MARÍLIA ARRAES ACHA PAULO CÂMARA INCOMPETENTE

O jornalista com a vereadora

Num curto espaço de tempo a vereadora Marília Arraes, pré-candidata do PT ao Governo de Pernambuco, esteve em Garanhuns e outras cidades da região três vezes.

O editor do blog foi encontrá-la neste domingo num restaurante da cidade, onde funcionou o “Vale das Graviolas”, que era de propriedade de Zuleide Herculano, uma apaixonada pelo governador Miguel Arraes.

Marília conversou com o jornalista durante cerca de 40 minutos e não deixou nenhuma pergunta sem resposta.

Para ela, depois que Eduardo Campos morreu Pernambuco ficou carente de uma grande liderança política e existe um vácuo a ser preenchido. É nesse espaço que ela está atuando,  com o desejo de chegar ao Palácio das Princesas.

Marília sabe que tem problemas para viabilizar sua candidatura. O próprio partido ainda não se definiu e existem lideranças do PT pernambucano que estão preferindo se aliar ao PSB de Paulo Câmara, por interesses pessoais.

Ela não dá nomes, não ataca ninguém, mas acha que seus companheiros de partido não deviam perdoar os socialistas do estado, que foram fundamentais no processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT).

A neta de Arraes, ao que parece, não está disposta a perdoar golpistas, ao contrário de outras lideranças do Partido dos Trabalhadores.

A vereadora admite que o fato de ser mulher e relativamente jovem (está com 33 anos) também pesa na política, porque alguns eleitores ainda preferem os homens ou alguém mais velho administrando o Estado.

Marília, porém, com muita segurança assegura que está preparada para governar Pernambuco. 

Ela disse que despreparado para gerenciar o estado estava Paulo Câmara, que venceu uma eleição ajudado por uma comoção social e na sua opinião fracassou totalmente como gestor.

Diante da pergunta do repórter se ele não considerava o socialista competente, a petista não titubeou:

- Ele é muito incompetente – afirmou.

A vereadora avalia que somente depois de três anos de governo Paulo Câmara começou a se mexer, como se somente agora tivesse aprendido alguma coisa "e mesmo assim ainda deixa muito a desejar".

Ao contrário do atual governador, que sempre foi um técnico, Marília iniciou na política logo cedo. Ainda estudante de direito participou dos movimentos estudantis, exerceu cargos públicos a nível estadual e com pouco mais de 20 anos se elegeu vereadora do Recife pela primeira vez, com mais de 9 mil votos.

Atualmente está no terceiro mandato, tendo sido reeleita em 2016, já filiada ao PT, com 11.782 votos, sua maior votação até agora.

Além de ter carreira própria, Marília tem a política no sangue.

É neta de Miguel Arraes, prima legítima de Eduardo Campos e o marido, Felipe Francismar, é vereador no Recife.  O sogro, Franscimar Pontes,  é deputado estadual.

Correndo para viabilizar sua candidatura, Marília já se preocupa também com os problemas de Pernambuco.

Consciente de que uma das principais questões da Região Metropolitana do Recife e do interior, atualmente, é a violência, a vereadora já marcou uma conversa com o professor José Luiz Ratton, especialista na área de segurança, principal idealizador do “Pacto pela Vida”, quando Eduardo Campos era governador.

Isso deixa claro que a petista está se preparando para o cargo e se chegar ao Palácio das Princesas irá adotar medidas de impacto para que o pernambucano possa ter mais segurança.

Embora já apareça bem nas pesquisas, em empate técnico com Armando Monteiro (PTB) e Mendonça Filho (DEM) e apenas um pouco atrás do atual governador, Marília ainda não pôde nem pensar num vice, porque os petistas não se definiram ainda se o partido vai mesmo ter candidato próprio na sucessão estadual.

Os números, no entanto, são animadores, a vereadora gostou muito do resultado da pesquisa do Instituto Múltipla, divulgado pelo jornalista Inaldo Sampaio, e que segundo ela bate com outras pesquisas realizadas no estado.

Na sua opinião,  os pernambucanos não estão satisfeitos com as opções atuais e dificilmente o governador Paulo Câmara vai ultrapassar os 30% nas pesquisas.  "Surgindo uma alternativa o povo vai optar pela mudança", acredita.

Embora tenha um discurso político que lembra o de seu avô, mais até que o do primo Eduardo Campos, Marília garante que nunca procurou imitar, buscando desde cedo seguir seu próprio caminho, lutando por suas ideias.

O estilo Arraes, assim, poderia estar mais no sangue.

Seu avô governou Pernambuco em três oportunidades, sempre se posicionou ao lado do povo e durante décadas foi uma grande referência da esquerda no estado e no Brasil.

Marília é filha da psicóloga Sônia Valença e do administrador de empresas Marcos Arraes (filho do ex-governador).

Seu avô por parte da mãe, o médico Zaldo Rocha, foi um dos pioneiros da psiquiatria infantil no país.

A partir dessas raízes, das ligações políticas dos familiares, das eleições que disputou e acompanhou, da experiência como vereadora na capital, é que Marília Arraes pretende dar o grande salto e se tornar a opção de voto para os pernambucanos em 2018.

Ela garante estar pronta não só para disputar, mas também para governar Pernambuco. 

Ao chamar Paulo Câmara de incompetente dá a entender que o estado merece um gestor mais preparado que o atual. 

Se depender de sua garra irá sentar na cadeira que foi de Arraes, de Eduardo, e que a partir da eleição de 2018 poderá estar reservada para si.

Marília com o petista Pedro Passos