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Pesquisas Eleitorais

BREVE BIOGRAFIA DE AUGUSTO CALHEIROS


Por José Domingos de Brito

 

Hoje o grande cantor e compositor de Garanhuns é Dominguinhos, e todos somos orgulhosos disso. Mas em meados do século passado era Augusto Calheiros, o cantor e compositor conhecido em todo o País como “A Patativa do Norte”. Podem dizer que ele era alagoano, mas foi criado em Garanhuns e saiu para o Recife aos 32 anos. Ele cantou em 1953, “...Garanhuns hospitaleiro/terra onde eu vivi/Adeus cidade nortista/Garanhuns e Boa Vista/foi onde me criei” e disse mais “Ainda espero/quem espera sempre alcança/tenho muita esperança/ao meu Garanhuns voltar” na música “Saudade do meu norte”.

 

É pena que tenha voltado apenas três anos depois para ser sepultado, conforme seu desejo. É pena, também, que sua memória não venha sendo cultivada conforme merecido. Seu túmulo no Cemitério São Miguel, com uma estátua segurando o violão está deteriorada e o violão desapareceu. E assim, atestamos a fama de sermos um país desmemoriado. A dinâmica Secretaria de Cultura e Turismo nesta nova gestão bem poderia dar alguma atenção a este patrimônio da Cidade.       

 

Nasceu em Murici, AL, em 5/6/1891, e ainda jovem ficou órfão do pai aos 9 anos. A família mudou-se para Garanhuns, no bairro da Boa Vista. Temos pouca notícia deste período, mas certamente foi aí que concluiu seus primeiros estudos. Trabalhou em diversas atividades como sapateiro, dono de bar, hoteleiro, carcereiro e subdelegado. Mas tinha a música como parceira e cantava nos cinemas e bares da cidade. Em meados da década de 1920, mudou-se para Recife; iniciou a carreira artística como integrante do grupo “Turunas da Mauriceia” e passa a atuar na Radio Clube de Pernambuco. Sua voz afinada, dicção perfeita e grandes recursos, num estilo particular de interpretação, vai conquistando o sucesso.

 

Em 1927 o grupo parte para voos mais altos e transfere-se para o Rio de Janeiro. Com apoio do “Jornal Correio da Manhã”, começam a divulgar um tipo de seresta pernambucana. A estreia se deu no Teatro Lírico, atraindo a atenção dos cariocas. Na condição de cronista, fazia a apresentação do grupo recitando: “Cantamos canções do mato/Nem é outra a nossa ideia/Dizem que somos de fato/Turunas da Mauriceia/ Eu só sigo os companheiros/Minha vida é a canção/Chamam-me Augusto Calheiros/O cantador do sertão". O sucesso foi se espraiando por todo o País, com excursões pelo Sul e chegando até Buenos Aires e Montevideo.    

 

Com o fim do grupo, em 1929, prosseguiu na carreira solo nas rádios, gravadoras e teatros. No ano seguinte iniciaram as primeiras gravações de discos pelos selos “Odeon” e “Parlaphon”, com destaque para os sucessos “Teus olhos castanhos” e “Linda cabocla”. Ao todo gravou mais de 70 discos de 78 rotações e mais de 150 músicas. Em 1932 passou a cantar na casa de espetáculos “Casa de Caboclo”, na Praça Tiradentes, destinada a divulgar a música regionalista e onde se apresentavam Dercy Gonçalves e a dupla Jararaca e Ratinho. Tempos depois cantou no filme “Maria Bonita” (1936) e foi destacado no “2º Festival da Velha Guarda”, em São Paulo, organizado por Almirante (Henrique Foréis Domingues) em 1955.       

 

No ano seguinte a saúde, que já não era das melhores -pois havia extraído um pulmão acometido por uma tuberculose anos antes- passou a se complicar com a vida boêmia levada no Rio de Janeiro. Desprovido de recursos para tratamento, seu amigo e admirador Almirante organizou um “Livro de Contos” e passou a circular no meio artístico. Em cada página escrevia-se uma quadrinha e anexava-se uma cédula de mil cruzeiros (um conto de réis). Foram arrecadados 114 “contos”, mas não foi possível salvá-lo e veio a falecer em 11/1/1956, deixando uma enorme saudade com suas saudosas serestas. 


*José Domingos é natural de Jupi. Mora atualmente em São Paulo  

7 comentários:

  1. Ficou faltando dois parágrafos na biografia do Augusto Calheiros, que seguem abaixo:

    Com o fim do grupo, em 1929, prosseguiu na carreira solo nas rádios, gravadoras e teatros. No ano seguinte iniciaram as primeiras gravações de discos pelos selos “Odeon” e “Parlaphon”, com destaque para os sucessos “Teus olhos castanhos” e “Linda cabocla”. Ao todo gravou mais de 70 discos de 78 rotações e mais de 150 músicas. Em 1932 passou a cantar na casa de espetáculos “Casa de Caboclo”, na Praça Tiradentes, destinada a divulgar a música regionalista e onde se apresentavam Dercy Gonçalves e a dupla Jararaca e Ratinho. Tempos depois cantou no filme “Maria Bonita” (1936) e foi destacado no “2º Festival da Velha Guarda”, em São Paulo, organizado por Almirante (Henrique Foréis Domingues) em 1955.

    No ano seguinte a saúde, que já não era das melhores -pois havia extraído um pulmão acometido por uma tuberculose anos antes- passou a se complicar com a vida boêmia levada no Rio de Janeiro. Desprovido de recursos para tratamento, seu amigo e admirador Almirante organizou um “Livro de Contos” e passou a circular no meio artístico. Em cada página escrevia-se uma quadrinha e anexava-se uma cédula de mil cruzeiros (um conto de réis). Foram arrecadados 114 “contos”, mas não foi possível salvá-lo e veio a falecer em 11/1/1956, deixando uma enorme saudade com suas saudosas serestas.

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  2. Ficou faltando estes dois parágrafos na biografia

    Com o fim do grupo, em 1929, prosseguiu na carreira solo nas rádios, gravadoras e teatros. No ano seguinte iniciaram as primeiras gravações de discos pelos selos “Odeon” e “Parlaphon”, com destaque para os sucessos “Teus olhos castanhos” e “Linda cabocla”. Ao todo gravou mais de 70 discos de 78 rotações e mais de 150 músicas. Em 1932 passou a cantar na casa de espetáculos “Casa de Caboclo”, na Praça Tiradentes, destinada a divulgar a música regionalista e onde se apresentavam Dercy Gonçalves e a dupla Jararaca e Ratinho. Tempos depois cantou no filme “Maria Bonita” (1936) e foi destacado no “2º Festival da Velha Guarda”, em São Paulo, organizado por Almirante (Henrique Foréis Domingues) em 1955.

    No ano seguinte a saúde, que já não era das melhores -pois havia extraído um pulmão acometido por uma tuberculose anos antes- passou a se complicar com a vida boêmia levada no Rio de Janeiro. Desprovido de recursos para tratamento, seu amigo e admirador Almirante organizou um “Livro de Contos” e passou a circular no meio artístico. Em cada página escrevia-se uma quadrinha e anexava-se uma cédula de mil cruzeiros (um conto de réis). Foram arrecadados 114 “contos”, mas não foi possível salvá-lo e veio a falecer em 11/1/1956, deixando uma enorme saudade com suas saudosas serestas.

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  3. Com o fim do grupo, em 1929, prosseguiu na carreira solo nas rádios, gravadoras e teatros. No ano seguinte iniciaram as primeiras gravações de discos pelos selos “Odeon” e “Parlaphon”, com destaque para os sucessos “Teus olhos castanhos” e “Linda cabocla”. Ao todo gravou mais de 70 discos de 78 rotações e mais de 150 músicas. Em 1932 passou a cantar na casa de espetáculos “Casa de Caboclo”, na Praça Tiradentes, destinada a divulgar a música regionalista e onde se apresentavam Dercy Gonçalves e a dupla Jararaca e Ratinho. Tempos depois cantou no filme “Maria Bonita” (1936) e foi destacado no “2º Festival da Velha Guarda”, em São Paulo, organizado por Almirante (Henrique Foréis Domingues) em 1955.

    No ano seguinte a saúde, que já não era das melhores -pois havia extraído um pulmão acometido por uma tuberculose anos antes- passou a se complicar com a vida boêmia levada no Rio de Janeiro. Desprovido de recursos para tratamento, seu amigo e admirador Almirante organizou um “Livro de Contos” e passou a circular no meio artístico. Em cada página escrevia-se uma quadrinha e anexava-se uma cédula de mil cruzeiros (um conto de réis). Foram arrecadados 114 “contos”, mas não foi possível salvá-lo e veio a falecer em 11/1/1956, deixando uma enorme saudade com suas saudosas serestas.

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  4. Com o fim do grupo, em 1929, prosseguiu na carreira solo nas rádios, gravadoras e teatros. No ano seguinte iniciaram as primeiras gravações de discos pelos selos “Odeon” e “Parlaphon”, com destaque para os sucessos “Teus olhos castanhos” e “Linda cabocla”. Ao todo gravou mais de 70 discos de 78 rotações e mais de 150 músicas. Em 1932 passou a cantar na casa de espetáculos “Casa de Caboclo”, na Praça Tiradentes, destinada a divulgar a música regionalista e onde se apresentavam Dercy Gonçalves e a dupla Jararaca e Ratinho. Tempos depois cantou no filme “Maria Bonita” (1936) e foi destacado no “2º Festival da Velha Guarda”, em São Paulo, organizado por Almirante (Henrique Foréis Domingues) em 1955.

    No ano seguinte a saúde, que já não era das melhores -pois havia extraído um pulmão acometido por uma tuberculose anos antes- passou a se complicar com a vida boêmia levada no Rio de Janeiro. Desprovido de recursos para tratamento, seu amigo e admirador Almirante organizou um “Livro de Contos” e passou a circular no meio artístico. Em cada página escrevia-se uma quadrinha e anexava-se uma cédula de mil cruzeiros (um conto de réis). Foram arrecadados 114 “contos”, mas não foi possível salvá-lo e veio a falecer em 11/1/1956, deixando uma enorme saudade com suas saudosas serestas.

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  5. Fico faltando os dois paragrafos abaixo na biografia:

    Com o fim do grupo, em 1929, prosseguiu na carreira solo nas rádios, gravadoras e teatros. No ano seguinte iniciaram as primeiras gravações de discos pelos selos “Odeon” e “Parlaphon”, com destaque para os sucessos “Teus olhos castanhos” e “Linda cabocla”. Ao todo gravou mais de 70 discos de 78 rotações e mais de 150 músicas. Em 1932 passou a cantar na casa de espetáculos “Casa de Caboclo”, na Praça Tiradentes, destinada a divulgar a música regionalista e onde se apresentavam Dercy Gonçalves e a dupla Jararaca e Ratinho. Tempos depois cantou no filme “Maria Bonita” (1936) e foi destacado no “2º Festival da Velha Guarda”, em São Paulo, organizado por Almirante (Henrique Foréis Domingues) em 1955.

    No ano seguinte a saúde, que já não era das melhores -pois havia extraído um pulmão acometido por uma tuberculose anos antes- passou a se complicar com a vida boêmia levada no Rio de Janeiro. Desprovido de recursos para tratamento, seu amigo e admirador Almirante organizou um “Livro de Contos” e passou a circular no meio artístico. Em cada página escrevia-se uma quadrinha e anexava-se uma cédula de mil cruzeiros (um conto de réis). Foram arrecadados 114 “contos”, mas não foi possível salvá-lo e veio a falecer em 11/1/1956, deixando uma enorme saudade com suas saudosas serestas.

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  6. Com o fim do grupo, em 1929, prosseguiu na carreira solo nas rádios, gravadoras e teatros. No ano seguinte iniciaram as primeiras gravações de discos pelos selos “Odeon” e “Parlaphon”, com destaque para os sucessos “Teus olhos castanhos” e “Linda cabocla”. Ao todo gravou mais de 70 discos de 78 rotações e mais de 150 músicas. Em 1932 passou a cantar na casa de espetáculos “Casa de Caboclo”, na Praça Tiradentes, destinada a divulgar a música regionalista e onde se apresentavam Dercy Gonçalves e a dupla Jararaca e Ratinho. Tempos depois cantou no filme “Maria Bonita” (1936) e foi destacado no “2º Festival da Velha Guarda”, em São Paulo, organizado por Almirante (Henrique Foréis Domingues) em 1955.

    No ano seguinte a saúde, que já não era das melhores -pois havia extraído um pulmão acometido por uma tuberculose anos antes- passou a se complicar com a vida boêmia levada no Rio de Janeiro. Desprovido de recursos para tratamento, seu amigo e admirador Almirante organizou um “Livro de Contos” e passou a circular no meio artístico. Em cada página escrevia-se uma quadrinha e anexava-se uma cédula de mil cruzeiros (um conto de réis). Foram arrecadados 114 “contos”, mas não foi possível salvá-lo e veio a falecer em 11/1/1956, deixando uma enorme saudade com suas saudosas serestas.

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  7. Faltou uma passagem interessante e pouco conhecida do grande Augusto Calheiros: quando jovem, casou-se com Esther Correia, uma bela garanhuense de boa família local, sobrinha do político Luiz Brasil e sua esposa Cecília. Esther Calheiros, como passou a se chamar depois de casada, foi abandonada pelo boêmio Augusto pouco tempo após o casamento, preterida pela sua paixão e talento musicais, quando este saiu de Garanhuns para abraçar a vida artística. Não houve filhos desse casamento e Esther faleceu nesta terra, sozinha, lamentando o abandono sofrido até o fim dos seus dias.

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