CONTEXTO

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Pesquisas Eleitorais

O LEÃO E A POLÍTICA - Por Wellington Freitas


Com a voz rouca e uma exuberante juba, O leão, rei da selva ruge (grita): Eu sou o rei da selva! Eu mando aqui!. Já cansado de tantas batalhas em defesa de seu território e dando sinais que seu tempo a frente do reinado está prestes a acabar, o feroz Leão, que expulsou todos os machos (filhos) do bando, prepara-se para sua maior batalha.

Um jovem Leão, que quando ainda jovem fazia parte de seu bando, pouco a pouco, dia a dia, vinha se fortalecendo para no momento exato, por a prova toda sua virilidade e juventude, contra aquele que um dia julgou ser o rei e nunca envelhecer e tão pouco perder sua majestade.

Cansado de tanto esperar, o jovem Leão parte para o combate. A luta é sangrenta e afugenta todos que de alguma forma tentam intervir. Depois de uma longa batalha, o jovem Leão vence.

Derrotado, machucado e com sua moral abatida, o agora ex-rei da selva, parte em sua jornada solitária. Vagando pela savana, para muito em breve ir em busca de comida. Já fraco, prepara um bote em uma presa. Como quem não pode desperdiçar energia, consegue montar em seu jantar, mais suas presas não conseguem mais perfurar o grosso couro de sua comida.

Muito mais cansado e já magro, desiste da caça e não lhe resta mais outra alternativa senão deitar-se no sono profundo e ser devorado por aqueles que um dia julgou serem inferiores.

É assim também na política...

Embriagados pelo poder, velhos Leões~(velhos políticos), não reconhecem a ascensão dos jovens Leões (jovens políticos), e em muitos casos preferem serem derrotados, do que contribuírem com novos projetos políticos, que são comuns em uma democracia.

Pensam que os eleitores são súditos eternos e recusam-se a admitir que seus reinados políticos um dia passam. Não entregam seus territórios e preferem perdê-los definitivamente, julgando  serem os únicos capazes de dirigirem os destinos daqueles que um dia chamou de seus.

O tempo é implacável e novas lideranças surgem corriqueiramente e desafiam as velhas lideranças em uma verdadeira batalha pelo terreno. Derrotado, os velhos políticos saem a dizer que o povo é traidor, mas, na época que eles foram vitoriosos o povo era sábio.

No reino animal, o jovem Leão um dia também será desafiado e irá ser derrotado. é assim também na política...

*Ilustração: Época

3 comentários:

  1. Excelente texto, para reflexão! Parabéns a Wellington Freitas, pelo texto, e ao jornalista Roberto Almeida por manter este espaço democrático de liberdade de expressão.

    Rugido forte e uma exuberante juba são traços de quem representa o verdadeiro espírito do leão: trazer paz, segurança e prosperidade para o reino. Não se cansa das batalhas e o seu tempo é eterno, a compor o céu da História para guiar os próximos leões e leoas no ciclo da vida.

    Missão que não é fácil, evidentemente. Afinal, muitos jovens leões vestem não só a pelagem, mas o espírito de hienas, e acham que a política é a arte de conquistar o Reino, apequenando-a.

    Pior, aproximam-se do Rei apenas em momentos oportunos para participar da ceia, refrescam-se na sombra da magistral juba, mas ensaiam miados na calada da noite.

    As hienas? Riem, bajulam, mas riem. É só uma questão de tempo até o jovem leão, ele sim, embriagar-se pela expectativa de poder que nunca teve. Surdo às lições da experiência, está armado o convite para emboscar o Rei.

    Assim é na política do bote oportunista, fugaz, secular, minúscula. Mais saborosa para o jovem leão quando, após a mordida, escorre num canto da sua boca veneno; no outro, o sangue de um amigo ou de um ente querido.

    Se este é o jeito lastimoso de começar na política, preparem-se: as hienas vão cobrar seu preço do inexperiente leãozinho, e quem vai pagá-lo, como sempre, é o povo!

    Vida longa aos verdadeiros leões e leoas, que agem na política para além do tempo e da conquista da Pedra do Reino a qualquer preço.

    Ass: Simbas e Nalas.

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