Aproveitando o Dia
Internacional da Mulher, comemorado nesta quinta-feira, dia 8 de março, 800 ativistas
de diversos movimentos populares ocuparam o parque gráfico do jornal O
Globo, no Rio de Janeiro.
O objetivo da ação, iniciada às
5h30 da manhã, é denunciar a atuação decisiva das organizações Globo sobre a
instabilidade política brasileira.
As mulheres destacam a
articulação da Globo no processo do golpe, desde o impedimento da presidenta
Dilma, em 2016, até perseguição ao presidente Lula, para inviabiliza-lo
como candidato em uma eleição democrática.
Participam
da ação mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, do Levante
Popular da Juventude, do Movimento dos Atingidos por Barragens e do Movimento
dos Pequenos Agricultores, além de moradoras de comunidades da cidade.
Intervenção - As
mulheres também deram visibilidade ao caráter político e contrário aos direitos
do povo da intervenção militar no Rio de Janeiro.
Com o mote “A Globo promove
intervenção para dar golpe na eleição” elas lembram que o próprio golpista
Michel Temer declarou que vai suspender o decreto caso tenha maioria na Câmara
e no Senado para votar a reforma da Previdência.
Para Maria Gomes de Oliveira, da Direção do MST, se trata de uma
questão eleitoral e de um processo de coação social. “A Globo e os
articuladores desse processo abordam a intervenção militar no Rio de Janeiro
como medida de segurança. Ao mesmo tempo em que ela promove o medo para manter
a classe trabalhadora calada, Temer e aliados se aproveitam de um anseio da
sociedade para esconder sua estratégia eleitoral”, explica.
A
dirigente ressalta ainda que a empresa tem interesses econômicos na Reforma da
Previdência. “A globo opera ativamente na política para manter seus lucros e o
monopólio sobre a mente das pessoas. No caso da previdência, ela está
diretamente ligada à Mapfre Seguros, uma empresa que presta serviços de
previdência privada”. Para ela, o momento caracteriza um desvio de função das
Forças Armadas. “Tanques e soldados armados com fuzil não resolvem a violência.
Os militares deviam cuidar de proteger nossa soberania, inclusive as riquezas
como o petróleo, a água, as terras, que o golpista está entregando numa bandeja
para o capital internacional”, afirma.
Ana
Paula Silva destaca que a taxa de desemprego beira a 12% e, assim com o
desmonte de serviços básicos de educação e saúde, são fatores que contribuem
para o aumento da violência. “O crime se combate com o desenvolvimento de uma
política de segurança e não com intervenção militar. Sabemos que o caminho é
crescimento econômico e políticas públicas para o povo, mas para garantir isso
precisamos retomar a democracia que perdemos com o golpe. Garantir eleições sem
fraude é central para barrar os ataques aos direitos dos brasileiros”, garante
a militante.
Decadência
O
parque gráfico ocupado é o maior da América Latina. Sua construção foi, em
parte, financiada pelo BNDES, com o montante de R$ 217 milhões, em valores
atuais. Ele foi projetado para a impressão de 800 mil jornais diários, mas a
média de produção do O Globo em 2017 não passa de 130 mil exemplares/dia,
segundo dados do Instituto Verificador de Circulação (IVC). Ou seja, não
utiliza nem 50% da capacidade produtiva.
“Este
lugar é um elefante branco a serviço da desinformação. Com tanto recurso
público investido, deveriam ao menos se dignar a fazer um jornalismo de
qualidade. Não é à toa que o jornal está em decadência. As trabalhadoras não
engolem mais as mentiras e manipulações da Globo”, afirmou.
A
ação faz parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra, que tem por
lema a célebre frase de Rosa Luxemburgo “Quem não se movimenta, não sente as
cadeias que a prendem”.
*Com informações do movimento Levante Popular da Juventude e site Brasil 247
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