Por Roberto Almeida
Wagner Marques me fez voltar no tempo, hoje, ao postar um texto e foto da ex-deputada e jornalista Cristina Tavares, natural de Garanhuns.
Ela foi parlamentar federal por mais de um mandato e tinha uma coragem fora do comum.
Ulisses Guimarães disse uma vez que não trocava as saias de Cristina pela maioria das calças dos deputados de Brasília.
Em seu texto, Wagner lembra da amizade da garanhuense com o escritor francês Jean Paul Sartre.
Ter sido amiga de Sartre não é para qualquer um, mas Cristina era uma jornalista de verdade e uma intelectual, respeitada no Brasil e no exterior.
Não é de admirar que o filósofo do existencialismo tenha sido conquistado pela inteligência da brasileira.
Lembro de algumas coisas de Cristina Tavares: da palestra que ela fez na faculdade de jornalismo, na Unicap; da campanha política em Capoeiras, em 1982, quando tentamos votos pra ela, Dr. Lívio Valença, Cid Sampaio e Marcos Freire, sem muito sucesso; da vez em que ela me apresentou ao então senador Fernando Henrique Cardoso, no Recife.
- Roberto este homem é inteligentíssimo. Mas é um tremendo burguês – me disse Cristina, quando estávamos só nós dois.
Nem ela nem eu imaginamos, naquele dia, que FHC seria presidente da República oito anos.
Cristina era MDB autêntico, combatia a ditadura sem medo. Uma vez, na Câmara dos Deputados, teve um embate com seu colega pernambucano Nilson Gibson. Ele de direita, ela assumidamente de esquerda.
Durante a discussão Nilson acusou a deputada emedebista de trair sua classe, já que ela tinha origem burguesa.
Cristina Tavares não se abalou:
- Realmente deputado Nilson Gibson, nós somos dois traidores. Eu traí os ricos, pois tenho origem burguesa, como foi dito. E vossa excelência traiu os pobres, pois tem origem humilde e hoje defende as causas da burguesia.
Assim era a guerreira.
Abaixo uma foto minha com Cristina, em 1982:
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