Por Padre Roberto Júnior*
A
realidade da Fé Cristã e sua vivência para os cristãos de hoje precisa ser
purificada de muitos adornos que ao longo dos tempos foram sendo acumulados e
agora, como vemos, a sufocam e por isso roubam-lhes a autenticidade. O problema
é que esses adornos nada mais são que um meio de encobrir e fazer desaparecer o
que é genuíno da fé em Nosso Senhor Jesus Cristo.
Como
sempre aconteceu ao longo da história, precisamos viver a fé em Deus, e isso em
meio a importantes renúncias que são incompatíveis com ela. Renunciar às
seduções do mal para não deixar-se dominar pelo pecado.
Já
houve no passado grandes espetáculos cruéis, onde a crueldade se convertia em
diversão, assim, matar os homens era uma coisa espetacular. Tais espetáculos,
repito, cruéis, era a diversão do mal e dos seus adeptos; eram a 'pompa do
diabo', onde sob a aparência de beleza se podia assistir toda a sua crueldade.
O maior espetáculo da História aconteceu com o Filho de Deus, Nosso Senhor
Jesus Cristo, que sempre e de novo é motivo de escárnio e zombaria para os
escarnecedores.
Hoje
as artimanhas do diabo se manifestam claramente por meio de uma cultura ou de
um estilo de vida que não conta a verdade mas a aparência, onde não se busca a
verdade nunca, mas o efeito, a sensação, e sob o pretexto de falsas verdades,
os homens são destruídos, as famílias são destruídas, e o homem iludido,
enganado e seduzido pela mentira, se coloca no lugar de Deus e como não pode
sustentar-se a si mesmo, logo manifesta seus ídolos que sempre estão por trás
do espetáculo.
É
imprescindível que nós renunciemos. Renuncio a esse tipo de cultura que é uma
anticultura, contra Cristo, contra Deus e sua Igreja. Digo ‘não’ aos que querem
dominar e impor um estilo de vida ou um modo de viver pagão, agnóstico ou onde
as pompas do diabo com suas seduções são vendidas como se fossem verdades.
Também digo não ao uso do nome de Deus em tantos ambientes que querem
justificar seus caprichos e desmandos se utilizando da religião ou de uma pseudo
religiosidade para vender suas mascaradas ideologias.
Sou
batizado! Sou cristão! Sou católico! Fui emancipado para sempre da cultura da
mentira e não posso assisti-la como se fosse autêntica, nem posso me calar como
se nenhum mal ela fizesse. É preciso desmascarar a mentira, descobrir quem está
por trás dos bastidores do espetáculo e dizer ‘não’ para sempre.
Uma
cultura que não busca o bem, que usa máscaras para confundir, para criar
confusão e destruição, onde a mentira se apresenta como verdade e é oferecida
como informação, que busca só o bem-estar material e nega a Deus, nunca poderá
ser aceita pelo cristianismo nem pelos cristãos.
É
preciso renunciar ao pecado para viver na liberdade dos filhos de Deus. Hoje
também a liberdade e a vida cristã são ameaçadas e desprezadas, hostilizadas e
mal interpretadas. Para muitos, ser cristão é considerado uma escravidão,
enquanto que a liberdade seria emancipar-se da fé cristã, emancipar-se de Deus.
Esta aparente liberdade que exclui Deus se converte em uma escravidão,
escravidão de si mesmo e consequentemente escravidão a Satanás.
É
preciso renunciar ao Diabo e ao seu plano de destruir a família e a fé no
coração do homem. Há um 'sim' a Deus e um 'não' ao poder do Maligno. Dizemos
'não' porque dizemos 'sim', um 'sim' fundamental, o 'sim' ao amor de Deus, o
‘sim’ a verdade que se faz vida, e vida do Deus que em Jesus nos libertou do
abismo da morte onde nossos pecados nos lançaram.
Portanto,
a vida cristã é uma guerra, uma luta. Quem vencerá? Vencerão os humildes, os
bons, os puros, os misericordiosos. Maria diz isso no Magnificat, porque tem
certeza de que Deus tem a última palavra, é nessa Palavra que acreditamos e é
por causa dessa nossa fé que continuamos caminhando, sendo sinal de contradição
e seguindo os passos de Jesus na esperança que não decepciona.
*Pároco de Santo Antônio em Lajedo, Pernambuco.
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