Por Roberto Almeida
Quatro anos atrás, o grupo governista ficou sem definir o candidato até alguns meses antes da eleição.
O prefeito Izaías Régis, então no PTB, tinha preferência pelo nome do seu vice, Haroldo Vicente, de uma fidelidade canina ao seu líder.
Mas em toda pesquisa que se fazia, o deputado Sivaldo Albino (PSB) ficava à frente de Haroldo, que embora um bom rapaz não caía no gosto popular, talvez mesmo pela subserviência.
Então Izaías, com o respaldo de Armando Monteiro, resolveu apoiar Silvino.
O prefeito estava no mandato há oito anos, tinha feito muitas obras de pavimentação e ao apoiar o médico que também tinha governado Garanhuns parecia ter dado a jogada perfeita para não perder.
A entrada de Dr. Silvino no páreo mudou o quadro político.
Com pouco o ex-prefeito assumiu a liderança e tudo parecia se encaminhar para uma grande vitória.
Sivaldo, porém, jovem e ousado, persistiu até o último momento.
Fez uma campanha inteligente, apostando no sentimento de mudança da população e assumindo compromissos com a classe média, as periferias, acenando com uma nova realidade para Garanhuns.
Montou uma chapa forte de candidatos à Câmara Municipal, com mais de 100 nomes disputando vaga na Casa Raimundo de Moraes.
Atraiu para seu palanque lideranças como Luizinho Roldão e Givaldo Calado, pré-candidatos a prefeito pelo PC do B e Avante.
O oposicionista, com respaldo também do governador Paulo Câmara, centrou o discurso nas falhas do governo municipal.
Criticou os calçamentos sem drenagem, que acabaram com as primeiras chuvas.
Mostrou que a saúde e a educação de Garanhuns, uma cidade importante de Pernambuco, deixavam muito a desejar.
No começo da campanha, uma pesquisa do Instituto Contextto, divulgada neste blog, apontou Silvino com 15 pontos de vantagem.
Depois outros institutos confirmaram a liderança do petebista.
O médico e principalmente o prefeito da época cantaram vitória antes do tempo. Foi um erro.
Faltando 10 dias para a eleição, o Contextto fez outra pesquisa, que foi engavetada, porque paga por pessoas ligadas à campanha do candidato governista.
Mas tivemos acesso aos números, que eram surpreendentes: Silvino tinha agora apenas dois pontos de frente. Ele e Sivaldo estavam empatados tecnicamente.
Liguei para o candidato do PSB, que não sabia ainda da pesquisa e disse, convencido: "Sivaldo pode estar certo que você vai ser o prefeito de Garanhuns".
Então revelei os números do Instituto Contextto e Sivaldo parecia pensativo do outro lado da linha.
Mesmo tendo dito isso ao candidato, cheguei às vésperas da eleição em dúvida, afinal tinham sido meses de bombardeio, com todos dando a vitória de Silvino como certa.
No sábado falei pelo telefone com o comunicador Gláucio Costa. Ele me disse que havia possibilidade de Sivaldo ganhar a eleição.
Tinha tido uma conversa, se a memória não me engana com Rafael Peixoto, e este o convenceu que as ruas mostravam uma outra realidade.
No domingo, dia da votação, observei que nos colégios Simoa Gomes e Santa Joana D´Arc, muitos eleitores vestiam a camisa nas cores do candidato do PSB.
"Quem vencer será por uma diferença pequena", pensei.
Quando abriram as três primeiras urnas, Ronaldo César, hoje secretário de comunicação, informou o resultado no grupo do zap.
Sivaldo vencera nas três, numa por uma diferença de 80 votos.
Pensei: "Sivaldo é o prefeito! Vai ser assim até o fim".
E foi. O socialista ganhou na maioria das urnas, em algumas por um voto ou dois. Onde perdeu foi por pouco.
Chegou ao final com 22.198 votos, um percentual de 34,39%.
Silvino ficou em segundo lugar, um percentual de 31,52% e 20.344 votos.
Zaqueu, candidato com menos recursos na campanha, um grupo menor, ainda teve 16.489 votos, percentual de 25,54%.
2024
A campanha deste ano foi bem diferente.
Desde o começo se desenhou que Sivaldo disputaria a reeleição tendo Izaías como principal adversário.
O prefeito montou um time forte. Tem o apoio da maioria dos vereadores, seu grupo apresentou mais candidatos à Câmara.
Atraiu para seu palanque lideranças importantes, como Alfredo Gois, Coronel Campos e seus adversários de quatro anos atrás, Silvino e Zaqueu.
E além de fortalecido politicamente faz uma ótima gestão. Só os cegos ou fanáticos não reconhecem.
No mesmo local em que votei em 2020 estive hoje pouco depois de 8 horas.
Nas filas muita gente de camisa vermelha ou amarela. Poucos vestindo azul.
Tudo indica que as pesquisas vão se confirmar. Mais tarde vamos conferir o resultado.
PAULO CAMELO: Caro RA. Na Eleição de 2020 para Prefeito, o jovem Paulo Camelo, pelo menos de juízo e de idéias participou como candidato a Prefeito, numa coligação PCB com PSOL e UP. Não sei porque razão você não faz essa citação em seu texto não convincente. Por coincidência, ou não, Paulo Camelo é o único que não aderiu ao "barco" do direitista Sivaldo Albino, hoje com seu besteirol e despolitizante: "Prefeito Não, Papai! Quero lhes dizer que os meus conterrâneos, em sua maioria, não são órfãos. Em 2020 Sivaldo ganhou as eleições por conta do seu vice, o médico cardiologista Pedro Veloso, do PT, o qual levou Sivaldo para a Classe Média. Além do mais os contras fizeram umas live dizendo a "pérola": "Não vote em Paulo Camelo, porquê Sivaldo vai perder e Silvino vai ganhar e Zazá vai mandar". Será? Ok, Moçada!
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