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EUCLIDES DA CUNHA - ESCRITORES BRASILEIROS 9º

Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha nasceu em Cantagalo, no interior do Rio de Janeiro, em 1866. Com apenas três anos perdeu sua mãe, Eudóxia Alves Moreira e foi morar com uns tios, na capital do Estado e do País.

A vocação para as letras, pode ter vindo do pai, Manuel Rodrigues Pimenta da Cunha, que chegou a publicar poemas em jornais, inclusive um dedicado a Castro Alves.

Euclides morou ainda um breve período em Salvador, mas depois retornou ao Rio de Janeiro. Estudou nos colégios Anglo-Americano e Aquino e em 1885 começou na Escola Politécnica o Curso de Engenharia. Sai por problemas financeiros, ingressando na Escola Militar da Praia Vermelha. Graças ao apoio oferecido aos alunos pelo educandário militar consegue se tornar engenheiro.

Antes de concluir o curso, porém, teve problemas. Temperamental, se envolveu num episódio de protesto com o Ministro da Guerra e chegou a trancar a matrícula. Desligado do Exército por incapacidade física, passou a escrever no jornal A Província de São Paulo, hoje Estado de São Paulo, também chamado de Estadão.

Em 1890 Euclides da Cunha casa com Ana Emília Ribeiro. Prossegue a carreira militar, é nomeado tenente, sofrendo, ao mesmo tempo, diversos problemas de saúde. Teve pneumonia, que evoluiu para uma tuberculose.

Tudo indica que o futuro escritor de Os Sertões era um homem irriquieto. Ainda jovem, lutou pela abolição da escravatura e pela instalação da República. Com o fim da Monarquia, escreveu artigos criticando o novo governo.

Em 1897 volta a colaborar com o Estado de São Paulo, fazendo a cobertura da 4ª expedição contra Canudos, nos sertões da Bahia. É nesse trabalho que usa todo o seu conhecimento de jornalista, engenheiro, militar e sociólogo para escrever uma das obras primas da literatura mundial.

Os Sertões, óbvio, não é um romance. É na realidade uma excepcional reportagem com qualidade literária. O autor publicou outros livros como Contrastes e Confronto, Peru versus Bolívia, Caderneta de Campo, Um Paraíso Perdido (os dois últimos foram editados postumamente), mas na verdade não precisaria ter escrito mais nada para a História como escritor, com uma das obras fundamentais para compreensão da figura de Antônio Conselheiro, da realidade nordestina e do Brasil.

A leitura de Os Sertões não é simples nem fácil. É um livro denso, extenso, cheio de termos técnicos. Dividido em três partes distintas, o autor começa fazendo um estudo minucioso da Terra, da região em que vai se dar o confronto envolvendo o beato e seus seguidores com o Exército brasileiro. Depois Euclides da Cunha faz uma análise psicológica do homem do Nordeste, da situação das pessoas daquelas regiões da Bahia no final do século XIX e início do século XX. Por fim o escritor mostra a luta, a guerra, com as primeiras vitória surpreendentes do Conselheiro e depois a derrota e a destruição de Canudos.

Euclides da Cunha lançou Os Sertões em 1902 e apesar de algumas críticas teve em pouco tempo o reconhecimento nacional. A obra extrapolou as fronteiras do Brasil e foi traduzido em países como Alemanha, França, Itália, Holanda, Dinamarca, Suécia,Inglaterra e China.

A vida do grande escritor terminaria numa enorme tragédia. Traído pela mulher resolveu se meter num duelo com o amante desta, o cadete Dilermando de Assis. Euclides leva a pior e morre na contenda, em 1909. Sete anos depois, tentando vingar a morte do pai, Euclides da Cunha Filho é morto praticamente do mesmo modo por Dilermando.

Essa história foi levada à televisão, numa mini-série da TV Globo. Um fim melancólico para um homem de muitas qualidades, que nos deixou um livro monumental. Os Sertões vale por um conjunto de obra. Supera dezenas ou centenas de romances, tratados de história, sociologia produzidos com esforço por autores que não chegaram nem perto de Euclides da Cunha.

O trecho que destacamos abaixo, de Os Sertões, pertence a segunda parte do livro, O Homem:


"O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral.
A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o contrário. Falta-lhe a plástica impecável, o desempeno, a estrutura corretíssima das organizações atléticas.
É desgracioso, desengonçado, torto. Hércules-Quasímodo, reflete no aspecto a fealdade típica dos fracos. O andar sem firmeza, sem aprumo, quase gingante e sinuoso, aparenta a translação de membros desarticulados. Agrava-o a postura normalmente abatida, num manifestar de displicência que lhe dá um caráter de humildade deprimente. A pé, quando parado, recosta-se invariavelmente ao primeiro umbral ou parede que encontra; a cavalo, se sofreia o animal para trocar duas palavras com um conhecido, cai logo sobre um dos estribos, descansando sobre a espenda da sela. Caminhando, mesmo a passo rápido, não traça trajetória retilínea e firme. Avança celeremente, num bambolear característico, de que parecem ser o traço geométrico os meandros das trilhas sertanejas. (...) 
É o homem permanentemente fatigado."

(Principais fontes de Consulta: livro Os Sertões, biografia do escritor no Projeto Releituras, de Arnaldo Nogueira Júnior).

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