Por Michel Zaidan Filho|*
Como bem disse o blogueiro José Luiz Silva, o governo Temer
agoniza e os ratos já ensaiam os procedimentos de saída desse ruinoso
experimento político.
Uns deixaram
o ministério, outros prepararam a saída (mas não saíram) e outros passaram para
a oposição. Era de se esperar que isso acontecesse, há mais ou menos dias. A
coligação que apoiou esse arranjo só tinha em comum o anti-petismo e
muitos interesses não necessariamente republicanos. A questão que fica é:
saindo Temer, o que vai acontecer?
Gostaria de lembrar que o sogro do atual presidente da Câmara dos Deputados, Wellington Moreira Franco, é uma espécie de eminência parda desse moribundo governo. Integra ele o trio composto por Padilha, Jucá e o dito cujo que mandam e desmandam no Presidente.
È de se
lembrar também que foi o sogro que urdiu a saída de Eduardo Cunha da
Presidência da Câmara e tramou a eleição do seu genro, Rodrigo Maia, para o
lugar de Cunha, o silencioso de ouro. Nesse ambiente de muitas
especulações, intrigas, fofocas e suspeições, é muito difícil não achar que
Moreira franco não tenha previsto um cenário em que Temer foi impedido de
governar e o seu contraparente assumisse a vacância do poder, na condição de
primeiro mandatário da Casa.
Mais
ainda, o homem que conduziria - certamente - a eleição indireta pela
Câmara o sucessor do atual ocupante da cadeira presidencial. Há pouco, Luis
Nassif sugeriu que as gravações e sua divulgação poderia ser um artifício
pensado para justificar também a condenação de LULA e seu impedimento para
disputar as eleições presidenciais.
Pode até ser. A rede Globo e o seu jornal não são absolutamente insuspeitos nessa operação desconstrutora tanto de Aécio Neves e sua família, de José Serra e do próprio Michel Temer.
Pode até ser. A rede Globo e o seu jornal não são absolutamente insuspeitos nessa operação desconstrutora tanto de Aécio Neves e sua família, de José Serra e do próprio Michel Temer.
Deve
haver algum plano por trás de tudo isso e não deve ser a favor da
República brasileira. Mas a questão é: se Temer renunciar ou for impedido de
continuar o resto do mandato presidencial, o que pode acontecer? - Diz a
Constituição que no caso de vacância do titular e seu vice, o Presidente da
Câmara assume para em três meses, fazer uma nova eleição pelo Congresso,
embora qualquer brasileiro possa se candidatar.
A lei que
rege essas eleições é de 1964, anterior portanto à Constituição de 1 988,
e pode estar sujeita a muitas controvérsias e contestações na sua
aplicação ao caso vigente. Como se trata de matéria "interna
corporis", é possível que o atual grupo político hegemônico na Casa
produza uma interpretação de acordo com seus interesses. E aí já se sabe
quem seria beneficiado com essa exegese legislativa.
Falemos da oposição e da PEC apresentada fixando a realização de eleições gerais já.
Falemos da oposição e da PEC apresentada fixando a realização de eleições gerais já.
Este
parece que seria o caminho mais adequado diante da falta de legitimidade (não
de legalidade) de que desfrutam os atuais mandatários da Câmara para elegerem
quem quer que seja (ou fazer qualquer reforma). Muitos estão na mira da
Operação Lava-a-jato.
Houve
muitas notícias sobre a compra de voto pelo "impeachment" da
Presidente Dilma. A atual legislatura - uma das piores nesses últimos tempos -
vem cumprindo docilmente uma agenda legislativa contrária aos interesses do
povo, mas a serviço das empresas nacionais e estrangeiras e outros grupos
econômicos do país. Por tudo isso, seria assentar mais um golpe da
vontade política do eleitor, votar num nome escolhido especialmente para isso,
para suceder o temeroso.
Como disse o ex-presidente do STF, está na hora do povo brasileiro tomar em suas mãos o destino do País, ir às ruas pedindo eleições diretas e gerais já, apoiando e reforçando a votação da PEC que pede a antecipação das eleições gerais. Não há mais o que fazer.
Como disse o ex-presidente do STF, está na hora do povo brasileiro tomar em suas mãos o destino do País, ir às ruas pedindo eleições diretas e gerais já, apoiando e reforçando a votação da PEC que pede a antecipação das eleições gerais. Não há mais o que fazer.
É uma
ilusão esperar que o Judiciário, o Executivo ou o Presidente da Câmara apoiem
essa oportuna e justa devolução do poder de decisão eleitoral ao povo
brasileiro. Esses parlamentares estão de costas para a Nação, legislam em
favor de si mesmos e de seus interesses. Só o povo é soberano, num
momento de crise como esse, para decidir o que é melhor para si.
*Michel Zaidan Filho, natural de Garanhuns, é professor da UFPE, cientista político e escritor.
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