grupo Los Hermanos.

O movimento da Jovem Guarda possibilitou o surgimentos de muitos artistas bons e alguns deixaram saudades, sem conseguir sobreviver a outras novidades que foram aparecendo e tomaram seus lugares.

Além de Erasmo Carlos, não podem ser esquecidos daquela época nomes com Jerry Adriany, que tem uma bela voz e gravou grandes sucessos como “Querida” e “Ninguém Poderá Julgar-me”; Wanderley Cardoso, o bonitão dos anos 60, inesquecível na interpretação de “O Bom Rapaz” e “Pic-Nic”; e ainda Antônio Marcos, que além de cantar muito compôs músicas que se tornaram grandes sucessos na voz de Roberto Carlos, caso de “Como Vai Você.

Ronnie Von,  denominado de “Príncipe” da Jovem Guarda, chegou a milhões de brasileiros com Meu Bem, uma versão dos Beatles e principalmente com A Praça, de Carlos Imperial. Golden Boys, Deni e Dino, a dupla Os Vips, Vanusa,  Martinha, Rosemary, Aguinaldo Rayol, Ed Wilson, Leno e Lílian, Cláudia Teles, Reginaldo Rossi, Odair José (que optaria pelo brega escrachado na década de 70), Márcio Greyck, Sérgio Reis (futuramente cantor de música sertaneja), José Roberto, Elisabeth, Kátia Cilene, Roberto Livi, Os Jovens, Diana, Eduardo Araújo, Silvinha, Trio Esperança, Os Carbonos, os Incríveis e Renato e seus Blue Caps.

A banda de Renato, que ainda hoje sobrevive, foi muito tocada nos áureos tempos da Jovem Guarda. Músicas como A Primeira Lágrima, Sou Tão Feliz, Feche os Olhos, Vou Subir mais alto que você, ainda hoje são ouvidas com saudades pelos cinquentões e sessentões, ou então são descobertas pela juventude.

Discos foram lançados nos últimos anos para resgatar o melhor da Jovem Guarda, a Revista Caras, em 1997, chegou a publicar a história do movimento em fascículos, cada um acompanhado de um CD com os nomes mais expressivos da época.

À exceção talvez de Ronnie Von, os artistas da Jovem Guarda eram de origem pobre, suburbanos, interioranos, de pouca formação intelectual. Possivelmente por isso, aliado ao fato de não pregarem revoluções nos costumes ou na política, demonstrando preocupação apenas em falar de amor, em rocks e baladas românticas, não passaram à posteridade com o mesmo peso e respeito da Bossa Nova ou do Tropicalismo.

Nem por isso a Jovem Guarda foi esquecida ou deixou de influenciar cantores e bandas que surgiram após os anos 70, 80 e 90. Léo Jaime, Arnaldo Antunes,  Os Titãs, Blitz e até Skanks, cada um em seu tempo, produziran um som que de alguma maneira fazia uma retomada do que foi feito pela turma comandada por Erasmo, Roberto e Wandérleia. (Principais fontes de pesquisa: "Roberto Carlos em Detalhes", de Paulo César Araújo; Site Oficial da Jovem Guarda, MPB Net, Coleção Jovem Guarda - da Revista Caras - e site Brasil Escola).

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