Por Altamir Pinheiro
Neste 9 de dezembro de 2017, A imprensa
cinematográfica mundial comemora 101 anos de "um gigante", "uma
lenda viva", "um monstro sagrado". O ator marcou a história do
cinema com dezenas de papéis fascinantes, entre eles, Spartacus, como também o
inesquecível marinheiro Ned, de Vinte Mil Léguas Submarinas e a espetacular
película de faroeste intitulada O Último Pôr-do-Sol de 1961, donde, ele
contracena com a exuberante Dorothy Malone e o magistral Rock
Hudson. O Último Pôr-do-Sol é um filme que, se não é a
maior maravilha em faroestes, ganha pontos por ser um western diferente,
agradável, forte e muito bem feito.
Kirk Douglas é conhecido como o Eterno
Spartacus fez cerca de cem filmes em sua carreira, mas nenhum o marcou tanto
como aquele em que vive um escravo na Roma Antiga, Spartacus. Naquele ano de
1961, o Oscar foi para seu companheiro de elenco, o excelente Peter Ustinov,
que levou a estatueta por seu papel como Batiatus. Douglas sequer chegou a ser
indicado, mas sua figura máscula entrou para o imaginário dos fãs do cinema. No
início dos anos 1960, ele já era um ídolo, mas nenhum personagem havia lhe dado
tamanha popularidade mundial como aquele.
Kirk Douglas foi indicado três vezes ao Oscar
de Melhor Ator, mas não levou nenhum. Ele concorreu por Campeão, em 1950,
quando perdeu para Broderick Crawford com A Grande Ilusão. Voltou a concorrer
em 1953 por Cativos do Mal, mas quem venceu foi Gary Cooper por seu trabalho em
Matar ou Morrer. Por fim, Douglas entrou no páreo com sua elogiada atuação em A
Vida Apaixonada de Van Gogh, em que vivia o pintor holandês, mas acabou
derrotado por Yuri Brynner, por O Rei e Eu. O ator só veio ganhar o Oscar
Honorário em 1996, pelo conjunto da obra.
Um fato interessante aconteceu no primeiro
filme de cowboy protagonizado por Kirk Douglas, Embrutecidos pela Violência de
1951. Diz-se isso em razão de, Kirk ter morrido em diversos filmes, suas
participações, em que não saiu vivo ao final, em “Sua Última Façanha”, “O
Último Pôr-do-Sol”, “Desbravando o Oeste”, “Chaga de Fogo” e
“Spartacus”. Em “Embrutecidos pela Violência”, realizado em 1951, Douglas ao
final sobrevive a uma longa jornada no deserto e a muitos homens interessados
em matá-lo, terminando o filme nos braços de Virginia Mayo. Nesse mesmo
faroeste, porém, o ator foi brutalmente assassinado por ‘artistas’ de diversos
países incumbidos de desenhar o pôster desse que foi o primeiro western da
carreira do grande ator. Quer dizer, quem o matou foi seu desenhista italiano
através de seu pincel, pintando-o com uma caricatura parecida com o rosto
de Burt Lancaster.
Como relatado acima, Kirk, que fez seu
primeiro western intitulado “Along the Great Divide” - Embrutecidos pela
Violência, passando a maior parte do filme em cima de um cavalo, ele que jamais
montara em sua vida. Mas Kirk também nunca havia tocado trompete e aprendeu
para interpretar um músico em “Êxito Fugaz”; para atuar em “O Invencível”
aprendeu a lutar boxe. Em seus próximos filmes Kirk Douglas mostraria
habilidades de malabarista, de piloto de corridas e tocaria banjo e cantaria
surpreendentemente bem em “Homem sem Rumo” (Man Without a Star). Não havia
desafio que Kirk não superasse e aprender a montar cavalo foi até fácil e
prazeroso.
O antigo ator Kirk Douglas, pai da
também estrela de Hollywood Michael Douglas(73 anos), celebra 101 anos de vida.
Apelidado de ‘lenda viva’ do cinema por muitos, estreou em 1946, depois de uma
infância marcada por dificuldades econômicas. Batizado como Issur Danielovitch,
Kirk cresceu em um bairro pobre de Nova York, onde os pais, vindos da
Bielorrússia, escolheram viver. Foi também nos anos 50 que Douglas conheceu
aquela que apelida como alma gêmea, Anne Buydens, casamento esse que já dura 63
anos.
O icônico ator, que interpretou papéis que
marcaram a história do cinema, revelou em um texto especial escrito para a
revista Closer Weekly, ano passado, por ocasião do aniversário de 100
anos que sua segunda e atual esposa, Anne, de 98 anos, tem sido a inspiração
para superar as adversidades com o passar das décadas. longevidade que o astro
atribui a um "maravilhoso casamento" de mais de seis décadas. Já o
seu filho, Michael Douglas, afirmou : "Ultrapassar a barreira
do centenário de idade certamente é um marco, mas os fatos são o que papai
realizou em todo esse tempo. Para mim, sua resistência e tenacidade são as
qualidades que mais se destacam. Me ensinou a dar o melhor em qualquer coisa
que faça. Ele é o pacote completo".
Ao completar 100 anos, o ator Kirk Douglas
escreveu sua autobiografia junto com a esposa, Anne Douglas (98 anos). Batizada
de ‘KIRK E ANNE: CARTAS DE AMOR, RISOS E UMA VIDA EM HOLLYWOOD’ (em tradução
livre), o livro é marcado principalmente sobre os comentários de ambos sobre os
affairs que mantiveram ao longo de seus 63 anos de casados. Em determinado
trecho da publicação, Anne chega a afirmar que considera “surreal esperar
fidelidade total em um casamento”. Antes de Anne, Kirk foi casado com a atriz
Dianna Dill, mãe de seu filho ator Michael Douglas e do produtor Joel Douglas.
Galã dos anos 50, esse tesouro chamado Kirk, com 101 anos, em aparição raríssima em
Beverly Hills é um sobrevivente, tanto de um acidente de avião quanto de
um derrame, e continua a ser uma lenda viva em plena superação dos 100
anos de idade, ao lado de sua esposa, Anne Buydens, 98. E como se isso tudo não
bastasse, ele é pai de outro grande astro do cinema: o ator Michael Douglas.
Kirk pertence a uma época de ouro. Só se destacava quem tivesse
talento. Hoje, com todos os efeitos especiais e tecnologia, não sabemos direito
se o ator tem talento ou são os efeitos especiais que predominam. Kirk Douglas
foi muito mais ator que Michael. Fez dezenas de papéis memoráveis. E, mesmo
assim, Michael tem um Oscar e ele não. Coisas de Hollywood...
Nenhum comentário:
Postar um comentário