**Clicando no nome do artista acima, todo em maiúsculo, você acessa um vídeo do youtube com a interpretação de Travessia.
Compositor e dono de uma das mais potentes vozes do mundo, Milton Nascimento nasceu no Rio de Janeiro. Com menos de dois anos já estava com os pais adotivos em Três Corações, em Minas, onde viveu até a pré-adolescência. Sua mãe biológica, Maria do Carmo Nascimento, era empregada doméstica na capital carioca. O casal que o criou, Josino Campos e Lília Silva, eram respectivamente dono de uma estação de rádio e professora de música.
Aos 13 anos, consciente da voz privilegiada, Milton começou a atuar como crooner, se apresentando em festas e bailes da cidade. Alguns anos depois formou o conjunto Luar de Prata, que tinha entre um dos seus integrantes o músico Wagner Tiso, seu parceiro até hoje.
O cantor mineiro que só fez nascer no Rio estudou economia, em Belo Horizonte e foi nesta capital que conheceu Marcio Borges, o irmão Lô Borges e Fernando Brant, que da mesma maneira que Wagner Tiso se tornariam grandes companheiros de jornada de Milton Nascimento.
Em 1965 o artista foi morar no Rio, onde chegou a gravar com um grupo chamado Sambacana. E Começou a participar de festivais tendo em 1967 se destacado com a música Travessia (feita em parceria com Brant), segundo lugar do Festival da Canção. Ele também foi escolhido o melhor intérprete dessa seletiva. Neste mesmo ano grava seu primeiro disco solo, Milton Nascimento, e viaja para os Estados Unidos. Lá produz o segundo trabalho, Courage, que sai em 1968.
A partir do final dos anos 60 e na década de 70, Milton se consolida como grande cantor, compositor e intérprete da música popular brasileira. Os discos Milton, Minas, Gerais, Milagre dos Peixes e os dois álbuns do Clube da Esquina repercutem até os dias atuais, são cultuados pela crítica e pelo público mais exigente, tendo contribuído para projetar toda uma geração de artistas das Minas Gerais.
Além do trabalho com músicos do seu “estado natal”, nas décadas de 60 e 70 Milton Nascimento foi parceiro de Elis Regina, a excepcional cantora, responsável por uma interpretação arrojada de Travessia e outras músicas do carioca de Minas Gerais. Num tempo em que o regime militar ainda assombrava, compôs e cantou junto com Chico Buarque a música Cálice, um grito de protesto contra o governo sufocante daquela época.
Ao longo dos anos, Milton brindou o público brasileiro e de outros países com grandes canções que se tornaram verdadeiros clássicos da nossa MPB. Dentre elas podemos citar Caçador de Mim (Luís Carlos Sá e Magrão), Nos Bailes da Vida, São Vicente e Canção da América (Milton e Fernando Brant), Coração de Estudante (parceria com Wagner Tiso) Fé Cega, Faca Amolada (com Ronaldo Bastos), Paula e Bebeto (Caetano Veloso) e O Cio da Terra (com Chico Buarque).
A word music de Milton Nascimento, como ele mesmo a define, é uma mistura que inclui o jazz, o blue, o rock, o pop, a música latina e temas de sua Minas Gerais, resgatando o folclore, as canções de ninar, a negritude, a influência do cristianismo.
Um dos mais celebrados artistas que já participaram do Festival de Inverno de Garanhuns, Milton esteve na cidade cerca de 10 anos atrás. Passava então por um grave problema de saúde, estava muito magro e alguns insinuavam até que era AIDs. Felizmente era uma doença curável e o compositor se recuperou e voltou a fazer shows e gravar no Brasil e no exterior.
Se Chico Buarque é uma referência como compositor cerebral e engajado, atento aos problemas sociais do país; se Caetano Veloso é um gênio e um poeta, um polemista e um cantor de voz doce e carinhosa; Milton Nascimento é o intérprete que encanta com a sua voz possante e única, aliando ao timbre um repertório eclético e exigente, transformando-o num artista como poucos, não apenas Grande, mas um Gigante da Música Popular Brasileira.
Em 2010 Milton Nascimento foi o homenageado do Festival Internacional de Corais (FIC) de Belo Horizonte. No encerramento deste evento o cantor esteve presente e recebeu uma homenagem de mais de mil vozes que cantaram uma composição de Fernando Brant e Leonardo Cunha "A Voz Coral", feita especialmente para a ocasião.
Entre os muitos bons valores da MPB, Milton merece um lugar de honra, pois é mesmo um dos nossos orgulhos, um dos ícones da música brasileira e mundial. (Principais fontes de consulta: sites Clic Music e Net Saber).
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