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O CARNAVAL PEDE PASSAGEM - Por Roberto Almeida

Carnaval no Rio de Janeiro
Cena de "A Caldeira do Diabo"

No Brasil é difícil você ficar totalmente livre do Carnaval, mesmo que esteja numa vila semelhante à do filme "Bacurau", situada no interior do Rio Grande do Norte. O nome verdadeiro do lugar onde foram feitas as filmagens é outro, naturalmente.

O Carnaval pede passagem ou bate à sua porta onde você estiver.

Em Garanhuns se disfarça de Jazz e Blues e conquistou bom público, ontem à noite, na Praça Mestre Dominguinhos.

Mais cedo, à tarde, um trio elétrico patrocinado pela prefeitura animou foliões na Cohab II.

Antes de Mônica Almeida, outros artistas da cidade se apresentaram e deram conta do recado.

No momento eu que fui dar uma "espiada" uma cantora me surpreendeu com voz muito bonita, domínio de palco, sem ficar a dever a algumas famosas que aparecem nos programas de televisão.

Tinha muita gente, grande maioria de jovens, que pareciam não acreditar naquele show, em cima do caminhão enorme, com músicos tirando um som legal e proporcionando animação.

Foi o primeiro ano em que a Cohab II teve carnaval. Caso a dose se repita no próximo ano, com certeza o sucesso será ainda maior.

Antes de me deslocar para ver de perto a folia, recebi em casa a visita do presidente da Câmara, vereador Luizinho Roldão, acompanhado de Camila e do filho Luiz David, que está com quatro meses.

O prefeito Sivaldo Albino também participou da festa, mas não tive a oportunidade de falar com ele, dar-lhe um abraço, como gostaria.

Pelo relato vocês constataram que o tal carnaval esteve aqui pertinho, não há como escapar, como escrevi no começo.

E ele também nos toca de longe: João Campos prateou os cabelos, a namorada Tabata Amaral fez o mesmo, a governadora Raquel, acompanhada de Priscila Krause prestigiou o desfile do Galo.

Na TV, descubro uma pérola, um filme lançado no ano em que nasci, 1957.

"A Caldeira do Diabo", do qual ouvi falar algumas vezes (provavelmente apenas uma citação ao título, feita por alguém engolido na memória pelo passar do tempo).

Mas,  meus 10 ou 20 leitores que gostam de um texto mais robusto, é um filmaço.

Apesar de ter sido produzido há 67 anos, A Caldeira é muito bom e atual,  num belo colorido, diferente das tinturas de hoje.

Um dia ainda alguém vai me explicar, conseguirei a informação em algum lugar, sobre o porquê desses filmes antigos em tecnicolor parecerem mais bonitos, encantarem tanto com a fotografia perfeita.

O que estou defendendo pode ser confirmado com o épico "E O Vento Levou", que se a memória não me trai (vamos deixar o Google pra lá, é carnaval) é de 1939.

"Os Brutos Também Amam" também é da década de 50, como "A Caldeira do Diabo". É um dos faroestes mais perfeitos da história do cinema e o colorido, as passagens, são um deslumbre.

Claro, também conta uma boa história, a direção é impecável e os atores são bons.

Se você chegou até aqui, deve estar se perguntando, como pessoa inteligente que é: "E o Carnaval? Afinal o que é a Caldeira do Diabo?"

Paciência.

O filme realizado no ano que nasci retrata uma cidade do interior, denominada com este estranho nome que dá título ao longa. Fica nos Estados Unidos e aparentemente é um mar de tranquilidade.

Ao longo de duas horas vai se descobrir que não é bem assim. Uma mulher respeitada esconde segredos até da própria filha, deu um jeito de mudar ou apagar o passado. Outra, com gosto pela fofoca maldosa, provoca um conflito familiar, ao divulgar mentiras (hoje seria chamado de fake news) a respeito de um casal de jovens.

Um trabalhador é alcoólatra, pratica violência doméstica. Contra a mulher e a enteada.

Até estupro acontece. Imagine você,  tratar de tal tema antes da chegada dos anos 60.

São assuntos, caros leitores (as) amigos (as), que estão em pauta nos dias atuais e foram corajosamente abordados quase 70 anos atrás.

Depois de ter visto o filme li uns artigos a respeito do longa. Descobri que não época escandalizou, sofreu censura em alguns estados americanos.

É que "A Caldeira do Diabo" conclui denunciando uma sociedade hipócrita, o "faz de conta de homens e mulheres ditos do bem", que se revelam, no fim como pessoas más ou sujas. Pelo menos uma parte dela (da sociedade).

O filme recebeu na época quase uma dezena de indicações ao Oscar e levou três estatuetas, uma delas para Lana Turner como melhor atriz. Ela foi uma das estrelas de Hollywood em seu tempo.

E o carnaval? São dias que nos permitem fazer uma reflexão. Sobra tempo para ler, ouvir música e assistir bons filmes.

Se quiser vê-lo de perto basta sintonizar a TV aberta, ler os sites de notícias, perder alguns minutos nas tais redes sociais.

Aqui em Garanhuns, me parece que a festa rola hoje no Magano, à tarde, e à noite tem mais jazz e blues para quem não está afim de frevo, samba ou axé.

Bom domingo!

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