Por Junior Almeida
Carlos
Josino do Nascimento nasceu no município de Canhotinho, mas ainda pequeno se
mudou com seus pais para Capoeiras, à época, São Bento do Una, onde foi criado
entre os sítios Lagoa do Mato e Cajazeira. Veio ao mundo numa quarta feira 21
de junho de 1922, ano em que no Rio de Janeiro, ocorreu o movimento tenentista
conhecido como “Revolta dos 18 do Forte de Copacabana” e em São Paulo a “Semana
de Arte Moderna”.
No
Nordeste, em Água Branca, Alagoas, divisa com nosso Estado, cinco dias depois
do nascimento de Carlos Josino, o cangaceiro Lampião, em sua primeira ação como
chefe de bando, já mostrava a que tinha vindo e começaria a assombrar o
Nordeste. Virgulino Ferreira comandou seus cabras num ousado assalto ao casarão
da Baronesa Joana Vieira de Siqueira Torres.
Nessa
época o mandatário do país era o paraibano Epitácio Pessoa e Pernambuco era
governado por Severino Marques de Queirós Pinheiro, do Partido Republicano
Conservador. O prefeito de São bento do Una, ao qual Capoeiras pertencia, era
administrado por Adalberto de Oliveira Paiva.
Carlos
Josino se casou com menos de vinte anos de idade e, sua mulher, Maria Clarice
da Conceição, com 14. Ficaram casados por quase 70 anos, até quando ela faleceu
em maio de 2008. Tiveram 26 filhos, sendo que apenas quatro se criaram: Manoel,
José, Antônio e Maria, todos com o sobrenome “Carlos do Nascimento”. Além dos
filhos, Carlos Josino tem 14 netos, 17 bisnetos e 3 trinetos. Todos os
descendentes do velho rezador, assim como ele, são pessoas de bem, respeitadas
e com muita amizade em toda região.
Ainda
jovem, mas já depois de casado, Carlos Josino aprendeu, com os mais velhos,
algumas rezas fortes, que serviam para cura de picadas de bichos peçonhentos,
dor de dente, de cabeça, e outros males. Passou também a benzer propriedades,
terrenos e objetos, principalmente contra o mau olhado. Josino ao ser batizado
teve como madrinha Nossa Senhora, de quem passou além de afilhado, devoto.
Quando
Frei Damião começou a andar por Capoeiras, a primeira vez em 1952, Carlos
Josino passou a se confessar e se aconselhar com o frade capuchinho,
procedimento este que cultivou até 1997, quando Pio Gioannotti faleceu em
Recife.
Diferente
dos ditos adivinhos, em suas mais de sete décadas rezando para o povo, Carlos
Josino dedicou-se à missão com o consentimento informal dos padres locais, pois
nunca cobrou pela ajuda espiritual, como fazem os charlatões. Sempre viveu a
aconselhar os que lhe procuraram. Em sua casa existem várias imagens de santos
e santas. Algumas de Nossa Senhora, Santo Antônio, São Miguel Arcanjo, e de
santos ainda não oficializados pela Igreja, como Padre Cícero e Frei Damião.
Neste
21 de junho de 2019, quando o mais
conhecido e mais antigo rezador de Capoeiras completa 97 anos de vida, nós que
fazemos o Blog de Roberto Almeida,
irmanados com todos os capoeirenses, desejamos a “Seu” Carlos toda felicidade do mundo e vida em
abundância.
Parabéns vô, homem de fé e paz!
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