Crônica de Givaldo Calado
Advogado, ex-vereador, ex-secretário de Cultura do Município e empresário bem sucedido, Givaldo Calado de Freitas tem também muito talento como escritor. Produz crônicas saborosas, versando sobre Garanhuns e seus personagens, e esses textos agora estão sendo reunidos em volumes, que chegarão ao grande público.
Advogado, ex-vereador, ex-secretário de Cultura do Município e empresário bem sucedido, Givaldo Calado de Freitas tem também muito talento como escritor. Produz crônicas saborosas, versando sobre Garanhuns e seus personagens, e esses textos agora estão sendo reunidos em volumes, que chegarão ao grande público.
O blog se antecipa e passa a publicar crônicas escolhidas de Givaldo. Nós aqui sempre primamos pelo conteúdo, pela excelência do texto e temos no ex-secretário de Cultura um homem refinado, com vocação para a escrita.
Comecemos com uma homenagem as mulheres brasileiras, que o autor fez no início do ano passado:
Hoje, 24 de fevereiro de
2016. As mulheres brasileiras comemoram o “Dia da Conquista do Voto Feminino”.
Há exatos 84 anos, portanto. Já que instituído em 1932, apesar das restrições a
ele impostas, a exemplo de que ao voto só teria direito a mulher casada, com
autorização do marido, e as viúvas e solteiras com renda própria. Essas
restrições, todavia, foram eliminadas em 1934, mas foi em 1946 que o voto
passou, também, a ser obrigatório para as mulheres. Porque até então era só um
direito, não um dever, como passou a sê-lo até nossos dias.
Para chegarmos ao patamar de
hoje, ou seja: o voto obrigatório, também, às mulheres, a caminhada foi longa e
lenta. Para se ter uma ideia, a discussão sobre o voto da mulher só foi chegar
ao Congresso em 1891, sendo, contudo, rechaçado pela maioria dos congressistas
que apostavam na inferioridade da mulher e no perigo que o voto feminino
poderia acarretar à preservação da família brasileira.
Cumpre referir o pioneirismo
da estudante de direito mineira, Mietta Santiago, educada na Europa que, de
volta ao Brasil, descobriu, em 1928, que o veto ao voto das mulheres
contrariava o artigo 70 da Constituição Brasileira de 1891, então em vigor.
Impetrando Mandado de Segurança, teve seu direito confirmado, tendo votado em
si mesma, já que candidata a Deputada Federal naquele ano. Com seu gesto de
coragem e enfrentamento, serviu inspiração ao grande poeta Carlos Drummond de
Andrade, que fez um poema em sua homenagem:
“Mietta Santiago
loura poeta bacharel
Conquista, por sentença de Juiz,
direito de votar e ser votada
para vereador, deputado, senador,
e até Presidente da República,
Mulher votando?
Mulher, quem sabe, Chefe da Nação?
O escândalo abafa a Mantiqueira,
faz tremerem os trilhos da Central
e acende no Bairro dos Funcionários,
melhor: na cidade inteira funcionária,
a suspeita de que Minas endoidece,
já endoideceu: o
mundo acaba".
As mulheres brasileiras,
portanto, têm tudo para comemorar esta data, no que pese a tristeza com que
encaramos, hoje, nossos quadros políticos. Mas que somente poderemos melhorá-lo
com a participação efetiva de todos e de todas. Homens e mulheres que, deveras,
queiram o melhor para o nosso país, para o nosso estado e, particularmente,
para a nossa cidade.
Parabéns, mulheres
garanhuenses!
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