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Pesquisas Eleitorais

GRANDES NOMES DA MPB XVI


(Ao clicar no nome da artista, acima, você acessa um vídeo com a interpretação da música "Você não Sabe", de Roberto e Erasmo)

Maria Bethânia Telles de Veloso, ou simplesmente Maria Betânia, nasceu em Santo Amaro da Purificação, no interior da Bahia. É a sexta filha de José Telles Veloso, funcionário público da Empresa de Correios e de Claudionor Viana, conhecida como dona Canô. Uma de suas irmãs, Mabel, é escritora e dois sobrinhos – Belo e Jota, são cantores. Tem ainda o irmão famoso, um dos gênios da Música Popular Brasileira, o cantor, compositor, poeta e cineasta Caetano Veloso.


O nome de Maria Betânia, por sinal, foi dado à cantora pelo mano mais velho. Ele gostava muito da valsa composta pelo pernambucano Capiba e sugeriu aos pais batizar a irmã com o nome da canção. Ficou. Hoje tem muita gente que não conhece os versos: “Maria Betânia, tu lembras ainda daquele São João...”, mas dificilmente alguém no Brasil não sabe quem é a cantora.

A artista saiu de Santo Amaro para Salvador e da capital baiana emigrou para o Sudeste. Em 1963 substituiu Nara Leão no espetáculo Opinião, chamando a atenção, já nesta época para o seu talento de cantora. Dois anos depois lançou o seu primeiro disco, com destaque para a música de protesto “Carcará”. O vinil trazia também Feitio de Oração, Andaluzia e a instigante “Mora na Filosofia". Sol Negro, em dueto com Gal Costa também faz parte do memorável disco de estreia.
Ao longo de 45 anos de carreira, Betânia lançou muitos outros discos de valor, participou de festivais e shows por todo o país e inovou ao incluir nos seus trabalhos a declamação de versos e frases de poetas e escritores como Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes e Clarice Lispector. “Cada coisa tem o instante em que ela é, eu quero me apossar do É da coisa”, recitava a cantora entre uma música e outra.


A trajetória de Maria Betânia continuou ascendente na década seguinte e em 1978 vendeu um milhão de cópias do disco “Álibi”. Foi a primeira mulher a conseguir essas cifras no mercado. Em 1993 ela repetiria esse feito com o álbum “As Canções que Você fez pra Mim”, reunindo músicas de Roberto Carlos.


Betânia já gravou com os “irmãos” baianos Caetano, Gil e Gal, com quem participou de “Os Doces Bárbaros”, que rendeu shows pelo país e um disco. Cantou ao lado de Marisa Monte, Fátima Gudes, Roberto Carlos, Beth Carvalho, Chico César e muitos outros artistas do primeiro time da música brasileira. Sempre teve muito cuidado também no repertório, fazendo releituras de compositores importantes como Noel Rosa, Adelino Moreira, Adoniram Barbosa, Chico Buarque, Chico César e outros que fora surgindo.


Durantes uns tempos, no Brasil, se estabeleceu uma polêmica: quem era a melhor cantora: Maria Betânia ou Elis Regina. Esta última, admiradora da baiana resolveu a questão a seu modo, dizendo que a melhor de todas era Gal Costa. Na verdade, três cantoras igualmente grandiosas, cada uma com qualidades muito particulares. Elis pode ter sido a melhor intérprete, Gal ainda hoje pode ter a mais bela voz, Betânia, contudo, é sem igual na extensão vocal, na dramatização precisa, na escolha acertada do que apresentar ao seu público. Maria Betânia Veloso entra com todos os méritos nesta relação dos grandes nomes da MPB de todos os tempos.

Um comentário:

  1. Bethânia, a Senhora dos Ventos e das Tempestades, é o máximo. A sua postura cênica nos palcos impressiona com o seu magnetismo. Sempre intensa em tudo o que canta é uma lenda viva.

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