Nos anos 30, Sigmund Freud
escreveu um ensaio famoso e profético sobre a civilização ocidental (O
mal-estar na civilização), tratando de uma espécie de patologia social – a
violência e o desejo de autodestruição. Nos anos 50, foi a vez de Erich Fromm
fazer a sua psicanálise da sociedade (americana) contemporânea, apontando para
uma estranha patologia da normalidade ou da massificação. Eis que em pleno
século XXI, surge diante de nós, a comunidade universitária da Universidade
Federal de Pernambuco, um corajoso estudioso que se propõe a fazer o
diagnóstico e a psicanálise da instituição universitária. Há dias atrás, a
psicanalista Rachel Ronik falava da doença da vaidade no meio universitário, em
ensaio muito comentado nas redes sociais. Não me surpreendi porque seguindo as
intuições de Nietzsche e do jovem Walter Benjamin venho acompanhando a
transformação da cultura acadêmica nunca “cultura filisteia”, de resultados,
sem vigor crítico ou utópico.
Desde que foi estabelecido como padrão de produção científica o neo-taylorismo, ou o produtivismo acima de tudo, e o modelo cartorial e auto declaratório do “curriculum lattes” na universidade brasileira, a nossa vã e precária ciência virou uma decalcomania da cultura universitária americana.
Desde que foi estabelecido como padrão de produção científica o neo-taylorismo, ou o produtivismo acima de tudo, e o modelo cartorial e auto declaratório do “curriculum lattes” na universidade brasileira, a nossa vã e precária ciência virou uma decalcomania da cultura universitária americana.
O manifesto do referido
professor, que é um educador, falava da existência de uma “pulsão de morte” na
UFPE, que procurava demonizar o outro a todo custo. Essa pulsão de morte teria
abolido o livre debate das ideias pela criminalização sistemática daqueles que
se opunham a atual administração da Universidade Pública. Ou seja, as ações, as
palavras e resoluções coletivas que questionavam os atos dessa administração
estavam sendo tratados como crime e seus responsáveis, como réus em processos
administrativos e policiais.
Essa pulsão de morte, que
transformaria a UFPE numa espécie de espaço concentracionário, se manifestaria
através dos seguintes indícios ou sinais: 1) o gradeamento da UFPE,
segregando-a da comunidade adjacente: 2) a farda de guerra vestida pela guarda
patrimonial da universidade:3) o uso exagerado de tecnologias nos centros e no
campus em nome da “segurança”: 4) o emprego de uma linguagem estigmatizora ou
rotuladora:5) incapacidade de escutar o Outro (os moradores do entorno, os
estudantes os críticos etc.):6) a manutenção do Estatuto universitário oriundo
do regime militar, recusando o novo, fruto de uma amplo e democrático consenso
universitário.
O pesquisador, utilizando
referências teóricas como Max Weber e Enriquez (da sociologia clínica), fala da
instituição de um imaginário burocrático, excludente e autoritário dentro da
UFPE. Em oposição a um “locus” da liberdade de opinião e criação. Imagino que
essa tarefa não deve ter sido difícil para o atual reitor e seus fiéis
colaboradores, em razão das condições em que se deu sua reeleição: trocando
apoios por cargos, coordenações, nomeações, núcleos de pesquisas etc. Com tais
métodos de persuasão e convencimento, criou-se uma rede de clientelismo na
universidade, que minou a autoridade moral e acadêmica da instituição, mas garantiu a reeleição do dirigente
universitário.
Ex-pró-reitores transformaram-se em oficiais de gabinetes, servidores foram investidos da função de Pró-reitores e docentes egressos de campi do interior passaram a integrar comissões de inquérito para criminalizar estudantes e funcionários, em função de suas ações contra a invasão policial ao campus (por duas vezes), a privatização da gestão [MZ1] do Hospital universitário, corte de bolsas, não pagamento às empresas prestadoras de serviço, cujo o triste espetáculo é a degradação física das instalações universitárias etc
Ex-pró-reitores transformaram-se em oficiais de gabinetes, servidores foram investidos da função de Pró-reitores e docentes egressos de campi do interior passaram a integrar comissões de inquérito para criminalizar estudantes e funcionários, em função de suas ações contra a invasão policial ao campus (por duas vezes), a privatização da gestão [MZ1] do Hospital universitário, corte de bolsas, não pagamento às empresas prestadoras de serviço, cujo o triste espetáculo é a degradação física das instalações universitárias etc
Como diria Freud e
Fromm, há um mal-estar na comunidade universitária da UFPE. A impressão que se
tem é de um gerente de gastos, não de um educador à frente da UFPE. O que
faremos, antes que essa coisa toda degriole num regime falsamente
meritocrático, mas profundamente autoritário e intolerante?
Basta de fascismo!
Basta da hipocrisia
meritocrática!
Basta de autoritarismo!
Basta de criminalizar o
direito de crítica e de opinião.
*Michel Zaidan Filho é garanhuense, cientista política e professor da Universidade Federal de Pernambuco. É colaborador deste blog e de sites da capital pernambucana.
*Michel Zaidan Filho é garanhuense, cientista política e professor da Universidade Federal de Pernambuco. É colaborador deste blog e de sites da capital pernambucana.
Bravo!
ResponderExcluirKKKKKKKKKKKK
ResponderExcluirA UFPE é um antro de maconheiros, baitolas e bichos grilos que ficam transando nas paradas de ônibus dentro do Campus, e usando drogas no Laguinho.
Com uma cambada de professores que sobem na carreira dentro da universidade, "o mundo da fantasia" em um círculo vicioso de uma mistura de puxa-saquismo e badalação de futilidades.
Uma infra-estrutura vergonhosa, com salas sem ar condicionados "EM PLENA RECIFE", e o pouco de organização que existe naquela pocilga ainda é chamado de FACISMO?
O Professor quixa-se das grades da universidade que a separam das comunidades, mas vejamos a COMUNIDADE ao redor. De um lado temos o Engenho do Meio e sua famosa FAVELA DA RODA DE FOGO, do outro lado tem a VARZEA com os maiores números de apreenção de DROGAS dentro de Recife. E dentro da Universidade temos, Estupros, Assassinatos, Suicídios(Muito estranhos) Furtos e Assaltos, tudo isso com grades, imagine a maravilha que seria sem as GRADES????
Mas o que o nobre professor gostaria de ver talvez fosse a UFPE tornar-se uma grande casa de ABORTOS, onde as patricinhas metidas a besta, fossem ABORTAR os filhos frutos de estupros dos POBRES coitadinhos das favelas dos arredores da universidade, como bom MARXISTA CULTURAL que é.