Era junho de 2002, fazia frio
e Garanhuns se cobria de uma nuvem cinzenta. Olhava encantada os belos jardins
dos casarios, os girassóis, deleites de Van Gogh, as gordas hortênsias. As ruas
vazias, não eram mais solitárias que o meu coração, vivia o luto, desfrutava do
cheiro de rosas com espinhos.
Meu cunhado percebeu meu
desasossego, e usou uma estratégia inteligente a fim de me fixar à terra; me
apresentou à Academia de Letras de Garanhuns, a palavra – meu fetiche, me dava
as mãos.
O passeio pelas ruas, o
encontro com a placa em uma das artérias do bairro Heliópolis, com o nome Simoa
Gomes de Azevedo, me motivou a estudar a protofundadora da cidade e o seu
tempo. O interesse pela historiografia se aliava à literatura. O sentimento de
pertencimento, de identificação, com a urbe, supõe o mergulho na sua história,
no seu passado, feitos e fatos.
Em 30 de novembro de 2004,
recebi o Título de Cidadã Honorária de Garanhuns, assustada, me perguntei “o
que fiz para merecer tamanha distinção?” O sentimento de dívida para com a
população me perseguia como um cão danado e se fixou em mim como uma segunda
pele.
Minha gratidão a João
Inocêncio, graças a ele, Garanhuns, se tornou minha outra pátria.
Terra de Garanhuns, 12
de maio de 2021
Ivonete Batista Xavier
Presidente
do Instituto Histórico, Geográfico e Cultural de Garanhuns
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