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Pesquisas Eleitorais

PSICANISANDO O "PANOPTICUM" DA CIDADE UNIVERSITÁRIA - Por Michel Zaidan Filho

Nos anos 30, Sigmund Freud escreveu um ensaio famoso e profético sobre a civilização ocidental (O mal-estar na civilização), tratando de uma espécie de patologia social – a violência e o desejo de autodestruição. Nos anos 50, foi a vez de Erich Fromm fazer a sua psicanálise da sociedade (americana) contemporânea, apontando para uma estranha patologia da normalidade ou da massificação. Eis que em pleno século XXI, surge diante de nós, a comunidade universitária da Universidade Federal de Pernambuco, um corajoso estudioso que se propõe a fazer o diagnóstico e a psicanálise da instituição universitária. Há dias atrás, a psicanalista Rachel Ronik falava da doença da vaidade no meio universitário, em ensaio muito comentado nas redes sociais. Não me surpreendi porque seguindo as intuições de Nietzsche e do jovem Walter Benjamin venho acompanhando a transformação da cultura acadêmica nunca “cultura filisteia”, de resultados, sem vigor crítico ou utópico. 

Desde que foi estabelecido como padrão de produção científica o neo-taylorismo, ou o produtivismo acima de tudo, e o modelo cartorial e auto declaratório do “curriculum lattes” na universidade brasileira, a nossa vã e precária ciência virou uma decalcomania da cultura universitária americana.

 O manifesto do referido professor, que é um educador, falava da existência de uma “pulsão de morte” na UFPE, que procurava demonizar o outro a todo custo. Essa pulsão de morte teria abolido o livre debate das ideias pela criminalização sistemática daqueles que se opunham a atual administração da Universidade Pública. Ou seja, as ações, as palavras e resoluções coletivas que questionavam os atos dessa administração estavam sendo tratados como crime e seus responsáveis, como réus em processos administrativos e policiais.

Essa pulsão de morte, que transformaria a UFPE numa espécie de espaço concentracionário, se manifestaria através dos seguintes indícios ou sinais: 1) o gradeamento da UFPE, segregando-a da comunidade adjacente: 2) a farda de guerra vestida pela guarda patrimonial da universidade:3) o uso exagerado de tecnologias nos centros e no campus em nome da “segurança”: 4) o emprego de uma linguagem estigmatizora ou rotuladora:5) incapacidade de escutar o Outro (os moradores do entorno, os estudantes os críticos etc.):6) a manutenção do Estatuto universitário oriundo do regime militar, recusando o novo, fruto de uma amplo e democrático consenso universitário.

O pesquisador, utilizando referências teóricas como Max Weber e Enriquez (da sociologia clínica), fala da instituição de um imaginário burocrático, excludente e autoritário dentro da UFPE. Em oposição a um “locus” da liberdade de opinião e criação. Imagino que essa tarefa não deve ter sido difícil para o atual reitor e seus fiéis colaboradores, em razão das condições em que se deu sua reeleição: trocando apoios por cargos, coordenações, nomeações, núcleos de pesquisas etc. Com tais métodos de persuasão e convencimento, criou-se uma rede de clientelismo na universidade, que minou a autoridade moral e acadêmica da instituição, mas garantiu a reeleição do dirigente universitário. 

Ex-pró-reitores transformaram-se em oficiais de gabinetes, servidores foram investidos da função de Pró-reitores e docentes egressos de campi do interior passaram a integrar comissões de inquérito para criminalizar estudantes e funcionários, em função de suas ações contra a invasão policial ao campus (por duas vezes), a privatização da gestão [MZ1] do Hospital universitário, corte de bolsas, não pagamento às empresas prestadoras de serviço, cujo o triste espetáculo é a degradação física das instalações universitárias etc

Como diria Freud e Fromm, há um mal-estar na comunidade universitária da UFPE. A impressão que se tem é de um gerente de gastos, não de um educador à frente da UFPE. O que faremos, antes que essa coisa toda degriole num regime falsamente meritocrático, mas profundamente autoritário e intolerante?

Basta de fascismo!
Basta da hipocrisia meritocrática!
Basta de autoritarismo!
Basta de criminalizar o direito de crítica e de opinião.

*Michel Zaidan Filho é garanhuense, cientista política e professor da Universidade Federal de Pernambuco. É colaborador deste blog e de sites da capital pernambucana.






2 comentários:

  1. KKKKKKKKKKKK

    A UFPE é um antro de maconheiros, baitolas e bichos grilos que ficam transando nas paradas de ônibus dentro do Campus, e usando drogas no Laguinho.

    Com uma cambada de professores que sobem na carreira dentro da universidade, "o mundo da fantasia" em um círculo vicioso de uma mistura de puxa-saquismo e badalação de futilidades.

    Uma infra-estrutura vergonhosa, com salas sem ar condicionados "EM PLENA RECIFE", e o pouco de organização que existe naquela pocilga ainda é chamado de FACISMO?

    O Professor quixa-se das grades da universidade que a separam das comunidades, mas vejamos a COMUNIDADE ao redor. De um lado temos o Engenho do Meio e sua famosa FAVELA DA RODA DE FOGO, do outro lado tem a VARZEA com os maiores números de apreenção de DROGAS dentro de Recife. E dentro da Universidade temos, Estupros, Assassinatos, Suicídios(Muito estranhos) Furtos e Assaltos, tudo isso com grades, imagine a maravilha que seria sem as GRADES????

    Mas o que o nobre professor gostaria de ver talvez fosse a UFPE tornar-se uma grande casa de ABORTOS, onde as patricinhas metidas a besta, fossem ABORTAR os filhos frutos de estupros dos POBRES coitadinhos das favelas dos arredores da universidade, como bom MARXISTA CULTURAL que é.

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