Não! Não vivo do passado.
Vivo do meu tempo, e ele é agora. E esse agora, tenho que viver intensa e
alegremente, e cheio de prazer e satisfação.
Sem embargo de estar atento
ao presente, passo a vista no passado, até para avaliar onde errei, onde
acertei. Mas em um ou em outro, dando graças a Deus pelo que vivi, ontem, e
pelo que vivo, hoje. De súbito, lembra-me que uma maravilha de mulher me enviara
uma série de fotos de sua "Cidade Encanto". Respiro profundo, e
decido, não antes de sentir meus olhos, vertendo água. Vou vê-las. Abro o
volume um. "Que encanto!", exclamo sem sentir. É minha cidade no
passado. Às pressas, vou aos volumes dois, três... "Que riqueza!",
exclamo, baixinho. E começo a me perguntar: "Que fizemos? Que fazemos para
preservar nosso passado, nossa memória?"
Passadista, eu? Sou não,
amigo. Mas respeito meu passado. O que fomos. O que tivemos. E, por ele, elevo
meus dedos para senti-lo. É como dizia Alcântara Machado: “Nos dedos refulgem
anéis e memórias.” E, dos meus, refulgem Ruber van der Linden, com seu
Castelinho, que por ele passava todas as terças-feiras com meus pais, a caminho
da Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, e, mais adiante, a Família
Lundgren, com sua mansão na "Cidade das Flores".
Sou obrigado a estancar
minhas palavras porque anunciam o almoço. Pedem, contudo, a leitura dessas
linhas. Atendo, em voz alta, mas a dizer que estão, ainda, sendo tecidas.
Ao concluir, me dizem,
exagerados: "memória de elefante", ao que, de pronto, respondo: nem
'memória de galo". Aqui, vivi. Aqui, vivo. E, aqui, viverei. Com as graças
de Deus. Portanto, apesar de minha "memória de galo", não me dou a
olvidar do patrimônio histórico, artístico, cultural e material da minha
cidade.
Mas, contrário ao grande
Cervantes, para quem "Seja passado, passado: tome-se outra vereda e
basta", quero dizer que em tantas veredas da "Cidade Encanto",
da "Cidade Poesia", eu brinquei, que insisto continuar a cultivá-las,
sobretudo nestes dias e noites de COVID-19, torcendo pela chegada da
"COMVIDA-20", daí porque volto ao assunto, amanhã.
*Givaldo Calado é advogado, empresário e cronista. Foi vereador e Secretário de Cultura de Garanhuns.
O problema não é relembrar as coisas boas, e tampouco preservar algumas coisas belas,o problema é os Governantes garanguenses desde vereadores a deputados e prefeitos, não terem investido em empregos para o povo de Garanhuns, ao contrário, trabalharam anos , aliáais de 50 anos para que as poucas indústria da cidade fossem embora do município, acabaram com o distrito industrial da cidade, permitiram retirarem o trem de Garanhuns, transformaram Garanhuns em um Salão de Festas para o povo Rico de Recife e e outras cidades para virem passar um friozinho na cidade, e a população de Garanhuns hoje vive de fazer bico em festivais, os estudantes que cursam faculdades e universidade na cidade , quando se formam são obrigados a sair da cidade para outros municios , porque não conseguem exercerem as profissões, e aí cidade fica nanica, enquanto cidades como Petrolina que era bem menor que Garanhuns,hoje parece mais com capitais, sem falar em Caruaru, que Garanhuns era rival em desenvolvimento e tamanho, hoje , vemos uma cidade de aposentados já no fim da vida, com salários mínimos, e os jovens ociosos,sem ter o que fazer na cidade que não investe para eles.
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