A Câmara
Municipal de Garanhuns, que devia ser a Casa do Povo, continua a causar vexame
e envergonhar a população.
Depois da
tumultuada reunião em que vereadores proibiram as pessoas de usar da palavra, numa audiência pública, populares se exaltaram e destrataram os parlamentares,
até que um deles quis partir para a agressão física, ontem, às portas do
Legislativo Municipal, aconteceram cenas dignas das ditaduras ou do regime dos
coronéis.
Gênio Ventura,
que se auto intitula “fiscal do povo” , um
dos envolvidos no bate-boca quando da referida audiência pública, foi alvo de
um ato de perseguição política lastimável.
Não está aqui
em discussão aqui a conduta profissional de Gênio, se age com ética, se
trabalha a favor do povo, se comete erros ou está certo em suas atitudes.
O que não pode
é se submeter um cidadão, um pai de família, ao constrangimento que lhe foi
imposto.
Alguém –
provavelmente um vereador – fez uma denúncia contra o rapaz, que estava
assistindo a reunião da Câmara, no plenário, e foi convidado pela polícia a acompanhá-lo.
Policiais do
Gati então levaram Ventura até seu carro, que estava estacionado na frente do
prédio da Câmara, solicitaram que o veículo fosse aberto e fizeram uma revista
completa.
Perguntaram se
ele portava arma e a resposta foi negativa.
E não
encontraram arma nenhuma, nem droga, nem coisa nenhuma que incriminasse o “fiscal
do povo”.
Policiais que
deviam estar atrás de bandidos, protegendo a população, criaram constrangimento
a um cidadão, que, ficou provado, não tinha cometido nenhuma ilegalidade ou
crime.
Apesar de não
ser policiais do trânsito, os agentes do estado, por não encontrar o que
procuravam (possivelmente apontado pelo denunciante) verificaram que Gênio não
estava com o documento do veículo referente ao ano de 2019.
Mas o rapaz
mostrou os papeis de que o IPVA e demais taxas estavam pagos, não tendo o
documento do ano em curso sido lhe entregue pelo Detran porque existem multas
que estão sendo contestadas.
O Detran só
pode entregar o documento quando as multas forem julgadas.
Os policiais
ainda ensaiaram uma multa por falta do documento do veículo de 2019, embora as
taxas estejam pagas e o carro não estivesse em circulação e sim estacionado
legalmente nas proximidades da Câmara.
Depois de
contato com funcionários do Detran, os agentes do estado desistiram da multa,
acredito que orientados que não poderiam anotar autuar um carro que estava
parado, portanto não havia infração.
Em pleno século
XXI, bem perto do ano de 2020, se repetem cenas em Garanhuns que nos remetem à barbárie
de 1917.
Policiais pagos
com o dinheiro do povo, usados como instrumento de perseguição política.
Professor
Rafael Brasil, historiador e analista político, costuma dizer que “vereador não
serve pra nada”.
Agora já se
sabe que ele está errado: vereador serve para viajar à custa do dinheiro
público, participar de cavalgadas, dar carteiradas e perseguir desafetos.
O bolsonarismo
contaminou a Câmara. Uma Casa Legislativa que já teve Uzae Canutto, Humberto de
Morais, José Inácio, Otoniel Gueiros, Silvino Duarte, Ivo Amaral, Marlos Duarte, Paulo Gomes,
Ivan Rodrigues e tantos outros nomes de bem não merece a representação atual.
Sei que ainda
existem nomes no Legislativo que merecem respeito, como Audálio Ramos, Tonho de
Belo, Betânia da Ação Social e Luzia da Saúde.
Mas a maioria,
me desculpe, anda devendo desculpas à população de Garanhuns.
Esta semana foi
com Gênio, amanhã o perseguido pode ser o Cisneiros, quem sabe o Roberto
Almeida, embora todo meu trabalho seja na base do respeito.
Qualquer cidadão
pode ser alvo de uma armação como essa de ontem, que , sinceramente, não
engrandece em nada nem a polícia nem a Câmara, pelo contrário, cobre duas
instituições sérias, que têm homens de bem, de vergonha.
Mesmo
funcionários do Legislativo Municipal, subordinados à Mesa Diretora e aos
vereadores, entraram em contato com o blog pedindo uma matéria sobre esse assunto
e eles me confessaram: ficaram constrangidos e envergonhados!
No país em que
um procurador geral da República entrou armado no Supremo Tribunal Federal para
matar um ministro do STF tudo é possível, até uma Câmara como a que temos em
Garanhuns.
"Policiais pagos com o dinheiro do povo, usados como instrumento de perseguição política" SOCIALISMO PURO NA VEIA!
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