BETÂNIA TEM UMA HISTÓRIA DE SUPERAÇÃO E PODE DISPUTAR VAGA NA CÂMARA MUNICIPAL

Betânia Monteiro nasceu em Canhotinho, mas ainda bebê veio morar em Garanhuns. A maior parte de sua vida foi na terra das sete colinas, se ausentando por uns tempos apenas por necessidade, quando o esposo, Humberto, que era cobrador da Empresa João Tude, foi vítima de um acidente e ficou paraplégico.

Ela então teve de ir para Brasília, procurar o Hospital Sarah Kubitschek, hospital recomendado no tratamento de seu marido. Na época ela ainda ia fazer 30 anos e tinha três filhos. Não conhecia nem o Recife, quanto mais a capital federal.

Mas não baixou a cabeça, não desmoronou. Com os amigos e amigas fez uma cota na cidade e conseguiu arrecadar dinheiro para a viagem. Chegou em Brasília sem conhecer nada nem ninguém, porém foi em frente, conseguiu uma pousada para se alojar com o companheiro, descobriu o caminho do hospital, o tratamento foi iniciado.

O início foi muito difícil, Betânia vendeu até marmitas na frente do prédio da Câmara Federal para se manter.

Procurou ajuda com os parlamentares de Pernambuco e ouviu muito não. Um atrás do outro. O primeiro a se sensibilizar com o seu drama foi Miguel Arraes, então exercendo o mandato de deputado federal, que a atendeu bem e a encaminhou para conversar com pessoas que poderiam ajudá-la.

Depois entrou em sua vida o deputado federal Gonzaga Patriota, que agiu quase como um pai da “garanhuense”. Um dia o parlamentar viu Betânia vendendo quentinhas nas proximidades do Congresso Nacional, com o marido ao lado, numa cadeira de rodas (os filhos tinham ficado na Suíça Pernambucana, com parentes) e convidou a mulher ao seu gabinete.

Gonzaga tirou a pernambucana das ruas, deu ordens aos funcionários do gabinete para ensinarem o serviço a jovem senhora e deu a ela uma chance para trabalhar no parlamento, fazendo assessoria.

Com o deputado sertanejo,  Betânia Monteiro aprimorou o trabalho de dar assistência as pessoas deficientes, passou a dar assistência a quem precisava de tratamento de saúde, aprendeu a servir e recebeu lições básicas de políticas.

Mas a pernambucana que nasceu em Canhotinho, se criou em Garanhuns e estava em Brasília sonhava com a volta, tinha saudade dos filhos e precisava dar um jeito de retornar.

Ela e o deputado entraram em entendimento, Betânia continuaria trabalhando para Gonzaga, mas em Garanhuns mesmo, junto aos menos favorecidos, servindo mais ainda a causa dos deficientes.

O plano deu certo, ela fez novos conhecimentos na cidade, começou a fazer política e nas eleições sempre ajudou Patriota a conseguir boas votações no município sem que ele precisasse fazer grandes despesas.

Em 2012, embora tivesse passado os últimos anos fora, Betânia resolveu se candidatar a vereadora, apoiando para prefeito Izaías Régis. Teve mais de 800 votos, surpreendendo muita gente.

Depois que assumiu a prefeitura, Izaías convidou Betânia para trabalhar na Secretaria de Ação Social do Município, quando ela teve oportunidade de ampliar seu trabalho em favor dos mais carentes e dos deficientes.

Ela não parou nesses últimos três anos e três meses, se tornando mais conhecida em Garanhuns e ganhando da população seu nome de guerra: “Betânia da Ação Social”. Como um reconhecimento do povo à garra daquela mulher, sempre disposta a ajudar, a resolver problemas, a encaminhar questões da área de saúde e dar uma solução.

No final do mês passado a guerreira entregou o cargo na prefeitura, porque está disposta a tentar novamente uma vaga na Câmara. É uma das pré-candidatas do PTB e vai tentar ampliar os votos que conseguiu quatro anos atrás.

Está mais experiente, tem mais serviços prestados e conseguiu novos aliados para a luta. Um deles é Luizinho Roldão, gerente do Bolsa Família. Ele não é mais candidato e resolveu apoiar sua colega de trabalho, caso o nome dela seja homologado na convenção do meio do ano.

Betânia pode ser chamada de guerreira por tudo que passou na vida. Ainda jovem ficou com o marido paraplégico, mas nunca o abandonou. Cuidou dele no momento mais difícil, criou os três filhos naturais e ainda adotou mais três. 

De um jeito ou de outro deu conta de todos eles. “Deus me deu forças”, acredita, ela que tem formação católica, mas também tem bom trânsito entre os evangélicos, chega a frequentar os cultos em algumas igrejas da cidade.

Ela até tem dificuldade em se declarar católica ou protestante. O que importa é a sua fé, o seu Deus, o que sabe é que é cristã.

Além de servir aos seus, ao marido, aos filhos, ainda virou uma “servidora do povo”, por isso mesmo com tantas atribulações está disposta a seguir de vez na política.

Acredita que se tiver um mandato poderá fazer mais pela população, pelas mulheres, pelos deficientes que abraçou tantos anos atrás.

Betânia já tem 34 anos de casada. Seu marido é paraplégico há 25 anos. Mas ela não demonstra infelicidade, mau humor ou pessimismo. Tem sempre no rosto um sorriso cativante, uma palavra de conforto, uma energia que faz você ficar bem.

Quando começou sua vida de casada morava na Cohab I, mas há quatro anos reside na Cohab II, onde fez grandes amizades.

Caso seja candidata, será a grande chance do Conjunto Francisco Figueira e loteamentos em volta pela primeira vez elegerem uma representante do bairro.

Essa Betânia humilde, filha de Paulo, um policial militar (já falecido), casada com o cobrador Humberto, mãe de seis filhos, continua na luta. A partir de julho vai estar na casa de muitos garanhuenses, em busca de mais uma superação, de realizar mais um sonho, de ampliar os espaços para servir.

Ela é grata a Miguel Arraes, é grata a Gonzaga Patriota e ao prefeito Izaías Régis. Graças ao apoio que conseguiu desses homens públicos venceu muitas situações, realizou e realiza um trabalho, consegue ajudar muita gente.

Betânia acredita na força da mulher, na força do povo, na boa vontade dos que fazem política para servir. Por isso segue em frente. Com o apoio do marido, dos filhos, dos amigos, dos homens públicos a quem sabe ser grata e fiel.

A guerreira acredita sobretudo em Garanhuns, cidade que não esqueceu nem mesmo quando estava em Brasília, batalhando pela sobrevivência e pela recuperação dos movimentos do seu esposo.

Com o “o pé na estrada” e muita fé em Deus e no povo, quem sabe Betânia vai ser reconhecida, recompensada e realizar mais um sonho, um projeto, em sua vida.

O futuro dirá. 

(Na foto Betânia com o ministro Armando Monteiro, o prefeito Izaías Régis e Luizinho Roldão).

*O blog está fazendo reportagens com pré-candidatos à Câmara Municipal de Garanhuns, sejam da oposição ou do governo. Contatos podem ser feitos pelo telefone 99938.9845 ou pelo e-mail robertoalmeidacsc@gmail.com