LULA CHAMA DALLAGNOL DE ANALFABETO POLÍTICO

Semana passada o procurador Deltan Dallagnol disse que o ex-presidente Lula liderava a organização criminosa que agia na Petrobrás. O petista, que não aceita a criminalização do PT por setores da Mídia, do Judiciário e Ministério Público, ontem à noite deu uma resposta dura sem São Paulo, durante um evento do seu partido.

“E aquele Dallagnol sugerir que o PT foi criado para ser uma organização criminosa... O que aquele moleque conhece de política? Ele nem sabe como se monta um governo. Não tem a menor noção. Ele acha que sentar em cima da Bíblia dele dá a solução de tudo", disse o ex-presidente.

Na visão do petista, fica claro, Dallagnol é um "analfabeto político".

Lula tem pago um preço alto por optar pelo enfrentamento contra a TV Globo, promotores e juízes. Cada vez que ele se sai com uma desta, aumenta o cerco para incriminá-lo e se possível prendê-lo.

Mas o petista, aos 71 anos de idade, viúvo pela segunda vez, que escapou da fome do Nordeste, virou líder sindicalista em São Paulo e terminou presidente da República, a essa altura do campeonato vai ter medo de quê?

Menos de olho nos votos, pois esse tipo de discurso não deve ajudá-lo eleitoralmente (caso ainda seja candidato), Lula está querendo mesmo é usar sua experiência para desabafar, tirar do peito o que o sufoca e mostrar aos “menudos” – a expressão moleque em São Paulo é usada em relação a menino, sem sentido pejorativo – que eles não são deuses.

Antigamente, no Brasil, muitos médicos se consideravam deuses. Atualmente são alguns promotores e juízes que se julgam ungidos da condição divina.

Vejam o caso de Sérgio Moro, que recentemente prendeu um profissional da imprensa arbitrariamente e ainda determinou: “Ele não é jornalista”.

Acontece que o referido profissional, de nome Eduardo Guimarães, tem registro profissional reconhecido pela Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) e Ministério do Trabalho.

O caso teve repercussão internacional e a OEA (Organização dos Estados Americanos) fez críticas ao juiz brasileiro.

“Não existe democracia sem liberdade de imprensa”, disse um dos representantes da OEA sobre o caso. 

Lula corre o risco até de se inviabilizar politicamente. Mas talvez esteja mais interessado mesmo é em lutar por uma democracia de verdade, como fez nos anos 70 e 80, minando com as armas que tem o governo ilegítimo que tomou de assalto o Brasil.

Guardadas as devidas diferenças de países e estilos, Lula é o nosso Nélson Mandela, que na África do Sul foi transformado em bandido, passou metade da vida na cadeia e quando foi libertado terminou presidente da República e pôs fim ao apartheid que segregava a maioria negra dos brancos dominadores.