A denúncia de desperdício de dinheiro público, superfaturamento de
serviços e obras inacabadas que deveriam ter sido executados pelo Governo do
Estado para a Copa de 2014, precisa ser investigada pela Justiça mas também
informada ao povo de Pernambuco.
A avaliação é do deputado Álvaro Porto (PSD) diante das informações
apresentadas pelo Tribunal de Contas do Estado em matéria veiculada pela TV
Globo desta sexta-feira (21.07).
Para o deputado, além de ser fundamental punir de responsáveis e esclarecer a multiplicação de gastos em obras que seguem incompletas, a população necessita estar consciente da distância que existe entre discurso e prática dos que vêm governando o Estado há mais de dez anos.
Na opinião de Porto, a medida cautelar expedida pelo TCE nesta sexta, determinando que o Governo do Estado suspenda o pagamento da rescisão do contrato de concessão administrativa da Arena Pernambuco, só reforça a necessidade de esclarecer gastos do estado com tudo o que se refere à Copa de três anos atrás.
A medida cautelar foi tomada pelo TCE para que a administração estadual adote medidas destinadas a prevenir lesão irremediável ao erário estadual. A decisão está fundamentada em investigações da Operação Fair Play, da Polícia Federal, que apontam "indícios de conluios" entre as empresas Andrade Gutierrez e Odebrecht na licitação da Arena.
No que diz respeito à denúncia da TV, o TCE revela que auditorias
apontaram desperdício de recursos e falta de planejamento na construção de um
viaduto inacabado que custou cinco vezes mais do que estava previsto no projeto
original e um terminal de ônibus subutilizado no município de Camaragibe.
O viaduto que auxiliaria no acesso à Arena Pernambuco deveria custar R$ 5 milhões, mas, segundo o TCE, passou para R$ 45 milhões, dos quais R$ 40 milhões foram liberados, mas apenas duas das quatro pistas previstas estão prontas.
Já o terminal de ônibus de Cosme e Damião, que deveria facilitar a
circulação de passageiros entre a estação Timbi do metrô e a Arena, está ocioso
por conta de alterações no traçado original das pistas de acesso. O terminal
custou R$ 17 milhões, sendo o mais caro do estado, mas hoje só recebe duas
linhas de ônibus, segundo o TCE.
"Este mesmo grupo que hoje coloca nas costas da crise as
ineficiências da gestão de Paulo Câmara vem desperdiçando dinheiro por falta de
planejamento e má administração", diz Porto.
"Não é possível que tenhamos de conviver com tanta ineficiência
maquiada por essa propaganda enganosa. O trabalho do TCE está mostrando a realidade,
destruindo o discurso que culpabiliza a crise e deixando claro as limitações e
a má gestão que penalizam o nosso estado. Que a Polícia Federal prossiga suas
investigações e que as denúncias do TCE sejam encaminhadas para Ministério
Público de modo que se chegue aos responsáveis e estes sejam punidos",
frisa.
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