Elba Maria Nunes Ramalho nasceu na zona rural de Conceição da Paraíba, no dia 17 de agosto de 1951. Ainda criança se mudou para Campina Grande e cresceu atenta ao gosto da música do seu pai e aos ritmos do Nordeste: forró, xote, baião, frevo, maracatu e o som dos caboclinhos. A futura cantora iniciou sua experiência artística tocando bateria no conjunto “As Brasas”, formado só por mulheres. Isso foi em 1968, quando também estudava nas faculdades de Economia e Sociologia. Tentou por cinco anos pegar o diploma, mas não conseguiu, porque o amor pelas artes falou mais alto.
Trocou a Paraíba pelo Rio de Janeiro, em 1974, tendo viajado para o “Sul Maravilha” acompanhando o grupo pernambucano Quinteto Violado. Na capital carioca, começou no teatro, atuando preferencialmente em musicais, onde “a atriz encontrava a intérprete”. Participou do filme “Morte e Vida Severina”, inspirado na obra de João Cabral de Melo Neto e no ano seguinte, 79, estava na montagem de “Ópera do Malandro”, de Chico Buarque de Holanda. Sua interpretação de “O Nosso Amor”, ao lado de Marieta Severo rendeu prêmios, elogios e seu primeiro contrato com a gravadora CBS. Nascia a cantora.
Seu primeiro disco, “Ave de Prata”, nome de uma música de Zé Ramalho, incluída no álbum, surpreendeu o país. Trazia, além de composições de autores nordestinos, a faixa “Não Sonho Mais”, do mesmo Chico que lhe abriu caminhos com a “Ópera do Malandro”. Boa cantora, excelente intérprete, bom gosto no repertório, um timbre de voz único, Elba não saiu mais das paradas, caindo no gosto do grande público e sendo respeitada pela crítica.
Presença marcante nas festas juninas de Campina Grande e Caruaru, Elba Ramalho canta um pouco de tudo e já fez parcerias com artistas como Chico Buarque, Lenine, Chico César, Zé Ramalho, Dominguinhos, Fagner, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Elomar, Xangai, Belchior, Robertinho do Recife, Guilherme Arantes e Moraes Moreira. Cantou também junto com Luiz Gonzaga, tendo ficado na memória dos nordestinos e brasileiros sua interpretação de “Sanfoninha Choradeira”, ao lado do Rei do Baião.
Junto de Alceu, Zé Ramalho e Geraldo Azevedo, merecem ser destacados os shows denominados “O Grande Encontro”, que deram origens a discos memoráveis.
Com mais de 30 anos de carreira, Elba já lançou 29 discos, três DVDs e teve alguma participação em 15 filmes. A paraibana tem uma presença eletrizante no palco e não se limita às influências da música nordestina. Canções românticas, pop, rock, samba, frevo, boleros, praticamente todo tipo de som produzido no país ou mesmo no exterior foi absorvido por essa artista, eclética como poucas.
Elba Ramalho tanto pode empolgar cantando uma música de Lenine, quanto de Gonzagão ou de Caetano Veloso ou Chico César. A sua interpretação de “Cajuína”, do cantor e compositor baiano, é marcante, assim como “Chão de Giz”, do parente e conterrâneo Zé Ramalho. No disco de 2001, “Cirandeira”, resgatou Vicente Celestino, com uma interpretação comovente de “Patativa”.
Escalada para se apresentar pela terceira vez no Festival de Inverno de Garanhuns, que começa no próximo dia 15, Elba Ramalho é sinônimo de praça cheia, alegria, energia e boa música. Muito se poderia escrever ainda sobre esta grande artista paraibana, mas por hora consideramos suficiente este “aperitivo”.
Amada e admirada por fãs clubes espalhadas por todo o Brasil, personagem de comunidades do orkut, notícia em qualquer lugar, Elba Ramalho é uma estrela nordestina a brilhar no cenário da Música Popular Brasileira. Não poderia nunca deixar de integrar esta série que estamos publicando. Até porque, seria incoerência nossa deixar de incluir na relação uma artista que já ganhou mais de 20 prêmios regionais e nacionais como cantora e intérprete.
Para coroar esta matéria sobre Elba, incluímos um vídeo da cantora interpretando “De Volta pra meu Aconchego", acompanhada do garanhuense Dominguinhos. Para acessar, basta clicar o nome da artista, acima, depois da foto, todo em maiúsculo.
Parabéns! Essa matéria realmente é fantástica, nada que eu como fã número um e incondicional que sou, não saiba. É imprescindível que todos os seus seguidores, saiba da verdadeira origem da maior representante de nossa cultura brasileira, dona de uma voz inigualável. Ela é única. Simples, humilde, humana. É claro, não poderemos negar o talento de outras como: Bethânia, Gal, Simone, Joanna, Fafá, Alcione, Bethy carvalho, Zizi Possi, a saudosa Elis. Entre outras. Valeu!!! Sou seu fã garoto.
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