Paulo Cavalcanti, no segundo volume do seu ótimo livro de memórias, "O Caso Eu Conto Como o Caso Foi", escreve sobre as mudanças na Igreja Católica, a partir do papado de João XXIII.
Comunista, advogado, promotor público, que foi também deputado estadual, Paulo Cavalcanti registra que padres e bispos católicos, durante muito tempo subservientes aos poderosos, começaram a se posicionar do lado do povo.
O memorialista relata que com a mudança, no Brasil pós ditadura militar de 1964 os sacerdotes começaram a ser perseguidos. Alguns foram até assassinados, como aconteceu com Padre Henrique, no Recife.
Escritor relembra o dia em que a casa do Arcebispo de Olinda e Recife, foi metralhada.
A polícia foi ao local, fazer encenação, e o chefe do grupo disse ao religioso:
- "Foram os playboys que fizeram isto, Dom Hélder.
O sacerdote, com voz suave, pondo a mão no ombro do tira, deu-lhes umas palmadinhas e respondeu, irônico: - Não meu filho. Foram vocês mesmos. Os playboys gostam de mim", narrou Paulo Cavalcanti.
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