PORQUE VALE A PENA ASSISTIR FILMES ANTIGOS

Por Roberto Almeida

 

Gosto muito de filmes antigos, clássicos, épicos, com grandes atores e atrizes, artistas que são eternos, mesmo quando já não estão entre nós.

Netflix, que tem mais filmes novos, muitos com histórias de crime e violência que não me interessam (basta a violência do mundo), às vezes nos brinda com alguma pérola de um passado distante.

Faz poucos dias conferi na plataforma dois filmes com Sophia Loren, ambos produzidos no ano de 1955.

Este que vos escreve não tinha nem nascido nessa data.

A atriz italiana estava então no auge da beleza, parecia de mentira, “uma coisa inventada pelo cinema”.

Porém,  obras cinematográficas de décadas passadas, dos anos 30, 40, 50 e 60 do século XX, você encontra aos montões no YouTube, uma espécie “Streaming dos pobres”, sem a mesma qualidade e atualidade da Amazon, Netflix ou mesmo Globoplay.

Mas se garimpar direitinho o cinéfilo encontra ótimos filmes nessa plataforma popular, que oferece também música de todo tipo, programas de humor, história, política e muito mais.

Foi no YouTube, esta semana, que descobri A Salamandra, de 1981, baseado em livro do escritor australiano Morris West, que nos anos 70 e 80 publicou grandes best-sellers.

Um filme interessante que tem no elenco três atores que fizeram história: Franco Nero, Anthony Quinn e Cláudia Cardinale.

Só rever esses três grandes artistas em cena já valeu o meu precioso tempo.

A maioria dos filmes que vejo no YouTube é no Cine Antiqua. O nome já diz tudo, não é? Se não são filmes novos, em compensação quase tudo exibido neste canal tem qualidade, verdadeiras obras de arte.

Achei interessante um longa denominado “A Mulher Caluniada”, uma história policial com uma pitada de romance.

Uma atriz chamada Hedy Lamarr, interpreta com maestria o personagem principal, acusada de um crime que não cometeu.

Obra cinematográfica foi realizada em 1947, portanto 10 anos deste escriba vir ao mundo.

Vamos recuar mais 10 anos no tempo. Em 1937 foi realizado o filme “Uma Nação em Marcha”, no original Wells Fargo, classificado por alguns como um faroeste.

Tem alguns elementos do western sim. Mas acho que vai além, é um filme histórico, faz um recorte dos Estados Unidos no século XIX, mostrando a importância do transporte de diligências e de trem na integração do país.

“Uma Nação em Marcha” ainda tem componentes de drama e envolve um grande romance.

Por fim, quero citar aqui “A Estrada da Vida”, poético a partir do título, uma realização do genial cineasta italiano Federico Fellini, homenageado num dos álbuns do cantor e compositor Caetano Veloso, admirador confesso do artista.

“A Estrada...” traz no elenco Giulietta Masina, que foi mulher de Fellini e trabalhou em outros filmes dele, como “Noites de Cabíria”, um dos mais famosos do diretor italiano.

Faz par com a atriz, neste longa, o citado Anthony Quinn, um gigante não apenas na altura. Esse cara tinha talento demais, escancarado ao mundo sobretudo num filmaço chamado “Zorba, o Grego, que muitos consideram seu maior papel no cinema.

Por que gostar de filmes antigos?

Bom, cinema é uma forma de arte com muitas vantagens. Pode nos oferecer literatura (através de um bom roteiro, texto e diálogos bem elaborados), música, pintura, teatro... Ou seja, é uma forma de arte que pode envolver todas as outras artes.

Os filmes de outros tempos te colocam em épocas que você não viveu, podem te contar como era o mundo nos anos 40 e 50 do século XX, te levam para cidades americanas, italianas, francesas, alemãs...

Num isolamento terrível como este a que estamos sendo obrigados, é prazeroso visitar Paris, mesmo que seja transportado pela máquina de sonhos inventada nas primeiras décadas do século passado e que hoje, graças à tecnologia, está dentro de nossas casas.

Nem só de política vive o homem.